06 - Senhor Frio

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Era uma noite sombria em Gotham City, tal como muitas outras antes dela. A cidade estava envolta em uma névoa densa e gélida, que parecia penetrar nos ossos de qualquer um que se aventurasse a sair de casa. Naquele momento, Batman estava patrulhando os telhados da cidade, saltando de edifício em edifício em sua infinita busca por justiça.

Enquanto observava as ruas lá embaixo, o herói encapuzado percorria seu radar mental, tentando descobrir o que ocorrera durante o dia que pudesse merecer sua atenção. E foi então que uma notícia captou sua atenção: relatos de atividades estranhas e roubos arrebatadores na área da indústria química.

—Bruce, acho que isto pode ser um sinal do Coringa. Disse Alfred pelo comunicador embutido em sua máscara. —Toda a movimentação e caos aparentam ser típicos de suas artimanhas.

Com as palavras de seu fiel mordomo ecoando em sua cabeça, Batman lançou-se para a área da indústria química, esperando encontrar pistas que o levassem ao Palhaço do Crime. Porém, em vez do típico caos deixado pelo Coringa, encontrou algo inesperado.

Uma figura alta, com vestimentas azuladas e um capacete opaco, emergiu das sombras à sua frente. Seu caminhar era firme e lento, como o de um predador que acabara de encontrar sua presa.

—Então é você, Batman. Disse a figura com uma voz caótica e fria, que parecia arranhar os ouvidos de Batman.—"Eu serei seu adversário de hoje. Sou o Senhor Frio.

Batman reconheceu o nome imediatamente, era o homem que a Hera Venenosa havia mencionado. Victor Fries, um gênio em criogenia que viera para Gotham City em busca de uma cura para sua esposa doente. Porém, um acidente trágico o transformou em uma criatura da névoa gélida e de um coração gelado, obcecado pelo frio e convencido de que poderia apenas sobreviver nele.

—Senhor Frio, suas ações estão trazendo caos para esta cidade. Disse Batman, seus olhos brilhando sob sua máscara. —Eu estou aqui para parar você.

Com um movimento ágil, Batman sacou seu Batrangue e o arremessou em direção ao Senhor Frio. Mas o vilão estava bem preparado e bloqueou facilmente o ataque com um escudo de gelo. Ele avançou em direção a Batman, disparando rajadas de frio em sua direção.

Batman saltou para o lado, evitando por pouco o congelamento. Ele analisou o ambiente e viu uma enorme caldeira próxima a eles. Com um movimento rápido, ele desferiu um chute na válvula de liberação de vapor, fazendo com que uma nuvem densa e quente envolvesse a caldeira.

—Vapor quente, a fraqueza do frio. Murmurou Batman para si mesmo.

Aproveitando a oportunidade, Batman avançou contra o Senhor Frio, aplicando uma sequência de golpes rápidos e precisos. Mas o vilão respondeu com sua rajada de frio, cobrindo Batman em uma camada de gelo. Parecia que o herói finalmente encontrara seu fim.

No entanto, Batman era conhecido por sua resiliência e não estava disposto a desistir tão facilmente. Com suas garras retráteis, ele conseguiu se libertar do gelo e lançou-se novamente ao combate.

A luta continuou, com Batman e o Senhor Frio trocando golpes poderosos e estratégias astutas. O frio abraçava cada soco e chute, enquanto o calor da batalha chegava ao seu ápice.

Em um momento crucial, Batman notou que o capacete do Senhor Frio parecia mais vulnerável do que o restante de seu traje. Com uma agilidade incrível, ele conseguiu agarrar o capacete e arrancá-lo do vilão. A visão que se revelou por trás dele foi a de um rosto pálido e deformado pelo frio, olhos vazios e desprovidos de qualquer calor humano.

O Senhor Frio caiu de joelhos, desorientado pela liberdade momentânea que a retirada do capacete lhe causara.

—Por que, Batman? Ele sussurrou, sua voz tomada por uma tristeza gélida. —Eu só queria trazer de volta o calor à minha vida...

Batman olhou para o vilão caído diante dele, uma mistura de compaixão e determinação se misturando em seus olhos.

—Não posso deixar você continuar assim, Senhor Frio. Disse Batman, tocando o ombro do vilão com gentileza. —Mas posso prometer que farei o possível para encontrar uma maneira de ajudar você.

E, com essas palavras, Batman chamou a polícia para levar o Senhor Frio sob custódia, enquanto ele se dirigia à sala de interrogações do DPGC para obter informações sobre o Coringa. Sentado ali, com um brilho ardente em seus olhos, ele sabia que estava mais perto de descobrir os planos maléficos que o palhaço maquiavélico estava arquitetando.

Olhando para o espelho unidirecional que separava a sala de interrogatório, Batman encarou o Senhor Frio, cujos olhos refletiam uma mistura de ressentimento e desesperança. Foi então que a verdadeira natureza de sua prisão foi revelada.

—Batman, você está sendo feito de trouxa. Sussurrou o Senhor Frio, seus dentes batendo em um tom de frio absoluto. —Os planos do Coringa foram revelados apenas a uma pessoa, e eu duvido que você consiga encontrá-la, eu e a Hera tentamos descobrir quem era essa pessoa, mas falhamos, se nem nós conseguimos, você jamais conseguirá.

Batman franziu o cenho, intrigado. Ele sabia que o Coringa sempre jogava com múltiplas cartas, mas não havia imaginado que houvesse uma pessoa fundamental por trás de tudo isso. Ele estava determinado a descobrir a verdade.

Enquanto a voz de Alfred ecoava em sua mente, lembrando-o de que o tempo estava se esgotando, Batman sabia que era hora de agir. Ele saiu da sala de interrogatórios, deixando o Senhor Frio preso em sua gélida cela, e voltou para a escuridão de Gotham City, mais determinado do que nunca a derrotar o Coringa e salvar a cidade.

E assim, a luta entre o Morcego e o Palhaço prosseguiria. Nenhum deles sabia o que o destino lhes reservava, mas estavam dispostos a enfrentar qualquer obstáculo com coragem e astúcia. A cidade dependia deles.

Batman: A Sombra de GothamOnde histórias criam vida. Descubra agora