Capítulo 1

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A madrugada fria de Paris estava tomando cada parte da cidade, uma névoa pesada trazia para as residências do bairro próximo ao centro um terrível frio e uma comoção inesperada.

- Ellie, pegue suas coisas rápido!! Calisto, pai da jovem estava jogando numa mala algumas roupas.

Ellie estava correndo de um lado para o outro, depois que seu pai tivera a imbecilidade de fazer um empréstimo com agiotas, tudo tinha sido virado de ponta cabeça.

Antes pai e filha tinham um lugar na sociedade, Calisto exímio administrator de fortuna, um homem seguro de si, mas seu desespero ante a doença de sua esposa o fez cair numa armadilha.

- Papai ... o que eles querem? Ellie pegou uma mala e colocou tudo que era de mais valioso, suas recordações de sua mãe e uma caixinha com as joias que ainda restavam.

Os agiotas tentavam entrar pela porta da frente da residência, Calisto estava desesperado pois se fosse pego ele poderia morrer e o pior poderia acontecer a sua filha.

- Vamos, querida! O homem pegou sua filha pela mão e saíram rapidamente pela saída dos empregados.

Calisto tinha em mãos uma passagem de navio para a América, apenas ida. Relutante aquela ideia o homem tinha se decidido, iria abandonar filha, de certo ela sozinha estaria segura.

- Querida... eu sinto muito. Calisto olhou pela última vez sua residência, suspirou e caminhou para longe com sua filha.

- Papai. Aonde iremos? Não temos nenhum lugar para ir ... Ellie abraçava o casaco contra seu corpo e tremia por conta do frio.

- Querida, eu sei para onde irei. América.

A jovem olhou com dúvida o pai, aquilo era loucura, como poderiam recomeçar num país totalmente diferente?

- E você ... irá ficar. Aqui, tome. São minhas últimas economias. Eu sei que minha filha irá ficar melhor sozinha sem minha presença. O homem entrega algumas notas amassadas a filha e começa a chorar.

- Pai... O que... não! Eu não irei ficar bem com o senhor longe de mim!! Ellie não entendia, não queria estar sozinha, só de pensar naquilo um desespero a atinge em seu peito.

- Querida, eu sei... eu não queria tomar essa decisão. Mas os agiotas tomaram nossa casa, não há mais nada que eu possa fazer aqui. Você minha filha, tem estudo poderá viver bem e quem sabe encontrar um amor, formar uma família. Calisto pega na mão da filha e continua.

- Não me odeio por isso. Eu não tenho mais forças de ficar aqui. Não me faça ficar ainda mais culpado do que já estou.

Ellie era uma jovem muito talentosa e educada, criada por mãos amáveis, sua mãe e pai nunca economizaram em sua educação. Se portava como uma dama e tinha os modos mais elegantes de Paris. Falava três idiomas e entendia de matemática, ciências e assuntos gerais como ninguém.

- Querida, você vai ficar bem. Minha amiga de longa data me disse que um viúvo está precisando de uma professora para seu filho, e ela me deu o endereço e referências. Calisto entra um papel a jovem.

- Mas..., mas pai... Eu nunca trabalhei. Eu não tenho referências. Eu... Quero ficar com o senhor, não me deixe. Ellie abraçava o pai e suas lágrimas molhavam o pesado casaco do homem.

- Não será possível, eu prometo filha, quando estiver bem... Eu retornarei. Agora, vamos dormir um pouco. Calisto entra num pequeno hotel e pai e filha caem cansados na cama.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora