30- Sacrifício

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- O que?!Não, Akira, você não pode fazer muito esforço, vai perder sangue demais!

Ray exclamou em um tom preocupado e eu olhei para ele durante alguns segundos, com o meu braço que não estava ferido eu tirei meu chapéu e entreguei para ele, logo me levantando.

- Eu não vou morrer, prometo.

Eu respondi e Ray pegou o chapéu, suspirou e me olhou.

- Se você morrer, eu juro que vou até o céu e te trago pelos cabelos.

Ray disse e eu dei uma risada, segurei o facão que havia caido no chão com a mão livre.

- Akira...

Yuugo chamou meu nome como se estivesse com raiva.

- Velhote, eu juro que não vou morrer, eu só não vou permitir mais mortes.

Eu falei e sorri confiante, olhei para Violet que acenou com a cabeça, concordando com a ideia de eu ir salvar os outros, até porque eu sabia que ela estava em outro time.

Comecei a correr o mais rápido que conseguia pra chegar até o vilarejo, mas estava um pouco longe.O meu braço doía um pouco mas não muito, provavelmente por causa da adrenalina que eu estava sentindo.

Continuei correndo por alguns minutos mas fui obrigada a parar ao ser levantada do chão, sendo agarrada pelo cabelo.

- Eu não vou deixar você ir até os outros.

A voz de Bayon ressoou pelo local e eu arregalei os olhos com uma expressão surpresa e um calafrio passava pelo meu corpo.

- Pelo menos você morrerá de um jeito heroico, tentando salvar seus amigos.

O demônio disse de forma irônica e deu uma risada, eu sabia que ele não iria me soltar, Bayon me agarrava com muita força.

- Você está errado, eu não vou tentar, eu vou salvá-los!

Eu exclamei e levantei o facão que segurava, ele estava me agarrando pelo cabelo e não pela cabeça, então é só eu cortar meu cabelo.

Eu usei o facão no meu próprio cabelo, em uma grande parte dele, fazendo as trançasserem desmanchadas e cairem no chão, com isso Bayon me soltou e eu corri mais pra frente, virei para trás e saquei a arma que estava no meu cinto.

Bayon me olhava com uma expressão de choque, o que havia restado do meu cabelo estava em suas mãos e quando ele ia se aproximar pra tentar me parar eu mirei a arma bem no seu olho, até porque sua máscara já estava quebrada, e atirei.

O demônio gruniu alguma coisa e caiu no chão em seguida, eu engoli em seco e guardei minha arma sem olhar para Bayon, eu não sabia se ele estava morto ou só desmaiado porém não era bom ver a cena dele caido no chão sangrando.

Eu me virei de costas e voltei a correr, chegando no vilarejo em poucos segundos.Eu entrei no moinho de vento onde dormimos e andei em passos rápidos para as salas mais distantes.

Ouvi alguns murmúrios em uma língua estranha e imediatamente entendi que era um demônio, peguei o facão e me aproximei lentamente dele.

Eu cravei a lâmina da faca nas costas do demônio, ele não iria morrer mas pelo menos ficaria desmaiado.

Após ele cair no chão sem consciência eu respirei fundo e retirei a arma do seu corpo, voltando a andar até chegar em um corredor estranho, ele estava quase completamente vazio e tinha as paredes brancas, parecia até aquelas paredes de hospício, se não fosse pelo carpete bege esticado no chão, algo me dizia que tinha alguma coisa embaixo daquilo e não custava nada levantar.

Até Que A Morte Nos Separe-NormanOnde histórias criam vida. Descubra agora