Meu pior castigo

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Hailey engoliu seco reprimindo todas suas vontades e falou.
—se quiser ficar fique, mas não vou transar com você e saía antes do sol nascer.
—se alguém escutar você falando assim vai achar que é você quem manda na relação.
—não é?
Hailey deitou de costas pra ele e James passou a mão por sua barriga e a puxou para perto.
—tá pensando em me evitar?
—na verdade estou sim.
Os dois estavam falando quase sussurrando para ninguém na casa escutar.

—vira, olha pra mim.
—não quero, você saiu, não me disse nada e volta de madrugada cheirando a cachaça barata.
—a cachaça barata não veio de mim.
—não importa.
—olha pra mim.
Ela pensou até que virou-se para ele
—não quero outra mulher além de você meu amor, nenhuma outra vai ser tão chata do jeito que eu gosto.
—o que estava fazendo?
—precisava arrumar as coisas com o Lorenzo.
—por que demorou tanto?
—ele também é cabeça dura, achou que eu estava fazendo algo de errado?
—eu não sei, você não tem um histórico muito bom.
—precisa confiar em mim, não vou trair você com nenhuma outra pessoa.
—tudo bem, só quero ficar com você, assim bem pertinho.
Ela se ergueu mais na cama e deu um beijinho em James.
—posso te pedir uma coisa?
—diga.
—diz que vai fazer.
—não sei hailey.
— é importante.
—diga estou perdendo a paciência.
—pode não ficar batendo de frente com meu pai?
—eu não pensei em fazer isso.
—você não pensa James, só fala e faz o que vem a cabeça.
—peça pra ele não implicar comigo.

—quero que você não o implique.
—prometo que não vou.
—vai tomar um banho, tá com cheiro de... que cheiro é esse? Acetona?

***

—bom dia família! Hailey disse animada, na cabeça dela estava surgindo a ideia de questionar seus pais se teria a possibilidade dela fazer outra coisa na vida que não seja administrar a empresa, sentia que não podia ficar longe de James e já estava costumando com a fazenda. Parando para pensar, faz tempo que não se importa se seu Instagram tem mais seguidores ou que marca lançou uma bolsa nova.

—bom dia, acordou animada. Seu pai falou e beijou-lhe a testa.
—e o meu? Hailey abraçou a mãe e sentou.
—é assim que acorda aqui? Que empolgação! Leoni falou e o tio respondeu:
—ultimamente ela está ótima.
—Ainda não tira o leite antes de ir estudar, mas já não morre de fome. James falou aparecendo na cozinha.

—ah já não morre de fome? Que avanço.
—farei um maravilhoso café da tarde para nós.
—não empolgue no maravilhoso. James alfinetando mais uma vez.
Ela chegou pertinho dele disfarçadamente e falou sussurrando.
—tá me implicando por quê?
—você quem pediu.
—que?
—não fique perto de mim, vão pensar que eu namoro você. Disse e saiu de perto deixando ela se mordendo de raiva.
—soube que está trabalhando.
—sim. Disse orgulhosa.
—está quase sendo demitida. James falou.

—ja? Seu pai questionou.
—ele tá brincando, eu faltei algumas vezes, mas já resolvi.
—e faltou por quê? Perguntou curioso.
—alguém mais quer café? O tio dela entrou na conversa mudando o foco.
—eu quero. Sua mãe falou.
—faça um pra ela minha filha. Seu tio lhe deu um sorrisinho e hailey foi ligar o fogo.

—meu cunhado me contou que a vinícola anda muito bem James.
—ainda estou me preparando para mais uma safra de uva.
—já fez testes das anteriores?
—vários, tenho compradores à vista.
—isso é maravilhoso, deve esta de alta qualidade.
—sim, cultivadas com os melhores produtos e são muito bem cuidadas, da temperatura até as mínimas coisas.
—é ótimo que já tenha algumas safras em barrica.
—barris de carvalho francês.
—um sonho de consumos para todos os enólogos.
—certamente, preso pela qualidade não me importo em fabricar grandes quantidades, gosto do exclusivo.
—em breve terá sucesso.
—concordo.

—café saindo!!! Hailey anunciou e logo gritou tocando no ferro da panela quente.
James deu passos apressados até ela e colocou conduzindo suas mãos até a água da torneira na pia.
—Machucou? Vamos passar uma pomada ou vai crescer uma bolha, espera...
—tá ardendo...
James apressado pegou a pomada em uma das gavetas e hailey percebeu de relance a cara dos outros.
—James... disse baixinho.
—tá melhor?
—james... cutucou seu pé. Até ele se tocar.
—qualquer pessoa ajudaria outra nessa situação.
—você não. Ele olhou pra ele, sabia que aquilo era verdade, se não gostasse tanto dela seu dedo poderia ter sido dissipado que custaria mover uma palha.

—por que você é tão tonta?! Disse em voz alta.
—a canela estava quente.
—é óbvio que estava quente se a colocou no fogo, você nunca deixa de ser...
—tá bom tá bom, querem ir lá fora? Vamos dar uma volta na fazenda, tem muita coisa pra ver.

Eles levantaram das cadeiras meio sem entender, mas foram.
James colocou suas botas, chapéu e foi trabalhar.
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