Os empregados olharam para a jovem com um sorriso tímido, eles tinham visto o melhor do seu patrão antes, com Christine, e esperavam que um dia ele retornasse a ser o homem que era. Se fosse com Ellie, seria maravilhoso pois a jovem era doce e sempre agradável com todos, se lembrava um pouco a antiga patroa.
- Bom dia Ellie, dormiu bem? Erik sorriu ao ver a jovem sentada a mesa com Gustave.
- Papai, eu consegui as estrelinhas douradas que Ellie me dá sempre que faço algo correto ... E eu estava pensando... O menino olha para a jovem pedindo ajuda.
- Irei levar seu filho para o parque hoje de tarde. É uma recompensa por ele ser um ótimo aluno. A jovem fala firme e volta a comer.
- Se você quer receber olhares de pena e nojo... A vontade, vá. Erik dá de ombros e beberica o seu café.
" Como ele pode... Falar isso de seu próprio filho?"
A jovem não pôde conter a fúria que cresceu dentro dela ao ouvir as palavras cruéis de Erik dirigidas ao menino que ela cuidava com tanto carinho. A paciência de Ellie atingiu o limite, e suas feições, normalmente suaves, tornaram-se uma máscara de raiva reprimida.
- Como você ousa tratá-lo assim? esbravejou Ellie, seus olhos faiscando com indignação. Ela avançou em direção a Erik, confrontando-o com uma intensidade que fez com que o ambiente ao redor parecesse eletricamente carregado.
-Você é um monstro, falando dessa maneira com uma criança! Gustave merece respeito, não suas palavras deploráveis.
Gustave fingiu não escutar aquilo, não iria se magoar... Queria sair daquela casa e mesmo estando ferido por dentro não iria se abalar.
Erik, aparentemente indiferente, deu de ombros e bebericou seu café, como se as palavras de Ellie fossem insignificantes. Contudo, Ellie não recuou. Sua raiva era como uma chama que queimava intensamente, e ela não hesitou em desmerecer Erik, confrontando-o sem reservas.
- Você não tem ideia do que é ser uma figura paterna. Monstro é a única palavra que encaixa perfeitamente em alguém que trata uma criança assim.
As palavras de Ellie ecoaram no espaço, deixando Erik desconcertado diante da explosão emocional da jovem babá. A expressão de desdém e as palavras afiadas de Ellie faziam com que o ambiente ao redor se enchesse de tensão.
- Certo, Ellie... Você pode se levantar. Espero que esse passeio não me faça me arrepender por ser tão bom a você. Erik a olha e sorri, escondendo a sombra de desconforto que se instalou em seu rosto, enquanto ele começava a perceber a crueldade de suas palavras.
Gustave e Ellie saíram da mesa, deixando para trás o ambiente tenso onde as palavras cruéis de Erik ainda pairavam no ar.
Com um toque gentil no ombro de Gustave, Ellie agachou-se para ficar na altura dele. Seu olhar carinhoso buscava acalmar a tristeza que se refletia nos olhos do menino.
-Gustave, você é incrível exatamente como é. Não deixe que as palavras do seu pai te machuquem. Você é amado e especial.
O menino estava se fazendo de forte, e num momento de fraqueza ele a abraçou, Ellie queria cuidar daquele menino para sempre, sentia que ele e seu pai tinham muito para se acertarem, e mesmo que fosse pouco, ela queria dar ao menino momentos alegres.
Erik permaneceu nas sombras, observando silenciosamente Ellie abraçando Gustave. Seu rosto estava obscurecido pela escuridão, mas a amargura e o pesar eram palpáveis em sua postura reclusa. Enquanto Ellie tentava confortar Gustave, Erik sentiu um nó se formar em sua garganta. O desejo de se arrepender das palavras duras que havia proferido começou a ecoar em sua mente, mas o peso do passado ainda o atormentava. Seus olhos, embora escondidos, revelavam uma tristeza profunda e uma luta interna.
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Um toque do destino
RomanceEllie Yates uma jovem que busca por emprego na misteriosa mansão do cavalheiro fantasma, se vê em apuros quando seu patrão que faz de tudo para não ser visto, se interessa na babá e professora de seu filho Gustave. Cabe a jovem trazer para pai e fil...