50- Sacrificios

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Quando eu me dei de conta, lágrimas já escorriam pelo meu rosto, eu acho que isso era algo que eu sempre quis ouvir desde que descobrimos a verdade, um pedido de desculpas. Era óbvio que eu nunca iria esquecer o que ela fez, era impossível, mas pelo menos ela se arrependia, e uma parte de mim continuou apegado a ela, mesmo que eu não quisesse isso. Afinal, ela ainda era a minha mãe.

- Obrigada por nos ajudar, mãe. E olha, não dá pra esquecer o que você fez, mas eu te perdoo.

Eu disse indo pro lado esquerdo dela enquanto Emma ia pro direito, também agradecendo pela ajuda. Eu sorri pra mulher mais velha, apontando a arma pro homem ajoelhado a nossa frente.

- Filha...

Mama sussurrou e sorriu com os olhos fechados, parecendo aliviada.

- Eu falo o mesmo, nunca vou esquecer o que você fez, mas podemos conviver juntos de novo.

Ray falou um pouco distante de nós, com uma mão na nuca e um olhar sério.

- Tudo bem, meu filho, eu já fiz muito mal a vocês. E eu quero me redimir, seja como for.

Mama disse e eu olhei pra Peter, o olhar logo foi retribuído.

- Não dá pra matar ele de uma vez não?

Eu perguntei olhando pra Mama, aquele homem merecia morrer, na verdade ele merecia ser torturado por cinco anos, todos os dias, pra depois finalmente morrer por tudo que ele fez, mas não vamos pegar pesado.

Todo mundo, inclusive as Mamas dos orfanatos, estava com as armas apontadas para Peter, ele até tinha uma arma nas costas, mas não conseguiria fazer nada contra mais de vinte pessoas contra ele.

- Eu não vou perder pra comida!

O homem gritou e conseguiu soltar as fitas de alguma forma, ele levantou e começou a correr, atirando em quem estava na frente dele. Ninguém havia se ferido muito.

Eu comecei a correr atrás dele enquanto Oliver gritava pra todos se abaixarem.

- Akira!

Ouvi Norman gritando mas apenas ignorei, correndo atrás do homem pra não deixar ele fugir, eu tentei atirar mas não tinha como acertar por causa da distância e porque as minhas mãos tremiam, o que sempre acontecia quando eu estava nervosa.

Emma veio correndo atrás de mim, no fim estávamos as duas encurralando ele em um corredor escuro, depois de alguns segundos Norman e Ray também se juntaram a nós.

Peter deixou a arma dele cair no chão, eu encostei o cano da minha na testa dele.

- Joga a arma pra cá com o pé, agora.

Eu mandei em um tom sério, ele me olhou com os olhos arregalados e chutou a arma na nossa direção, Norman logo a pegou.

- Nós não viemos aqui pra te matar, podemos conversar.

Emma falou, provavelmente tentando tirar alguma informação dele.

- Mas se você não nos contar, já era.

Eu acrescentei dando um passo pra trás, deixando a arma ainda apontada pra cabeça dele mas não encostada.

- Nós não vamos atacar todo o seu clã, mas em troca queremos que aprove nossa liberdade.

A ruiva disse e eu olhei brevemente pros garotos atrás de nós, desviando o olhar pra Peter segundos depois.

- Você é maluca ou algo assim? Quem em sã consciência iria querer me manter vivo?

O homem perguntou e Ray revirou os olhos.

- Eu também não sei, acredite, se dependesse de mim você já estaria com um tiro no meio dessa sua cabeça grande.

Até Que A Morte Nos Separe-NormanOnde histórias criam vida. Descubra agora