Meu pior castigo

O pós

Após o festival parecia que a casa havia esfriado, Hailey acordava pela manhã e ia ajudar na fazenda, depois estudar e em certos dias via James na faculdade e quando voltava de relance o enxergava com Atlas ou totalmente ocupado em seu vinhedo.

Quando entrava para casa Hailey estava na cidade trabalhando no bar, lugar esse que James não estava participando com os amigos e com Lorenzo sendo seu namorado ela não precisava de caronas do caipira.

Via-se mais abatida de certa forma e agoniada, pois com o relacionamento com Lorenzo esperava que seu coração se acalmasse. Mas ele estava sempre com ansiedade para alguma coisa.
***

—tio, não esqueça o remédio e por favor não deixe Rico ir para o quarto do James! Falei eufórica saindo enquanto arrumava minha blusa começará a ficar frio.
A semana passou tão estranha, acho que a calmaria para mim estava ficando diferente já que todo o tempo que fiquei aqui cada dia era uma novidade.
Falei com minha mãe ao telefone, não resolvemos nada, mas foi tranquilizador afinal.
Ana estava vindo me ajudar alguns dias na fazenda também, ela estava se apaixonando por uma das éguas e colocava a desculpa que queria me ver.

Lorenzo todos os dias me trazia algum presente chique, inclusive cremes novos que eu estava precisando e então me convidou para conhecer sua família, pelo menos o lado dele. Era intrigante como eu estava ficando cada vez mais próxima de Ana e ainda assim eles quase nunca trocavam palavras nenhuma.

Já havia se passado um mês e tudo estava tão estático, saia com Lorenzo e as vezes nós ficávamos em casa depois que ele me buscava no trabalho.
Como já comentei James eu quase não o via, as coisas na fazenda estavam melhorando muito, pois ele conseguiu fechar um ótimo contrato para os próximos vinhos. Passou duas semanas testando coisas mais uma novidade foi meu tio que juntou ele e todos os seus amigos para o ajudarem em fazer uma fogueira que desse todos, já que os dias de frio estavam chegando.

Nem eu sabia que no México fazia tanto frio, talvez seja porque não estou acostumada em Miami esta sempre calor.

—hoje será mais um daqueles dias. Meu tio falou referindo-se ao frio, entrando em casa e retirando suas botas.
—isso é frio demais para mim.
—esse ano realmente está pior, tome um banho cedo e coloque uma roupa quente.
—não tenho roupas tão quentes assim tio.
—pegue uma jaqueta do James, ele tem várias.
—melhor não mexer nas coisas dele.
—ah bobagem, tome um banho e coloque rápido, acho que vou fazer uma pizza hoje.
—mesmo? Vai por muito queijo não é?
—para quem só comia folha. Ele riu e eu subi para tomar meu banho.

Tenho que falar foi pior que os banhos do Rico, a água estava terrivelmente fria.
Sai parecendo um boneco de neve de tão gélida, coloquei uma linda calça rosa de pijama e uma blusa e ainda assim tremia. Dei um pulinho do guarda-roupa de James e peguei uma jaqueta preta. Ficou parecendo um vestido o que era ainda melhor.
—Que cheiro maravilhoso!!! Desci as escadas impressionada.
—ainda nem coloquei os temperos.
—que maravilha, a Ana está tentando me ajudar a cozinhar.
—então quer aprender a cozinhar?
—bom, o James sempre fala que eu não sei fazer nada além de gastar e reclamar, tenho certeza que quando provar da minha comida... já posso ver a cara dele de quem estava errado.
—é difícil fazer essa cara. Ele sorrio logo em seguida.
—tio, por que... ele quase não aparece mais em casa?
—ocupado com as coisas do vinhedo, me passa esse tomate.

Dei e a porta abriu.
—Chegou bem na hora.
—preciso de um banho.
—estou fazendo sua pizza favorita, deu tudo certo lá?
—sim, quase soquei a cara dele.
—que bom que não terminou.
—desgraçado. Ele passou a mão na nuca e depois me viu usando sua roupa, acho que fingiu que não ligou ou não me viu e subiu.

Minutos depois Lorenzo chegou e entrou trazendo vinho.
—opa, parece que adivinhei. Entrou e veio até mim e me deu um beijo, James estava descendo e sua expressão... eu não sabia bem decifrar.
—Eai irmão, tudo certo lá?
—foi tudo bem.
—vamos beber amanhã? Para comemorar?
—estou ocupado.
—não fique um rico igual meu pai, sem tempo em ou terei que te dar uma surra.
—otario. James foi sentar na sala ligou a tv e esperou a comida ficar pronta. Trocava conversa com Lorenzo e finalmente ficou pronto.

Eu emburrei um baú que mais parecia um centro para o meio da pequena sala e coloquei as duas pizza. Estavam com uma cara tão boa.
—vou pegar o vinho Lorenzo levantou e eu já fui pegando a pizza que estava parecendo brasa de tão quente.
—Ai!
—Não sabe ter paciência? Tá morta de fome? James retirou o pedaço da minha mão.
—Não ver que tá quente!
—Isso foi para ajudar ou para insultar?
—tanto faz. Ele acomodou-se novamente no sofá e Lorenzo trouxe o vinho e as taças.
—que grito foi esse loirinha? Colocou vinho pra mim e me deu um selinho logo em seguida.
—ela não consegue evitar ser tola.
—a casa estava mais agradável quando você estava ausente.
—uma pena a casa ser minha né.
—é uma pena mesma.
—já acabaram? Meu tio perguntou aproximando.

Lorenzo e ele conversaram tanto enquanto eu só conseguia me questionar o porquê de James estava tão distante.
Pensando nele, James levantou e saiu e não voltou mais.
Fiquei me perguntando onde ele estava e quando me dei conta Lorenzo levantou.
—já está na minha hora.
Ele se despediu e fui com ele até a porta.
Colocou meus cabelos para trás e começou a me beijar. Sinceramente estava longe de ser um beijo ruim, mas...

—não quer ir para a casa comigo? Minha cama é grande.
—vou ficar aqui essa noite.
—certeza? Ainda tem tempo de desistir, amanhã vamos comprar algumas roupas de frio pra você.
—tá bom.
—rosas e com brilhos.
—ótimo.
Passou as mãos pelos meus cabelos outra vez mais um beijo e foi embora.
Mas onde James estava?