Capítulo 26

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Boa Leitura

Safira

- Me larga, Heitor! - me esperneio em seu colo à medida que sou carregada de volta ao quarto.

Ao adentrar o local, ele me colocar com delicadeza na cama. Nesse momento, diante do meu ato quase chuto seu rosto se não fosse pela sua mão que segurou meu pé. Fico com raiva por ter errado o chute, mas rapidamente recolhi o pé ou ao menos tento quando sou puxada para que meu corpo fique mais perto do seu, o quê me fez soltar um gritinho de susto quando sobe encima de mim. Em nenhum segundo tiro a expressão de raiva ao encarar seu rosto.

- Vai fazer o que? Me bater? Por que só está faltando isso - pergunto sem ao menos pensar duas vezes.

- Jamais bateria em você, bem, no sexo talvez - responde pensativa e me esperneio novamente. Sem surgir um mínimo efeito.

- Você me enjoa, sai! Seu cheiro, sua presença, sua voz, tudo em você me faz ter vontade de vomitar - grito e ele diminui o aperto assim consigo me livrar de suas mãos. Me levanto rapidamente e vou ao banheiro correndo, e fechando a porta.

Lavo o rosto e esfrego com força para que seu toque suma. Não sei o porquê disso, esse nojo repentino e raiva. Se isso for sintoma de gravidez é intenso demais. Não vai ser bom se continuar assim. Suspiro e inspiro várias vezes para diminuir a ânsia. Miro no espelho meu reflexo, estou mais magra e isso me preocupa. Deveria engordar. Toco a barriga por cima da blusa fina que estou usando e sinto a dureza e inchaço no local, provando que tem um ser crescendo. Sento no vaso e fico aguardando, não sei se ele vai embora ou não, mas ficar dentro do banheiro é melhor do que vê-lo.

Não sei quanto tempo passou quando adormeci sentada com a cabeça encostada na pia. Era desconfortável, porém, depois de muito tempo finalmente consegui dormir. Talvez eu tenha ouvido o barulho de algo sendo aberto e a da porta rangendo. O toque quente em minha testa quando afasta meu cabelo. O cheiro forte mas que traz consigo um sentimento de proteção, que será capaz de me proteger de tudo. Ah, isso tudo é tão contraditório.
Sinto meu corpo ser erguida e tento abrir os olhos, contudo, o cansaço é maior. Já deitada na cama, os lençóis e a maciez do travesseiro, em seguida ouço os passos se distanciarem. Relaxo, por fim adormeço.

Horas depois

Acordo sentindo um enjôo enorme e uma dor no corpo, tento correr para o banheiro mas meu corpo está tão dolorido que eu vômito no chão. Apoio meu braço na mesinha do lado cama e coloco minha cabeça encima do braço enquanto minha visão embaçada pelas lágrimas fitam todo o vômito, mas não sinto nojo até porque todo o líquido é composto por algo transpartente. Dando a impressão óbvia que não me alimentei.
Com a cabeça martelando de dor consigo me levantar, piso com os pés descalços encima da sujeito que fiz e caminho quase tropeçando nos meus próprios pés em direção ao banheiro. Ligo a torneira e à medida que a água cai, meus olhos se fixam no meu reflexo no espelho pequeno da parede.

Estou pior.
Estou piorando aos poucos.

Meus lábios ressecados abriu um corte enquanto dormia e o sangue seco grudou em minha pele. As orelhas pretas envolto dos olhos que estão frios e sem vida. Meu cabelo sem aquele brilho e todo quebradiço. E minha pele, tão pálida que poderia ser confundida com papel.
Essa aparência me lembra um cadáver, um defunto morto a bastante tempo. Pisco os olhos e lavo meu rosto, limpo inclusive o sangue seco. Sinto um latejo forte na barriga repentinamente, murmuro um gemido de dor. Quando penso que já passou, sinto outro e outro. Sucessivamente.

De modo súbito quando me afasto da pia a dor passa, e meus olhos recai no espelho grande ao lado da porta. Admiro meu corpo de longe. E atento que está mais magro que o costume, consigo ver minha clavícula, o osso que fica acima do busto mais profundo e visível. Olho para minha barriga pelo reflexo do espelho e engolindo em seco puxo a blusa de alcinha fina. Vejo os ossos da minhas costela aparecendo e junto com ele vi o que quase me fez gritar. Manchas. Noto manchas em formas de varizes pretas em toda a extensão da minha barriga. Me aproximo do espelho e toco essas manchas, são grossas e o toque não é doloroso, mas essas manchas.

OBEDEÇA-ME, SAFIRA! - Romance DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora