Meu pior castigo

Tarefas a fazer!

—que horas meu tio chega?
—por quê? Vai pedir pra ele te ensinar a tomar banho?
—aí você nem me conhece qual sua implicância comigo?
—só não gosto de gente como você.
—gente como eu?
—pois é. Disse retirando as botas e começou a desabotoar a camisa.
—ser rica é um problema pra você?
—longe disso, Aliás é o que todo mundo busca, mas ser rico e não ter caráter são coisas diferentes.
—você está me chamando de sem caráter? Fui ficando nervosa de novo! Aliás não teve um minutos desde que pisei aqui que não estou a flor da pele.

—foi o que eu disse ou não é boa em interpretação?
—não tem o direito de me julgar sem me conhecer! Menos um botão nessa maldita camisa.
—estou mentindo?
—claro que está!
—por acaso você está aqui atormentando meu sossego por quê?
—como as notícias correm rápido.
—só as ruins, sabe o que é mais impressionante?
—não.
—é o fato da minha realidade ser um castigo pra você, cada coisa...
—você acha que isso aqui é vida? Mal tem energia nessa casa!
—e vai ficar pior.

—como assim vai ficar pior? Isso aqui já está horrível não tem como estar pior!
Vimos um raio iluminar todo o lugar de tão perto que caiu e depois um estrondo do trovão.
Dei um grito e a tela do meu celular acendeu, não entendi o motivo, mas não estava mais carregando. Intrigada tirei e coloquei novamente e não funcionava de forma alguma.
—essa merda queimou? Não, não, não!
—viu, pode piorar.
—PODE PARAR DE FALAR COMIGO! IDIOTA!
—pode usar o fixo.

Fiquei uma vida lamentando o carregador que queimou e me dei por vencida, sabendo que aquele era o pior dia da minha vida! Subi para o meu quarto quando deitei minha cabeça no travesseiro e passei a coberta por mim se quer fechei meus olhos a imagem dele retirando a camisa surgiu em um flash. Quando percebi levantei de uma vez e comecei a me repreender.
—não! Não! Não! Nem pensar! Ele é um caipira arrogante que só sabe... limpar cavalos e currais! Não e não! Ele não é bom o suficiente pra você! Voltei a deitar e demorei um século para dormir.

JAMES ATIVO

—meu filho, você falou com o fornecedor ontem?
—falei com aquele pilantra, irá entregar hoje à tarde. Disse enquanto comia e olhava o sol nascendo pela janela.
—cadê a pantufa?
—James deixe ela descansar um pouco é tudo muito novo pra ela.
—novo ou não quanto mais cedo aprender melhor, aqui não é uma colônia de Férias.
Levantei da mesa e subi as escadas. Coloquei a mão na maçaneta e girei entrando no quarto que por sinal estava uma bagunça de tanta roupa incluindo uma rosa cheia de .... Sei nem um adjetivo pra isso. Levantei a panela que segurava e uma colher de madeira aproximei da cama e comecei a tocar. Ela forçou a abrir os olhos e continuei batendo até ela acordar.

—O QUE É ISSO? PARA COM ISSO!
—bom dia aurora, deixa eu perguntar você gosta de leite?
—me acordou pra saber se gosto de leite seu imbecil!
Olha essa cara amassada...
—gosta ou não?
—claro que gosto! No meu café!
—então levante-se que está em falta, acabei de notar.
—idai? É só comprar!
—você sabe que é um animal quem produz não é? Ou acha que é a caixa do supermercado que dar leite?
—não me enche!
—levanta agora sua mimada ou eu vou te colocar pra dormir no chiqueiro. Disse saindo e escutei-a gritar jogando um travesseiro
—VAI EMBORA!
Mimada.