32- Paz

68 6 8
                                    

Pov Akira

- Akira!

Ouvia meu nome sendo gritado e tentei levantar a mão mas parei ao sentir uma dor forte no braço, já que ainda estava machucado.Ray percebeu o que eu iria fazer e abaixou a máscara de oxigênio, a deixando em meu queixo.

Senti um peso no meu corpo e vi que era Emma me abraçando, eu sorri suavemente e coloquei a mão livre nas costas dela, retribuindo o abraço da forma que conseguia.

- Você não deveria ter se jogado na minha frente...

Emma sussurrou enquanto separava o abraço e dava lugar pras crianças pequenas se agarrarem em mim, Thoma e Lanni estavam grudados em mim que nem chicletes e Jemima tocando em mim com uma expressão aliviada.

- Deu tudo certo, eu estou viva.

Eu falei, minha voz saia baixa e um pouco rouca.

- Bem vinda de volta, pirralha.

O velhote disse e fez sinal pras crianças se afastarem, o que elas obedeceram um pouco relutantes, veio pro meu lado e colocou a mão sobre a minha.

- Velhote...

Eu sussurrei e sorri novamente, fechando os olhos.

- Yuugo.O meu nome é realmente Yuugo.

O homem falou e eu abri os olhos novamente, um pouco convencida por ter acertado.

- Sabia...mas ainda vou te chamar de velhote ou tiozão.

Eu disse e senti Ray colocando o rosto em minha barriga, meio que me abraçando, algumas lágrimas desciam pelo meu rosto e um sorriso enorme estava estampado em seus lábios.

- Fiquei com tanto medo...

Ray sussurrou e eu soltei a mão do Yuugo, colocando minha mão na cabeça dele.

- Eu sei que você sente saudade do Norman, mas nem pensa em tentar visitar ele de novo!

Don exclamou e eu olhei pra ele durante alguns segundos, logo curvei os lábios um pouco pra baixo, como se estivesse fingindo chorar.

- Nossa, Don, mal acordei e você já me lembra disso?

Eu perguntei colocando a mão no olho e enxugando uma lágrima inexistente, Don correu até mim parecendo meio desesperado.

- Desculpaaa!!!

O garoto moreno exclamou e eu ri baixinho.

- Como você está se sentindo?

Ouvi a voz de Lucas perguntando e Ray levantou o rosto do meu corpo, eu me remexi um pouco e sentei na cama, ainda tinham alguns fios conectados em meu corpo mas eu acabei de retirar a máscara de oxigênio.

- Eu tô bem, sinto um pouco de dor mas deve ser normal, contando tudo que aconteceu.

Eu respondi a verdade, não era como se não sentisse nem um pouquinho de dor, até porque eu fui furada em dois lugares diferentes na barriga, meu braço foi mordido por um demônio, quase morri por perda de sangue, o que conta é eu estar viva, né?

- Isso é ótimo.

Lucas disse e se aproximou, colocou as mãos nos meus ombros e beijou suavemente minha cabeça.

- Tio, todos estão bem?Ninguém morreu?

Eu perguntei virando o rosto pra cima e olhando nos olhos do homem ruivo, que sorriu com os olhos fechados e apontou pra frente, olhei pra onde ele apontava e sorri aliviada ao ver que todos estavam na sala, tanto quem ficou no abrigo quanto as pessoas que conheci na Gold Pond, claro que haviam alguns feridos,faltavam Paula e Sandy mas logo os vi deitados em uma maca perto de mim.

Até Que A Morte Nos Separe-NormanOnde histórias criam vida. Descubra agora