35- Eu vou morrer?

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- Merda!

Eu exclamei pra mim mesma sentindo uma dor aguda tomar conta do meu corpo lentamente, minha visão ficava embaçada e sentia minhas pernas trêmulas, eu precisava agir antes que acabasse caindo.A dor não era tão forte ao ponto de me fazer desmaiar mas acho que devia ser só por causa da adrenalina do momento.

Foi como se uma lâmpada tivesse se acendido na minha cabeça, eu peguei a arma, obviamente com a mão que conseguia mexer normalmente, e disparei a bala em Andrew, passou pelo lado de sua perna, foi só de raspão mas eu ganharia tempo.

A arma acabou caindo no chão e eu corri pra sala mais próxima, fechei a porta com o pé enquanto mordia meu lábio inferior pela dor no ombro que só aumentava, eu me segurava pela dor e acabei caindo de joelhos no chão, o sangue caia no chão e não era pouco.

Respirei fundo e olhei pras minhas próprias mãos que tremiam como nunca, a mão direita, no braço em que levei o tiro, eu mal conseguia mexer mas a esquerda apenas tremia.

Eu engoli em seco e com a mão direita segurei minha saia longa e com a esquerda eu fiz força nela e consegui rasgar um longo pedaço dela, o suficiente pra fazer um torniquete e estancar o sangue.

- Isso...

Sussurrei baixinho ao terminar de enrolar fortemente o pedaço rasgado da saia em volta do ferimento pra estancar, a bala entrou e saiu então era um pouco mais fácil, ainda doía pra caramba mas o meu plano não havia terminado.Mesmo com toda essa dor, eu ainda tenho motivos pra me levantar e seguir lutando sem me importar com as consequências, mesmo que eu estivesse perdendo sangue e possivelmente morresse por isso, mesmo que eu tivesse que sacrificar minha própria vida, se fosse por minha família eu faria sem nem pensar duas vezes.

Eu olhei ao redor do pequeno armazém em que eu estava, nesse lugar era onde ficavam as coisas "inúteis" e algumas armas não tão boas pra lutas, um exemplo disso era uma arma de gás, era impossível matar um demônio com isso então esse era o lugar dela.

Meus olhos se arregalaram quando uma ideia específica passou pela minha cabeça.Andrew estava distraído com seu ferimento por enquanto e eu não sabia quando os outros homens iriam acordar, as únicas coisas que poderiam me ajudar no momento era a arma de gás e uma caixa fechada de fósforos que estava ali.

Dei alguns passos pra frente e me abaixei alguns centímetros, o suficiente pra conseguir pegar a arma de gás.Eu tentei pegar a caixa de fósforos com a mão direita mas a dor não deixou.Vários pensamentos percorriam minha mente ao mesmo tempo, principalmente sobre Andrew ter falado do Phil e ter se interessado por mim, será que as crianças estavam em outro abrigo?Isso estragaria todo nosso plano.

- Merda...

Eu não iria deixar isso atrapalhar o meu plano, precisava parar de pensar nisso, pelo menos por enquanto, era só eu fazer uma coisa de cada vez e tentar acalmar meus pensamentos.Primeiro eu abro um pouco a porta e espalho o gás pela sala, eu já testei a arma e ela é silenciosa então poderei jogar bastante gás na região em que a maioria dos homens estava, depois eu corro o mais rápido possível pra alguma área em que a explosão não me mate e jogo um fósforo na fumaça, talvez eu não morra dessa forma.

Eu me agachei na frente da porta e abri apenas um pouquinho pra ela não fazer barulho, eu ouvia os passos de Andrew por perto e seus grunhidos de dor, provavelmente estava me procurando.

Deixei a arma na minha frente e estiquei o corpo, apenas o suficiente pra conseguir pegar a caixa de fósforos, e deixei ao meu lado, logo pressionei a palma da minha mão mais fraca contra a boca pra nenhum som de dor, até porque eu não conseguia pegar nada com essa mão mas posso usá-la pra me silenciar, com a mão esquerda eu peguei a arma e encaixei a ponta dela entre o espaço da batente e a porta logo apertei o gatilho, como resultado disso toda a sala ia se enchendo de gás e aos poucos os outros cômodos do abrigo também.

Até Que A Morte Nos Separe-NormanOnde histórias criam vida. Descubra agora