Capítulo 31

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Boa Leitura

Safira

- Safira, Safira! - ouço a voz alta de Margarida, sua voz é eufórica e bem animada.

Saiu do quarto depois de ter dobrado os lençóis da nossa cama. Sim, nossa cama. Eu e a Margarida estamos dormindo juntas, Aila preferiu assim, pois sentiríamos mais seguras. E é claro, apoiamos a ideia. Vejo a jovem mulher com uma barriga grande de 7 meses. Diferente da minha que não parece nenhum pouco com uma gravidez de 5 meses, é apenas uma protuberância. O que dá jus com a diferença do nosso estado de saúde. A morena consegue fazer tudo e não se cansa, é bem animada e não sente enjôo, já no meu caso, por mais que a ânsia e os vômitos tenham diminuído, sinto dores frentes na barriga e pernas. Fico de cama quase o dia inteiro.

- O que foi? - pergunto, acariciando o bebê que não para de dar chutes.

- Chegou nossas novas identidades. Aqui a sua - ela me entrega o envelope branco que está escrito nosso endereço e o nome no topo de Aila.

Um pingo de esperança cresceu em meu peito, estava ficando preocupada. Aila saiu de casa faz uma semana e não retornou, a última vez que tivemos notícias foi a mensagem que apareceu no meu celular descartável, e isso foi a dois dias. Não chegou a explicar muito o que iria fazer, mas Margarida chegou a me explicar melhor que ela saiu para espalhar pistas falsas em outros estados. Mas isso faz uma semana, droga. Estou preocupada.

- Hey, pare de fazer essa cara. - comenta a morena que faz um leve carinho em minhas costas, tentando me confortar. - Ela está bem, confia. - vejo seu sorriso, mas, percebo que está um pouco tensa. Sorriu também concordando.

Percebi que Margarida é assim, gosta de ser otimista mesmo quando está preocupada também.

- Vamos abrir juntas - comento e assente animada, fomos pra sala juntas e sentamos no sofá. Rapidamente Margarida rasga o papel e já eu, abro com delicadeza. A jovem espera para virar a identidade juntas e assim que termino de abrir. Contamos até 3 e viramos.

- Rose Fernandez. Que nome diferente - diz dando risada e mostrando pra mim.

- A sua é bonita, já o meu... - mostro pra ela que sorri.

- Não é feio, é diferente. Achei interessante - comenta rindo e pego o travesseiro jogando nela que desvia e se levanta rapidamente indo pra cozinha ainda rindo.

- Lilica Bianchi. - murmuro com meu novo nome. E dou um sorrisinho, não é feio se parar para se acostumar. Vou para a cozinha ajudar Margarida no almoço.

Desde que cheguei aqui aprendi a fazer um pouco de tudo, desde o básico na comida e limpeza. Margarida me ajudou muito. E quanto mais tempo passamos juntas, mais eu a conheço e sei até um pouco de sua história. O que é bem triste pensar que ela é órfã. Me recordo quando me contou, estávamos na cama juntas preparadas pra dormir no primeiro dia que chegamos.

Lembranças...

- Ainda está triste? - pergunta após se sentar na cama e eu penteio meu cabelo.

- Não é triste, é difícil pensar que sou órfã agora. Se bem que eu nem ao menos me lembro dos rostos deles. - solto um sorriso vazio de frente ao espelho e Margarida percebo.

- Sabe...eu também sou órfã - comenta e me surpreendo olhando para trás. Sua cabeça está para baixo e abraça suas pernas. - Meu pais morreram quando eu tinha 10 anos, em um acidente. Não tinha nenhum parente de sangue, claro, fora minha avó, mas ela estava em um asilo devido o alzheimer. Meus pais e eu visitavam com frequência. - ela para e se encolhe ainda mais nas próprias pernas.

OBEDEÇA-ME, SAFIRA! - Romance DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora