Capítulo 24

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Boa Leitura

Safira

Acordo lentamente sentindo uma dor de cabeça terrível junto com um incômodo na barriga. Murmuro um gemido de dor enquanto tento me sentar na cama, suspiro assim que consigo. Observo lentamente para saber onde estou, e percebo que é o quarto meu e de Heitor.

Estou em casa.

Constato também que está tudo escuro e a única luz do ambiente é a lua, pela escuridão talvez seja de madruga. Miro minha visão no relógio da estante ao lado da cama e tenho certeza, exatamente às 03h00 da madrugada. Meu olhos pesam de cansaço, contudo sei que não vou conseguir voltar a dormir tão rápido assim. A atenção à minha volta me faz estremecer quando advirto aquela sensação, os olhos fixos em mim em algum lugar desse quarto. Procuro pelo causador e em meio a escuridão no canto da parede do quarto, acho quem eu procurava. Não consigo vê-lo exatamente devido ao escuro, a luz da lua não chega nessa distância. Mas sei que é ele.

- Heitor. O que aconteceu? - pergunto a verdade, realmente não sei o que aconteceu. Eu simplesmente me senti fraca e desmaiei.

O barulho dos passos seguidos da respiração fraca se aproxima. A cada passo seu mais minha visão fica nítida para avaliar sua aparência. E diante de tudo que observo nele, só posso dizer o quão cansado e abatido está. Não o vejo assim desde aquele dia que acordei do hospital depois de ter escorregado na escada. Mas isso faz tantos anos, não imaginaria que voltaria a ver essa sua expressão. Meus dedos ficam nervosos enquanto penso no que devo fazer. Heitor não respondeu à minha pergunta e pelo seu estado atual é difícil pensar o que ele vai fazer. O vi assim apenas uma vez e posso dizer que não foi bom.

- Está bem? - ouço a voz grossa e potente, mais grossa que o normal. Pisco alguma vezes para assentir.

- Sim, estou bem. Apenas com uma dor de cabeça, mas não é nada demais - responde e observo quando se senta ao meu lado.

- Bom - sua mão se move em direção ao meu resto e instintivamente me afasto e ele trava a mão no ar. Pisco algumas vezes e volto à minha posição anterior, deixando-o me tocar.

Heitor move seus dedos grossos e firmes em minha bochecha, faz um carinho gentil e caloroso. É diferente do que costuma fazer, sempre tem algo sensual, malicioso ou possessivo. Mas dessa vez, só tem gentileza. Fecho os olhos apreciando sua mão acariciando minha bochecha, pescoço e cabelos. Sua mão deslizada para todo a superioridade do meu corpo. E é bom. Eu gostei e cheguei a relaxar, coisas que não fazia há um tempo com ele. Abro os olhos quando miro sua expressão séria e com aquele olhos azuis suaves. Pego em sua mão e tiro do meu rosto. Faço um leve barulho na garganta, limpando e tentando mudar um pouco o ambiente.

- O que aconteceu? - pergunto novamente e dessa vez prezo para ser respondida.

- Você desmaiou na festa - sua voz calma e serena me deixou nervosa. Ele está muito calmo, mais do que o costume. - Trouxe você para cá e o médico veio, está tudo bem agora - responde e eu suspiro aliviada.

Talvez foi o estresse.

- Mas agora, você não vai mais sair desse quarto - comenta e eu arregalo os olhos em completa confusa.

Heitor se levanta me deixando perdida, tento me levantar, mas uma dor aguda veio na barriga. Gemo de dor e volto a sentar, suspiro pela dor ter diminuído e quando olho para cima encontro os olhos sérios de Heitor me avaliando. Aqueles olhos. Azuis frios dominantes. Sinto medo e pavor. Novamente aquela sensação de perigo e medo em apenas um olhar.

- Heitor–

- Você vai ficar aqui no quarto, qualquer coisa que quiser é só pedir. Todos os dias, 4 vezes por dia, será dada uma refeição para que se alimente. E minha mãe também vai começar a te visitar com frequência. - explica e fico completamente perdida.

OBEDEÇA-ME, SAFIRA! - Romance DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora