Subi correndo pra boca quando os cara alertaram que tinha um problema.
Tenho que resolver rápido e ir pra casa, porque agora o pai é responsável né, não pode demorar muito.
Coringa : qual foi aí ? - chego logo perguntando e os cara fica na alerta.
Tem que ser assim mermo.
Th : patrão problema lá no postinho, do assunto é sério. - ele fala.
Coringa : manda o papo logo th - falo.
Th : você conheceu a Ana ? - ele pergunta e eu concordo.
Coringa : sim pô , a mina tava grávida, trabalhava lá na lojinha da Jéssica. - falo.
Th : infelizmente ela faleceu no parto - ele fala- ela era muito nova, e não conseguiu - eu fiquei sem reação.
A mina era responsa meu, mesmo grávida ia trabalhar todo dia.
Coringa : porra - falo - e o bebê?
Th : a bebê - ele fala - ela tá lá no postinho - ele fala - as enfermeiras tão cuidando dela, dando leite de algum jeito lá, mais ela não pode ficar lá.
Passo a mão na cabeça pensando no que fazer .
Coringa : mais ela não tem ninguém pô?
Th : não - ele fala - o pai da criança morreu - ele fala - familiares perguntando para uma das amigas dela, e ela falou que ela não tem contato com ninguém, que todos abandonaram ela.
Coringa : porra, e ninguém pode ficar com a menina? - pergunto.
Th : acho que não né - ele fala.
Rb : fala mano. - ele fala chegando e fazendo um toque comigo. - e o Luís?
Coringa : tá lá dormindo - falo - tá sabendo ?
Rb : tô pô - ele fala - cê sabe vei, não tenho jeito com criança, não sei nem cuidar de mim, imagine de uma. - ele fala. - e ela tá muito novinha pra mandar pra adoção.
Coringa : não vai levar ninguém pra adoção. - falo - a Duda vai me matar, mais eu vou levar ela pra casa.
Th : caralho mano, tu é corajoso em - ele fala - acabou de ter uma cria e vai cuidar de outra?
Coringa : vou - falo - a bebê é recém nascida, precisa de pessoas que cuidem bem dela, não podemos deixar ela na mão de qualquer pessoa, eu sou bandido mais tenho coração, ainda mais que agora eu sou pai - falo - e a Duda tem leite né - falo.
Rb : tô ligado. - ele fala - vou pedir uma cria a tua irmã. - ele fala e eu dou um tapa na cabeça dele, e ele resmunga.
Desci correndo pro postinho, pedi para me levarem para a sala onde ela estava.
Encontrei ela dormindo no bercinho, ela é linda demais, me apaixonei.
Vou levar pra casa mermo.
Conversei direitinho com o pessoal do hospital, em relação a mãe dela, vai ter o enterro e tals, a menina como não tem ninguém, vem comigo.
Me bateu um aperto no coração, papo reto, imagina você se preparar por nove meses, e acabar não conhecendo a sua filha, pesado.
Agradeço a Deus pelo.paryo da minha mulher ter dado tudo certo, não sei viver sem ela.
Peguei ela do bercinho com todo cuidado do mundo ela tava enrolada em uma manta branca, apenas com a cabecinha de fora, pequenininha, papo reto dá até medo de pegar.
Ela começou a chorar, ela ainda estava com os olhinhos fechados.
Acalmo ela como eu acalmo o Luís, e deu certo.
Peguei meu celular do bolso e com cuidado liguei pra um vapor meu, pedi, para ele trazer o carro.
As enfermeiras me falaram que ela já tinha feito o exame do pezinho, e me deram uma bolsa rosa, igual a bolsa que a Duda trouxe pro Luis, só que toda rosa.
Deve tá com roupa né.
Meu vapor avisou que tinha chegado, sai e entrei no carro com cuidado com ela, e ele me deixou em casa, entrei com todo cuidado do mundo.
Papo reto, segurar um bebê é a coisa que eu mais tenho medo.
Subi as escadas de vagar, e entrei no nosso quarto, encontrei a Duda sentada na cama de perna de borboleta, a Amanda sentada na cadeira, o Luís deitado no ninho do lado da Duda, e a minha mãe sentada na cadeira, e o Lucas na cama assistindo no celular.
Muita informação.
Duda : oxe Arthur? - ela fala após perceber o que eu estava segurando - uma bebê?
Coringa : calma que eu vou explicar. - falo indo até a cama com a bebê nos braços - bom, você chegou a conhecer a Jéssica?
Duda : sim - ela fala olhando para a bebê - que que tem ela?
Coringa : ela infelizmente acabou falecendo no parto. - falo e a Duda faz uma cara de surpresa - não tem ninguém pra cuidar da bebê, ela não tem família e o pai morreu.
Amanda : putz - ela fala.
Duda : meu Deus. - ela fala - pode me dar ela? - ela pergunta e eu concordo, entrego a bebê nos braços dela. - que lindinha.
Coringa : é pô, não podemos deixar ela na mão de qualquer um, e você tem leite materno - falo.
Solange: você pensou direitinho meu filho. - ela fala levantando - deixa eu vêr essa coisa fofa. - ela fala levantando e vindo vêr.
Lucas : eba, mais um bebê - o Lucas fala e nós demos risada.
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