Capítulo 17

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Erik, no entanto, se esforçava para conter a pulsante vontade de beijar a jovem diante dele.

- Não seja assim ... Durante seis anos de minha vida eu simplesmente esqueci como era bom rir... Como era bom beijar alguém. Você me deu isso... Eu posso te satisfazer, como você pode ter o que quiser...

- Você... Eu não sou esse tipo de mulher, o que você pensa que está insinuando? Se quer uma mulher fácil, eu recomendo que você busque um bordel! Ellie se levanta e esconde seu rosto choroso.

- Não acho que as mulheres iriam aproveitar minha companhia, mesmo pagando uma fortuna, elas apenas me satisfaziam de forma tão fria, me olhavam como eu fosse alguém contagioso. Todas me olham com espanto, e eu nunca tiro a máscara perto de pessoas. Veja bem, você é especial. Mas não a ponto de ocupar o espaço de esposa.

Ellie se sentia humilhada, aquilo estava saindo do controle. Porque aquele homem estava a tirando do sério, sem perceber Ellie estapeia Erik.

- Ótimo... Te provoquei... Era o que eu queria. O homem esfrega a face vermelha, mesmo desfigurado e com sua metade de rosto exposta, sorriu de maneira surpreendentemente encantadora.

- Por que você é assim? Me deixe em paz. A jovem se vira e logo após percebe que Erik a abraçará por trás.

- Não sei o que estou fazendo, você é a primeira depois de minha Christine que me faz ansiar por seus beijos... Por favor, não fique assim... Erik se senta na cama colocando a jovem em seu colo.

- Podemos só dormir agora... Não vou te provocar e nem mexer com você, dormiremos e amanhã você e eu esqueceremos tudo isso. Erik beija o pescoço da jovem e se deita na cama.

Ellie ficou em pé e observava a enorme cama com um dossel na cor creme, estava exausta, clamava por descanso, mas não .... Não naquela cama e não perto de Erik.

- Sobre você não ser uma boa esposa para mim... Eu lhe garanto, que a senhorita não iria gostar de ser minha esposa, não alguém como eu. Erik olhou para a jovem que olhou para o lado.

Desconfortável, sentou-se numa poltrona e fechou os olhos... Esperava que tudo aquilo fosse um sonho de mau gosto.

- Você não vai dormir aqui, permita-me. Erik suspirou e caminhou onde estava a jovem.

Seus olhos estavam pesados, o suave aroma do homem a fez repousar seu cabeça sobre seu ombro.

- Esqueça tudo, deixe-me ajudar... Erik deitou a jovem na cama e ao seu lado ficou a admirando.

- Irei me esquecer de tudo. Por favor, a partir de amanhã te tratarei como o senhor deseja. Me deixe em paz. Ellie se encolheu na cama e se afastou de Erik.

No meio da noite Gustave abriu a porta e voltou dormir, rezava para que eles se entendessem.

" Assim eu poderei ter uma família, Ellie é legal... Vai ajudar meu papai"

Ao amanhecer Ellie acordou e percebeu que o homem a abraçava por trás, a jovem por um momento pensou que aquilo não era ruim..., mas não era correto ficar com alguém daquele jeito.

- Bom dia, Christine. Erik balbuciou baixinho.

Ellie o encarou, ele sentia falta de sua esposa. Aquilo doía em seu coração.

- Oh... Me desculpe. Eu pensei que estava sonhando, que se eu acordasse... Christine estaria viva ainda... Erik se endireitou na cama sentando-se.

- O que houve com ela? Se me permite a pergunta.

Erik suspirou e olhou cansado para a jovem.

- Gustave... O motivo da morte de minha Christine... Ele a matou...

- Isso não é verdade... Por que culpa uma criança pela morte dela?

- A gravidez foi de risco, eu queria que ela pensasse sobre isso ... Que desse um jeito..., mas ela quis continuar com a gravidez... Gustave sugou tudo que era bom dela... Ele não era para ter nascido... O homem se levantou e encarou a face espantada da jovem.

- Não fale isso! Nunca ... Nunca diga isso... Gustave é um presente que os céus lhe deram.... Sinto muito por sua esposa, mas eu garanto que seu filho te ama. Ellie acariciou o rosto do homem que deu um sorriso fraco.

- Você é boa senhorita Ellie. Não irá gostar de me ter por perto. Não assim... No quarto, sozinhos. Erik sussurrou e beijou o pescoço da jovem.

Ellie se levantou e caminhou até a porta que por um milagre estava aberta. Já era de manhã, aquela noite não foi como ela planejava.

- Ellie!! Gustave correu ao ver a jovem e a abraçou.

- Sinto muito Ellie, não era para eu ter feito o que fiz..., mas quando eu vi você e meu papai se beijando, eu realmente pensei que vocês poderiam... O menino ficou pensativo por um momento e começou a chorar.

- Não se preocupe, não irei brigar com você e nem o seu pai. Agora, vou ir fazer o café, você me ajuda? A jovem sorriu.

Aquele domingo estava de sol, o tempo agradável, a jovem começou a servir o café e se assustou ao ver Erik já sentado a esperando.

- Bom dia, Ellie. Erik estava com uma camisa branca com as punhos abertos e o cabelo bagunçado, havia se desarmado de suas tentativas de sempre estar bem-vestido, diante seu passado onde vivia vestindo trapos, ele expressava seu poder adquirido usando sempre os melhores trajes de Paris.

- B... bom dia. Aqui... Espero que você goste, senhor. A jovem serviu torradas, ovos mexidos e geleia.

Gustave se sentou e olhou para o pai, ele estava diferente... Com um olhar mais... Calmo?

- Sente-se Ellie. Erik comandou para a moça se sentasse.

A refeição foi agradável, Ellie e Gustave conversavam, Erik apenas observava a jovem que era tão linda. Ellie terminou a refeição e esperou que o homem a permitisse sair. Rapidamente limpou tudo e pode se trocar em seu quarto.

- Gustave... O que você está fazendo aí parado? Ellie percebeu a criança olhando.

- Seu quarto é pequeno, acho que não cabe mais ninguém aí... O menino sorri

- Claro que cabe, um cavalheiro tão educado como você. Venha, eu irei pegar um livro de biologia e já vamos fazer nosso passeio. A jovem abriu sua mala e pegou um livro e colocou numa cesta.

- Venha, vamos nos aventurar pelo jardim. Ellie pegou na mão do menino e saíram para seu passeio.

O jardim da mansão era bem cuidado, com grandes variedades de plantas e coloridas flores. As árvores eram tão verdes e algumas estavam com frutos tão bonitos.

- Minha mamãe gostava de ficar no Jardim, Marie sempre me fala que ela cantava lá naquele banco próxima a fonte. Gustave apontou para a fonte em estilo vitoriano em mármore branco e preto.

- Aqui é muito lindo, tenho certeza de que sua mãe passou por muitos momentos belos aqui.

- Ellie, você gosta de meu papai?? Gustave tinha esperanças, aquele fim de semana poderia ter mudado a relação deles, com certeza havia mudado algo.

- Por que essa pergunta tão de repente? Querido, seu pai é meu patrão. Não podemos ter nada a mais que isso... Ellie caminhou e pegou algumas ervas aromáticas.

- Você pode mudar isso... Você viu ele quer que você faça as refeições com a gente, ele está mais animado. Sem aquela cara de estressado, ele nunca ficou tanto tempo comigo desde que você veio trabalhar aqui.... Gustave abriu o livro e indicou os nomes de cada erva que Ellie estava segurando.

- Você é inteligente, querido. Me lembre de suas estrelinhas. Vamos caminhar mais um pouco e hoje falaremos só de coisas legais... A jovem desconversou e continuaram a identificar as plantas.

A tarde passou rapidamente, Ellie preparou uma cesta de piquenique e Gustave se divertia com as histórias que a jovem contava, enquanto comiam lanches.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora