Capítulo 35

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Boa leitura

Safira

- Meninas? - ouço a voz de sono da morena, ao se levantar agarrando nas paredes. Aila se levanta e se aproxima tentando ajudá-la, porém Margarida se afasta e em seguida me encara.

- Não precisa ficar receosa, Margarida. Aila está do nosso lado. - explico e ela pisca algumas vezes e a encara bem, como se quisesse procurar algum vestígio de maldade ou mentira.

Segundo depois, a jovem mãe segura em um dos braços de Aila, a surpreendendo. Dando a certeza que agora confia. Guia a morena segurando quase todo seu peso até o sofá onde estou sentada, com muito cuidado se senta e suspira aliviada. Nossa salvadora vai até a cozinha e retira da geladeira uma melancia, a mesma que estou comendo. Enquanto prepara o prato, decido conversar.

- Aila está ao nosso lado. Me explicou que o email era na verdade uma carta em aberto, fui tudo um mal-entendido - comento e sem me olhar assente. Parecendo perdido em seus pensamentos, pego em sua mão e a faço me olhar.

- Desculpa ter causado aquele pânico, realmente sinto muito. É que eu fiquei tão desesperada e com medo de ser enganada, traída e principalmente ser usada novamente. Não pensei direito e eu fiz você passar por toda aquela dor...Me perdoe - explico encarando seu rosto de modo séria e arrependida. A mesma suspira e sorri fraco.

- Não te culpo, Safira. Possivelmente eu agiria da mesma forma se fosse você. - ela aperta minha mão e continua a falar - Por mais que queiramos confiar novamente, é difícil quando vemos algo que coloca tudo à prova. Pode ser um mal-entendido que na hora não pensámos em procurar por respostas, saber o que aconteceu ou perguntar diretamente à pessoa. - explica e eu concordo com tudo. Não procurei saber o motivo, na minha cabeça apenas acionava o sinal vermelho do medo e raiva.

- Não consigo deixar de me sentir culpada por acelerar o nascimento de Angélica. - me sinto cabisbaixa.

- Não se preocupa, todas nós sabemos que ela iria nascer aqui em casa. Uma hora ou outra... Só não sabia que seria doloroso - faz uma careta lembrando. E começo a ri, rimos juntas. Aila se aproxima com a melancia e outras frutas.

Eu e Margarida nos olhamos e como se transmitissimos nossos pensamentos, rimos para Aila e rapidamente pego em sua mão e a puxo para se juntar a nós. A mais alta se surpreende e quase deixa cair a bacia de frutas.
Naquela tarde riamos sem preocupação. E decidimos não contar nada para Margarida sobre a estória. Não sei como reagiria ao saber mais da crueldade da família Black.

Principalmente de seu marido, David.

2 meses depois

- Força, Safira! - grita Margarida que está atrás de mim, segurando ambas aos minhas mãos e me orientando no parto. - Mais uma vez, amiga.

Me sinto zonza e com muita dor na minha íntima. O suor, lágrimas, medo e dor é o que me definia no momento. Minhas pernas tremiam ao tentar deixá-las abertas tamanho era minha atual fraqueza. Meus gemidos roucos e voz cansada. Eu não aguentava mais. Quantos tempo se passou? Por que meu bebê não nasce?

- Estou cansada, me deixe descansar, por favor - imploro sentindo a vontade de fechar os olhos. Noto a morena encarar Aila assustada, que se afasta das minhas pernas e se aproxima do meu rosto, agarra com força minhas bochechas com uma mão e me força a olhá-la.

- Escuta, Safira! Você vai fazer força quando nós mandarmos. Se você dormir, seu bebê morre, entendeu! Não pode desmaiar. Tem que ficar acordada ou eu juro que vai se arrepender disso - sua palavra carregam tudo, absolutamente tudo que poderia imaginar. E seus olhos transmitiam preocupação e raiva. - Entendeu? - não conseguia responder tamanho era meu estado atual. - Eu perguntei se entendeu!? - sua mão aperta minha bochecha e eu gemo de dor.

OBEDEÇA-ME, SAFIRA! - Romance DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora