Eu não conseguia mexer meu corpo direito, como se estivesse paralisado, mas não doía muito, provavelmente aquele cara só injetou paralisante em mim.
- Foi o Peter, não foi?Eu vou matar aquele desgraçado!
Norman exclamou com uma expressão irritada, os lábios levemente torcidos e as sobrancelhas franzidas, ao mesmo tempo em que segurava meu corpo com cuidado.
- Olha, eu tô bem, acho que ele só injetou um paralisante mesmo...
Eu disse em um tom baixo, a cabeça apoiada em seu ombro e os olhos fixos no albino, que se virou e começou a andar de volta ao abrigo comigo em seus braços, ele estava alerta a qualquer pessoa que pudesse aparecer.
O garoto me mexeu cuidadosamente e me ajeitou em seus braços, me deixando de frente pra ele e a cabeça apoiada em seu ombro enquanto uma de suas mãos estava por baixo da minha perna e outra em minhas costas.
- Se não pela Mama eu não sei o que teria acontecido comigo...
Eu sussurrei pensativa, fechando os olhos e sentindo meu corpo amolecer nos braços dele, eu finalmente estava segura.
- Você a perdoou?
Norman perguntou em um suspiro, já mais calmo. Diversos pensamentos passaram pela minha mente, todos nossos momentos juntas, parte de mim sabe que ela não é a vila da história, sabe que a Mama é uma mulher boa que tomou decisões erradas, mas outra parte guarda um certo rancor e se lembra de tudo que ele me fez sentir, não tinha o menor motivo pra ela nos tratar daquele jeito; ela podia ter falado que o Norman não havia morrido; ela não precisava ter quebrado a minha perna, e mesmo assim ela fez.
- Pra ser sincera, eu não sei. Eu amo ela mas é impossível esquecer tudo aquilo.
Eu respondi em um sussurro, não tinha necessidade de eu falar alto, éramos apenas nós dois naquela floresta.
- Entendi...o Peter contou sobre mim?
O albino perguntou parecendo receoso da resposta, eu abri os olhos e suspirei.
- Sim, eu entendo porque você não me contou. E fica sabendo que eu vou achar uma cura pra essa porcaria que você tem, nem que eu mesma invente, eu não vou deixar você morrer. Norman, reencontrar você foi um sonho realizado e eu não vou perder você de novo, de jeito nenhum.
Eu respondi confiante, eu ia atrás de uma cura pra essa doença ou sei lá que ele tem por causa das drogas, vou salvar ele e todos que tem essa coisa. Mesmo que eu tenha que arriscar a minha vida.
- Eu espero que você consiga...mas se não conseguir, eu vou deixar um mundo perfeito pra você poder viver, um mundo sem demônios, um mundo em que você vai poder ser feliz de verdade.
Norman sussurrou em um tom calmo e certo, sem dúvidas de que seu plano daria certo.
- Eu não posso ser feliz em um mundo em que você não existe.
Sussurrei de volta e não tive resposta alguma, apenas o silêncio que predominava o lugar até chegarmos no abrigo.
- Ei!O que aconteceu com ela?!
Ouvi a voz de Don e outras pessoas falando junto, todos pareciam preocupados.
- Ela foi sequestrada mas acho que não injetaram nada além de um paralisante, vou precisar que o Vincent faça um exame de sangue nela. Falem para ele ir para a enfermaria.
Norman ordenou e caminhou comigo até a enfermaria, durante o caminho ele parava pra falar com algumas pessoas rapidamente, não que eu prestasse atenção nas conversas, quando chegamos ele me deitou em uma maca e tirou uma mecha de cabelo do meu rosto.
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Até Que A Morte Nos Separe-Norman
RomantizmAkira é uma das crianças mais inteligentes da Casa Grace Field,ela ama e tem uma ótima relação com todos os seus irmãos e a Mama Isabella, embora ela não seja o que achava.Ela vive feliz com seus amigos, Norman, Ray e Emma,mas desconhece o segredo d...