Capítulo 21: Parte 1: O rei dos ratos

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Bem, eu pensei bastante sobre este capítulo, quando comecei a escrever esta histórias, alguns fatos ainda não tinham ocorrido na vida real, por este motivo eu tive que modificar um pouco a história, para que quando chegasse aqui, isso pudesse ocorrer como vocês lerão.

A música sugerida é Rei dos Ratos - Kamaitachi, recomendo que ouçam, combina muito bem.

A propósito boa leitura.

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POV

Seng

Estou sentado na cadeira que antes era da pobrezinha da Freen, coitada, agora eu tenho tudo que era dela. Se o merdinha do meu pai pudesse me ver agora, mas ele achou por bem que eu não merecia mais fazer parte de nossa família. Velho imbecil. Eu conquistei tudo isso, tudo isso é meu. Sem mim Freen não chegaria até aqui, sem mim esta empresa não existiria. Eu me levanto e olho os carros passando lá fora, eu consegui.

Caminho até o espelho que fica do lado direito da parede, eu me encaro, estou sorrindo, eu consegui o que eu queria. Meu terno cinza de vinte mil dólares, meus sapatos, esta empresa inteirinha, eu sou agora o rei. Toda a cidade se curvará a mim.

Este caminho já estava traçado, eu sou o que sou por mim mesmo. Me lembro da pobre da minha mãe, retirando meu pai do chão, bêbado como um porco, fedendo sempre a álcool. Me lembro de que todas as vezes que ele chegava, um maldito porco imundo, me espancava, me batia. Eu fazia questão de não chorar. Eu fazia questão de sorrir. Então ele me batia ainda mais. E eu o provocava, fazendo barulho de porco e ele me batia outra vez.

Lembro das vezes que ele estava tão bêbado que não conseguia nem se levantar, eu dava chutes em suas costelas, ele ficava bravo, tentava se equilibrar, não conseguia. Algumas vezes ele se levantava e tornava a cair. Era tão divertido. Certo dia, minha mãe viu. Disse que era errado, que eu não poderia fazer aquilo. Eu gritei com ela, como ela podia defender aquele porco imundo? Depois de tudo que ele fez? Todo aquele tempo.

Eu ia para a escola porque não havia nada mais que eu pudesse fazer para me divertir, em casa eu tinha tudo, era entediante. Era sufocante, computadores, videogames, piscina, empregados que faziam tudo que eu queria. Chato, chato, chato. Eu gostava de desafios. Então eu ia para a escola e eu era rei também lá. No entanto, a maioria das pessoas não conheciam minha verdadeira personalidade. Eu me escondia como em uma carapaça. Fingia chorar quando um garoto revidava, só para ver os professores terem pena de mim. Trouxas.

Quando Rebecca entrou na escola, ela era fácil de manipular, eu a conhecia desde bem pequeno, nossos pais eram amigos. Eu sabia que a família dela era um pouco problemática, ela era uma espécie de garota rebelde, eu ofereci meu ombro e algumas ideias. Foi fácil. Eu falava, ela repetia, como um gravador. Vulnerável, o problema era Richie, sempre desconfiado, mas durante muito tempo eu consegui manipular ele também. Outro trouxa. Eu era o rei da escola, o rei da minha casa.

Minha mãe era tão imbecil, tão mole, pobrezinha, aliás ela ainda é. Bastava papai pedir desculpas no dia após tudo que ocorria e bastava para que ela o perdoasse. Imbecil, fraca, com o tempo eu vi que se ela achasse que eu sofria de algum distúrbio psicológico ela ficava do meu lado, então eu gritava, fingia surtar do nada, quebrava coisas. Rapidamente eu tinha o que eu queria. Era lindo. Era maravilhoso.

Depois de algum tempo, já formado no ensino médio, fui trabalhar com o Grupo Armstrong, vi grandes chances por lá, tentei dar o meu melhor, no entanto, eles eram certinhos demais. Por causa de um pequeno desvio, que seria revertido em seguida em um retorno milionário, eles me demitiram. Babacas.

Meu pai parou de beber, já mais velho, passou a frequentar o AA, fazer terapia. Mas não deixou de ser um porco imundo. Eu nunca o vi forte, agora então, menos ainda, ele me pediu desculpas pelas coisas que fez a mim. Eu o indaguei sobre o que seria, ele disse que era sobre me bater, chegar bêbado em casa, não cuidar de nós como um bom pai. Eu apenas respondi que isso me tornou mais forte, me fez ser quem sou. Eu nunca me importei com ele me batendo, eu gostava, isso me fortalecia. Sou um homem hoje em parte por isso.

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