05 - Uma Noite Promissora

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Uma longa noite estava por vir em Gotham City. As sombras da noite engoliam a cidade, trazendo consigo uma fria brisa que penetrava pelo quarto de Bruce Wayne. Adormecido em sua cama, um arrepio percorreu sua espinha conforme ele se recordou da facada que havia levado do Coringa. Seu olhar vago mirava o teto enquanto as memórias voltavam à tona. A risada maníaca ecoava em sua mente, assim como a lembrança dos dentes afiados e do olhar psicopata do Palhaço do Crime.

Bruce despertou de seu breve pesadelo quando o alarme de seu relógio anunciou que era hora de voltar ao seu papel na sombra, o de Batman. O Cavaleiro das Trevas emergia de seu refúgio, pronto para patrulhar as ruas da cidade.

Com cada passo silencioso do Batman pelos becos escuros e sobre os telhados dos prédios, uma pergunta o consumia: onde estaria Harleen Quinzel, mais conhecida como Arlequina? Desde sua última aparição, Batman não havia tido notícias sobre a louca aliada do Coringa.

Enquanto vagava como uma sombra pela cidade, seus pensamentos oscilavam entre os perigos que a noite trazia consigo e a busca por respostas sobre a mente dos vilões que infestavam Gotham. O Coringa, o Espantalho, o Charada e agora o Duas-Caras... o Batman tinha certeza de que a cidade estava prestes a enfrentar uma tempestade de caos.

Em meio aos seus devaneios, o herói se deparou com uma cena de assalto. Dois bandidos ameaçavam uma jovem mulher, cujos olhos estampavam o medo e a angústia. Sem hesitar, Batman se moveu rapidamente para defendê-la.

Ouviam-se os socos e chutes, o barulho dos corpos se chocando. Em poucos instantes, o Cavaleiro das Trevas derrubou os assaltantes, protegendo a linda moça dos perigos da noite. Ela agradeceu, seus olhos refletindo gratidão, antes de desaparecer nas sombras, emergindo com a mesma rapidez com que havia surgido.

Enquanto continuava sua patrulha, Batman não conseguia deixar de pensar no Coringa e em Harleen. Será que ela estaria planejando uma maneira de tirar o Palhaço do Asilo Arkham e causar mais caos em Gotham? O silêncio das ruas só aumentava sua angústia, mas pensamentos sombrios foram interrompidos por uma força invisível que o agarrou. Em um único movimento, o herói foi puxado e preso por uma corda.

A figura felina da Mulher Gato surgiu diante de seus olhos. Não era a primeira vez que Batman a via, mas, até aquele momento, nunca havia tido uma oportunidade de falar com ela. Seus olhos se encontraram, e ela falou primeiro.

-Batman, já tinha ouvido falar de você há uns quatro anos, quando vi sua foto pela primeira vez na televisão. Nunca tive o prazer de lhe fazer uma visita pessoalmente. Disse ela, com uma pitada de sarcasmo em sua voz.

Batman ficou em silêncio, se perguntando como responder às palavras intrigantes da Mulher Gato. Seria ela realmente uma aliada ou apenas mais uma vilã imprevisível que cruzava seu caminho?

Seus pensamentos foram interrompidos quando a felina criatura, com um sorriso de satisfação, se aproximou e o beijou. Surpreso, ele não resistiu. Por algum motivo, o beijo fora intenso e ele sentiu uma conexão, uma energia diferente do que havia experimentado antes.

Liberto da corda que o aprisionava, Batman percebeu a presença da Mulher Gato ao seu lado. Os dois começaram a conversar, tentando desvendar os mistérios que envolviam suas vidas. Ela revelou ter visto suas ações na televisão e, embora fosse uma ladra, afirmou que não iria atrapalhar sua jornada de defesa a Gotham.

Curioso, o herói começou a fazer perguntas sobre a Arlequina, a insana parceira do Coringa. A Mulher Gato revelou que a viu apenas uma vez, descrevendo-a como uma mulher psicopata e obcecada pelo Palhaço do Crime.

Imersos em uma conspiração de segredos e perigos iminentes, Batman e a Mulher Gato continuaram a conversar. Ela afirmou que não era uma vilã da maneira como ele pensava, mas uma alma solitária que encontrava prazer em seus roubos. Deixou claro que estava disposta a ajudá-lo da maneira que pudesse.

Determinado, Batman despediu-se da Mulher Gato, vendo-a desaparecer nas sombras como um felino ágil. E então, ele perguntou: -Qual é o seu nome? A resposta veio como uma provocação enigmática: "Eu estaria revelando demais...

Aquela noite havia sido diferente. O Batman finalizou sua patrulha, mas algo em seu coração permanecia. O beijo, o interesse improvável despertado pela Mulher Gato, tudo aquilo era novo e desconhecido. Talvez, mesmo no mundo das sombras, houvesse espaço para sentimentos inesperados.

A noite havia chegado ao fim, mas a história de Batman ainda estava longe de seu desfecho. Enquanto retornava ao seu refúgio, pensou em todas as jornadas que havia enfrentado e nos desafios que ainda estavam por vir. E, entre eles, a figura da Mulher Gato permaneceria como um enigma a ser desvendado.

Batman: A Sombra de GothamOnde histórias criam vida. Descubra agora