Pilula

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Acordei cedo pela manhã e quando percebi e imaginei James não estava.
Eu levantei da cama dele e corri para meu quarto.

Depois de pronta, desci e ele não estava por nenhuma parte, só meu tio falando ao telefone e pelo visto era com meus pais. Depois desligou e me chamou pra comer.
—tá bem?
—sim sim, cadê o enjoou?
—disse que precisava ir cedo para a faculdade.
—sei...
—por quê? Queria falar algo com ele?
—não não, na verdade quanto mais longe ele estiver melhor.
—vocês dois não tem jeito, coma e vá estudar que o Lorenzo vai te dar uma carona.
—certo. Eu enchi minha barriga de uma torrada com burrata e fui buscar minhas coisas. Ainda esperei o Lorenzo uns 20 minutos depois do meu horário, pois ele estava secando o cabelo.
—você é tão playboy.
—a gente se entende loirinha. Eu ri, pois de fato era uma verdade.

Quando chegamos encontrei Ana no corredor e nós fomos juntas pra sala. Lorenzo logo foi rodeado de mulheres e sei lá onde foi parar.
Parecia que não tinha ninguém mais odiada aqui do que eu, não faço ideia do que fiz, mas parando para pensar melhor eu estava gostando de está oculta.
—vou ao banheiro.
—vou pegar um lugar pra gente. Ana respondeu e eu sai.
Sabe aquela sensação de que tem alguém te olhando? Eu estava sentindo isso, mesmo incomodada eu entrei no banheiro.
Umas garotas estavam lavando as mãos e logo saíram. Havia alguém em uma das cabines e eu ia entrando em uma até ter minha boca tampada e me colocaram a força dentro do lugar.
Eu mordi a mão e olhei pra trás.
—James...
—vou descontar essa mordida.
—o que tá fazendo aqui? Sussurrei percebendo que tinha mais pessoas no banheiro.
—você quer ter um bebê? Eu não quero.
—não poderia me entregar em outro lugar?
—não quero que ninguém me veja com você.
—transar comigo pode, mas me verem com você não?
—não é permitido dar aula ou ter relações com nenhum aluno.
—isso se aplica a você? Pelo o que eu vejo não funciona muito.
—o problema é que nenhum menina gosta de você e com certeza irão abrir a boca.

—toma, se esquecer de tomar isso eu te mato.
—se eu esquecer eu mesma me mato.
—ótimo.
—babaca.
—onw, você nunca tinha me elogiado.
—serio? Que coisa não é?
Naquele cubículo, James parecia ser ainda maior do que era, olhava pra mim como se quisesse me devorar, me implicando e sem tirar os olhos dos meus.
—quem disse que você podia vir usando esse shortinho? Olha o tamanho que tá sua bunda.
—você viu ali na entrada se tem um código de vestimenta? Eu não vi.
—não é necessário, as pessoas usam de bom senso.
—ops, parece que o meu está em falta.

James chegou ainda mais perto como se fosse possível e colocou sua mãozona na minha bunda. Apertou forte depois passou a mão por debaixo dele e apertou mais minha pele.
—Preciso ir estudar.

Meu corpo já estava estranho, querendo que ele me beijasse, sentir ele beijar meu pescoço.
—fica aí! Disse e abri à porta o mais silencioso possível e sai deixando ele lá dentro.
Pra minha infelicidade a aula era do próprio.

—Eai gatinha de Miami. Um dos alunos me chamou sentando do meu lado.
— o que foi?
—como me falaram educação não é bem seu forte né...
—faz diferença? O que quer?
—poderia fazer par comigo no festival né, que tal?
—como assim festival?
—o tradicional mexicano oras, como assim você não conhece?
—eu tenho obrigação?
—na verdade não, mas porra em que mundo a Miami vive?
—no meu.
—de boa, pensa e depois me fala.
—tem nada pra pensar, eu não vou e muito menos com você.
—chata em, caramba pensando melhor será um favor.
—Turma, vamos lá! James falou jogando um livro em sua mesa fazendo um barulhão.

Fingi que nem vi, ele continuou a algo do mesmo jeito como se eu não existisse e de fato era melhor, ele só comprovava o que eu já imaginei sobre ele.

Quando a aula acabou eu fui questionar com Ana que tal evento era esse. Ela me contou toda animada que se tratava do melhor evento do ano, melhor que natal inclusive. Amavam, era tipo um dia de ação de graças pelo o que entendi, com muita festa, bebida, música e danças tradicionais.
De pronto imaginei como seria cafona...
Até passar o dia com o rico seria melhor.

—ai! Um homem derrubou minha bolsa chique no chão.
—ô garoto, ver se se olha por onde anda, por acaso sou invisível.
—peço desculpas. Eu olhei para o homem e de fato ele era um gatinho, e pelo visto educado, poucas pessoas aqui pediam desculpas ou só faziam questão de serem sem educação comigo.

—ta, tudo bem...
—oi professor Léo. Ana chegou cumprimentando ele.
—oi Ana, como está indo?
—na medido do possível.
—que bom. Ele disse gentilmente, me olhou e saiu.

—ele é professor?
—sim, já me deu aula.
Ele devia ter uns 36 anos e aparentemente bem conservado... interessante.
—e tem um histórico impecável, brilhante e todo correto.
—sei, bom tenho que ir.
—você vai à festa?
—não mesmo.
—ah pensa melhor, todo mundo vai terá muita comida boa, decoração, música típica vários gatinhos e a gente pode beber muito.
—bom, olhando por esse lado...
—juro que você irá gostar, só preciso achar um par.
—por que essa histórias par? Não pode ir sozinha?
—pode, mas todos encontram um par pra ir tipo uma tradição.
—entendi, ainda assim vou sozinha.
—não tem problemas você pode ficar comigo e meu futuro par, tipo um trisal.
Nós rimos e Ana me deu uma carona no carro de seu pai até minha casa.
De alguma forma eu só pensava nesse festival.

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Voltei 🫶🏻🫣

Meu pior castigo Onde histórias criam vida. Descubra agora