Capítulo 4

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- É sério? Eu... Eu consegui? A jovem olha sem entender muito, mas agradecida por pelo menos ter um teto por alguns meses.

Apesar da falta de experiência no trabalho de babá, Ellie decide encarar esse desafio de frente, determinada a oferecer o melhor cuidado para Gustave.

- Sim, você pode começar amanhã. Agora eu irei lhe dar alguns conselhos sobre o funcionamento da casa. Marie caminha de volta a cozinha.

- Certo, para começar a senhorita terá que usar uniforme, como todos nós usamos. O patrão não admite outra cor de roupa senão preta. Nos dias de folga a senhorita pode usar roupas normais, mas fora da mansão. Gustave faz as refeições sozinho, e por vezes o pai se junta a ele para ver seu desempenho nas aulas.

Ellie ficou indignada, como um pai poderia ser tão frio com o próprio filho.

- O patrão não gosta de conversar e fica praticamente o dia inteiro no subsolo da mansão, trabalhando.

- Sub... Solo? Ellie se espanta com aquilo.

- Sim, o patrão é um ótimo arquiteto e prefere trabalhar de forma reclusa. Se por infelicidade você o ver, fique de cabeça baixa e tente não o irritar. Marie percebe que a jovem lança um olhar nervoso.

- Ele é excêntrico, mas não é uma má pessoa. É necessário ir com calma, e bem... Com o tempo você se acostuma. Marie tenta acalmar as coisas.

- Senhora, eu até agora não sei o nome do dono da casa. Espero não desrespeitar essas regras, mas gostaria de saber somente o nome do pai de Gustave.

- Oh sim, ele se chama Erik. Erik Destler, não é comum que ele cuide da contratação de empregados, eu cuido de praticamente de tudo por aqui. Será bom termos você, pois assim Gustave teria uma companhia a mais. Os livros e brinquedos não são companhia suficiente.

Ellie se sente estranha, era de certo muito incomum um pai ter tanto desprezo pelo filho, não era ótimo ter uma criança e cuidar com amor e carinho?

- Certo. Eu agradeço, Marie. Irei buscar minhas coisas e amanhã cedo já estarei pronta. Ellie se retira da mansão, suspira e pondera sobre tudo aquilo.

" Faço isso pois com alguns meses trabalhados poderei ir encontrar meu pai, não me sinto confortável nesse lugar" a jovem dá uma última olhada para a mansão e retorna ao hotel.

Arrumando suas coisas, Ellie ajeita seus vestidos e sapatos numa mala, era estranho ver que agora ela tinha somente uma mala de pertences, antigamente tinha uma vasta gama de vestidos e acessórios a seu dispor.

" mamãe, me deseje sorte, e por favor cuide do papai" Ellie beija o retrato da mulher e guardo na mala.

Fechando a sua estadia no hotel a jovem caminha logo no início da manhã até a mansão.

Ainda com o mesmo vestido já que era o único preto de seus pertences a jovem ajeita seu penteado que insistia cair sobre seus ombros, por conta do vento.

Marie abre a porta com um enorme sorriso e recepciona a jovem, a guia até seu quarto e indica onde era banheiro.

- Sinto muito querida, o banheiro é comunitário... e aqui seu quarto, ele não é muito grande, mas... Marie abri a porta do pequeno quarto.

O cômodo era espartano, composto apenas por uma cama simples e uma cômoda. Ellie, ao adentrar o espaço, não pôde deixar de notar a diferença gritante em relação ao seu espaçoso quarto anterior. A simplicidade do ambiente era evidente, e a ausência de uma pequena escrivaninha, um elemento crucial para seus momentos de leitura e estudo, a fazia sentir saudades do seu antigo refúgio.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora