Volta na cidade

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Passou a se maquiar ali mesmo no espelho do carro, James colocou uma música e é claro que ela contestou. Levantou a mão para trocar e James lhe deu uma palmada.
—para de ser atrevida e de me incomodar.
—foi você quem me chamou!
—se estiver aqui contra a sua vontade é só descer.
—haha engraçado. Abriu seu protetor labial e começou a passar. James de relance olhou para sua boca que refletia no espelho.

Ficou inconformado por ela ter lábios tão bonitos. Voltou sua atenção para a estrada.
***

—Caramba ainda falta muito?
—se você reclamar menos chega mais rápido.
—por que as pessoas agem como se você fosse alguém bom?
—talvez seja por que eu sou.
—você é um ignorante!
—é só porque não gosto de você ah e mais, não tenho pretenção de gostar.
—pelo menos em algo concordamos!
—aliás te incomoda ter alguém no mundo que não bajula você não é? Prazer James Sanchez
—eu não me importo com o que pensam de mim.
—e é por isso que ninguém gosta de você, apenas convivem porque podem ser beneficiados por estarem juntos de uma riquinha.
—eu tenho amigas tá!
—tem?
—tenho!

Já estava ficando mais que estressada, de certa forma as palavras dele contra mim fazem um efeito que eu odeio!

Quando estávamos quase chegando, já que vi pela placa da cidade, James parou o carro para abastecer.
—não saia daí.
—como se eu quisesse usar meu sapato lindo nesse lugar.
—te apresento um posto de gasolina, é aqui que abastecem os carros para você poder andar sentada em um, já que não são voadores.
—eu sei disso imbecil.
— certeza?  Questionou dando um maldito sorrisinho. Aqueles olhos castanho me deixavam louca! E o jeito que apertava a mandíbula também estava causando um efeito no meu estômago. Eu preciso ir embora antes que me veja apaixonada por um caipira, como pode um caipira ser bonito? Era só o que me faltava nesse lugar.

—sabia que a loirinha era coisa nova na cidade.
Um homem apareceu na janela cruzando os braços com um chapéu enorme.
—quantas vezes vou ter que ouvir isso?
—e ainda é bravinha... o que faz por aqui?
— você por acaso é um xerife ou coisa do tipo?
—só querendo conhecer a loirinha.
—eu tenho nome e é Hailey, obrigada.
—é um prazer Hailey.
—não posso falar o mesmo.
Ele se espantou e sorriu.
—acredito que esteja morando em ****** certo?
—de que te importa?
—vou fazer uma festa na minha fazenda e na...
—TIRA SUAS MÃOS IMUNDAS DO MEU CARRO!
James já chegou empurrando ele.
—que isso cara! O homem falou arrumando o chapéu.
—é claro, como não imaginei que estaria com esse aí... James... grande James. Falou dando um sorrisinho forçado o oposto de James.

—Não toca mais no meu carro.
—SUPERA JAMES, SUPERA, AINDA PODEMOS VOLTAR A SER AMIGOS SABIA?

James entrou no carro e deu partida visivelmente estressado.
—o que aconteceu ali?
—cuide da sua vida.
—ignorante.

Ele dirigiu por mais alguns minutos e já estávamos na cidade.
—enfim algo menos pacato, ainda assim não tem nada demais aqui...
—você não está de férias, entre em qualquer loja pegue o que precisa pra estudar e vamos embora.
—é meu carregador? Preciso de um.
—não tenho dinheiro para um carregador.
—como não se você nem sabe quanto vai dar minhas coisas?
—na verdade eu só não quero mesmo, quando você trabalhar e tiver seu dinheiro você compra um.
—mas James já estamos aqui!!!
—idai? Anda logo, não tenho o dia inteiro.

Hailey empinou o nariz e saiu com seu sapato mais branco que as nuvens no céu.
Entrou em um loja retirando seu óculos e observando algumas coisas. James ficou de fora esperando no telefone negociando alguma coisa.

Hailey olhou para fora da loja vendo ele com a mão na cintura e aquele chapéu que ela repudiava.
Apertou forte os olhos e voltou sua atenção.
—te has gustado algo? A atendente perguntou, mas Hailey seguiu o olhar dela que não saia de James.
—sabia que ele é Gay? Da pena não é?
—gay? Perguntou incrédula.
—pois é, que decepção...
—tá difícil encontrar homem por aqui...
—imagino, mas enfim você não tem caneta em gel? É uma dourada com...

Continuou explicando e James desligou o telefone.
—aí pantufa vamos embora.
A atendente olhou pra Hailey e falou:
—nossa, mas ele tem uma voz grossa né? Meu Deus.
—isso é encenação eu vi com meus próprios olhos...
—que pena para nós...
—mas que felicidade para os boys.
—ahhh...
—vamos! Chamou outra vez.
—calma, aqui não tem da caneta que eu gosto e olha só tem dessa cor!
—essa escreve? Se escrever está ótimo, pode passar que vou levar.
—aff, mas olha que cor você gosta? To em dúvida da preta ou da rosa.
—com certeza ele gosta de rosa, não é? A atendente falou olhando para James.
—tenho cara de quem gosta de rosa?

Hailey piscou pra ela e gesticulou com a boca:
—encenação. E a outra jovem concordou rindo.
James olhou pra Hailey sem entender e pegou as canetas.
—pode ser às duas, antes que eu enfie na goela dela.
—credo!

James pagou e eu sai com os materiais.
—e agora podemos comprar meu carregador? Eu escolhi o mais rápido que podia, será que aqui tem um Starbucks?
—sim sim, e mais à frente tem uma loja de grife.
—serio?
—tonta, entra no carro.
—mereço... bufei alto e entrei.

James colocou o chapéu no banco de trás e deu uma balançada no cabelo, parecia que estava se exibindo.
—eu estou com fome!
—e eu com pressa, quando chegar em casa você come.
—James eu estou com fome agora, vou começar a passar mal, ficar tonta e morrer aqui nessa caminhonete suja.
—quer limpar?
—não, obrigada!
—então não reclame!
—e quanto a minha fome?
—nossa você é insuportável.
—acha que eu gostaria de está aqui? Pedindo coisas básicas a um caipira arrogante?
—então vá embora, acha que eu queria está com alguém que reclama tanto como você? Feia e burra?
—você é um... !!! Arhhg! Abri a porta do carro e sai andando.

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Boa noiteee gatinhas 😍😍💖

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