Atlas

436 58 3
                                        

Fazendo tanto hailey como James ficarem secos de tanta vontade de provar dos lábios. Não tinha como parar de encarar os olhos um do outro. Hailey adoraria saber o que ele estava pensando dela. A estava desejando de fato ou simplesmente com pena dela na situação. As dúvidas de James também estavam constantes, não sabia se ela apenas estava sendo arisca para se proteger e no fundo queria testar ou simplesmente o repudiava. A segunda opção seria compreensível... a água lenta não movia nada e a pele de Hailey arrepiava cada vez que a expectativa subia.

A sensação de incerteza estava matando, a água escorrendo pelo rosto e abdômen de James não passavam despercebidos. O jeito que ele parecia olhar, era sempre com malícia, sempre pronto.

—por que tá me olhando assim? Perguntei sem tentar parecer grossa.
—por que está tão arrepiada? James perguntou queimando os olhos no meu, tentando captar  qualquer sinal de mentira. Queria falar que era o fato dele próximo demais do seu toque quente... jamais isso sairia da minha boca.
—a água está gelada.
—não está gelada... não queria você quem está quente demais?
—por que motivo eu estaria quente? Bom... já é suficiente... virei-me para sair da água.
—tá fugindo de que? James questionou certeiro fazendo Hailey parar.
—de você... não suporto está no mesmo ambiente que você me irrita só de olhar. 
—da próxima vez pode fechar os olhos e não encarrar minha barriga.
—até parece!

Claro que não ia demorar muito pra ele voltar ao tom de idiota. Aposto que se acontecesse a mínima coisa possível, ele só faria para jogar na minha cara todos os dias. Esse gostinho eu não vou dar a ele.
—aí! Ódio!
—pare de ser idiota, uma água não vai fazer você voltar andando como se nada tivesse acontecido, ela não é milagrosa.
—jura? Acabei de perceber.
—vá no Atlas. 
—no Atlas?
—no meu cavalo sua...
—não precisa de xingar em cara frase babaca!
—prefere subir a pé?
—onde tá o Atlas? Ele é ignorante como você?
—não ouse falar do meu cavalo.
—não está mais aqui quem falou.. Hailey revirou os olhos e James encarou e ignorou caminhando em direção ao seu precioso animal.

—sobe. James lhe ofereceu suas costas.
—já que insiste.
—não me irrita que eu te jogo no chão.
—ai credo! Foram em direção ao cavalo e James a ajudou a subir.
—Não puxe a arredia, aliás não faça nada, ele sabe o caminho de volta, se qualquer coisa acontecer proteja ele.
—não seria ao contrário?
—não, Atlas! Casa! Vai! James ordenou e ele começou a caminhar muito bem objetivo, tenho que admitir fiquei impressionada, nenhum cavalo que já fiz aulas foi tão obediente.
Atlas subiu comigo e eu morrendo de medo de me mexer e ele ficar bravo como o dono e me jogar no chão.

—bom menino... bom menino, também sou boazinha sabia? Pois é pois é... pode fingir que não estou aqui, siga sua intuição e não me incomode comigo.
—atlas, não era por ali? Falei, mas parece que ele sabia bem melhor que eu. Mais algumas árvores e logo avistei a fazenda.
—caramba, você é bom mesmo em, vou te da uma cenoura depois, come cenoura?
—LOIRINHA? Lorenzo gritou de longe.
Atlas foi aproximando e parou frente a ele.
—oi garotão...
—cade o James? Morreu? Questionou assustado.
—como assim morreu?
—como está em cima do atlas?
—ue, é onde as pessoas ficam nos cavalos não?
—eu digo... quem deixou?
—o dono ué, por que essa cara?
—sabia que eu sou o melhor amigo do James desde ele mudou pra essa cidade quando ainda criança é só subi no atlas uma vez quando quebrei o pé?
—pois não tem nenhuma novidade, também estou com a perna machucada.
—mas não faz nem um mês que está aqui! Eu estou na vida dele a muito tempo.
—tudo bem já entendi, não precisa ficar com ciúmes, não curto muito animais.
—como pode não se impressionar com o Atlas? É o cavalo mais caro é bem cuidado da região.
—isso de fato é perceptível, também fiquei encantada com a inteligência.
—sabe por que James não é rico? Por gastar tudo no Atlas, gastou tanto dinheiro com educador e veterinário e tudo que você puder imaginar.
—entendi por que ele falou pra eu proteger o cavalo... imbecil.
—vem te ajudo a descer, cadê ele?
—não sei, irá aparecer qualquer hora.

—vem... Lorenzo me ajudou a descer e nós fomos entrando na casa. Ele me sentou sofá e perguntou o que havia acontecido pelo arranhão no rosto.
—coisas da vida.
—está doendo?
—não é nada demais. Ele foi aproximando pra olhar.
—precisa pelo menos por uma pomada disse encarando meu rosto e de relance olhou minha boca.
E nesse exato momento James entrou.
Eu levei um susto e ele observou a gente e entrou sem nada pronunciar.
—James, tem alguma pomada pra por no rosto da Hailey?
—não e ela não vai morrer é só um arranhão.
—reunião? Meu tio entrou perguntando com um sorriso enorme e botas sujas, logo olhou pra minha perna e segundos depois eu já estava me explicando de novo.
—James, cadê a caixa de primeiros socorros?
—não sei.
—foi você quem guardou.
—não lembro e já disse que ela não vai morrer, não é pra tanto.
—deixa tio, não precisa.

—hmm... James que horas vai para o centro?
—só vou tomar um banho e ir.
—pode avisar no bar que não vou conseguir ir hoje?
—na... a resposta já estava pronta, mas lembrou da promessa ao seu tio e mudou a rota das palavras.
—ta.

Meu pior castigo Onde histórias criam vida. Descubra agora