Capítulo 22

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Os empregados olharam para a jovem com um sorriso tímido, eles tinham visto o melhor do seu patrão antes, com Christine, e esperavam que um dia ele retornasse a ser o homem que era. Se fosse com Ellie, seria maravilhoso pois a jovem era doce e sempre agradável com todos, se lembrava um pouco a antiga patroa.

- Bom dia Ellie, dormiu bem? Erik sorriu ao ver a jovem sentada a mesa com Gustave.

- Papai, eu consegui as estrelinhas douradas que Ellie me dá sempre que faço algo correto ... E eu estava pensando... O menino olha para a jovem pedindo ajuda.

- Irei levar seu filho para o parque hoje de tarde. É uma recompensa por ele ser um ótimo aluno. A jovem fala firme e volta a comer.

- Se você quer receber olhares de pena e nojo... A vontade, vá. Erik dá de ombros e beberica o seu café.

" Como ele pode... Falar isso de seu próprio filho?"

A jovem não pôde conter a fúria que cresceu dentro dela ao ouvir as palavras cruéis de Erik dirigidas ao menino que ela cuidava com tanto carinho. A paciência de Ellie atingiu o limite, e suas feições, normalmente suaves, tornaram-se uma máscara de raiva reprimida.

- Como você ousa tratá-lo assim? esbravejou Ellie, seus olhos faiscando com indignação. Ela avançou em direção a Erik, confrontando-o com uma intensidade que fez com que o ambiente ao redor parecesse eletricamente carregado.

-Você é um monstro, falando dessa maneira com uma criança! Gustave merece respeito, não suas palavras deploráveis.

Gustave fingiu não escutar aquilo, não iria se magoar... Queria sair daquela casa e mesmo estando ferido por dentro não iria se abalar.

Erik, aparentemente indiferente, deu de ombros e bebericou seu café, como se as palavras de Ellie fossem insignificantes. Contudo, Ellie não recuou. Sua raiva era como uma chama que queimava intensamente, e ela não hesitou em desmerecer Erik, confrontando-o sem reservas.

- Você não tem ideia do que é ser uma figura paterna. Monstro é a única palavra que encaixa perfeitamente em alguém que trata uma criança assim.

As palavras de Ellie ecoaram no espaço, deixando Erik desconcertado diante da explosão emocional da jovem babá. A expressão de desdém e as palavras afiadas de Ellie faziam com que o ambiente ao redor se enchesse de tensão.

- Certo, Ellie... Você pode se levantar. Espero que esse passeio não me faça me arrepender por ser tão bom a você. Erik a olha e sorri, escondendo a sombra de desconforto que se instalou em seu rosto, enquanto ele começava a perceber a crueldade de suas palavras.

Gustave e Ellie saíram da mesa, deixando para trás o ambiente tenso onde as palavras cruéis de Erik ainda pairavam no ar.

Com um toque gentil no ombro de Gustave, Ellie agachou-se para ficar na altura dele. Seu olhar carinhoso buscava acalmar a tristeza que se refletia nos olhos do menino.

-Gustave, você é incrível exatamente como é. Não deixe que as palavras do seu pai te machuquem. Você é amado e especial.

O menino estava se fazendo de forte, e num momento de fraqueza ele a abraçou, Ellie queria cuidar daquele menino para sempre, sentia que ele e seu pai tinham muito para se acertarem, e mesmo que fosse pouco, ela queria dar ao menino momentos alegres.

Erik permaneceu nas sombras, observando silenciosamente Ellie abraçando Gustave. Seu rosto estava obscurecido pela escuridão, mas a amargura e o pesar eram palpáveis em sua postura reclusa. Enquanto Ellie tentava confortar Gustave, Erik sentiu um nó se formar em sua garganta. O desejo de se arrepender das palavras duras que havia proferido começou a ecoar em sua mente, mas o peso do passado ainda o atormentava. Seus olhos, embora escondidos, revelavam uma tristeza profunda e uma luta interna.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora