Capítulo 45

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Gustave e Susannah estavam brincando no quarto quando Ellie e Erik entraram.

- Certo, hora de dormir. Susannah querida não quer mesmo dormir no quarto de hóspedes? Ellie ajeita a cama improvisada da criança.

- Ah não... Eu estou bem aqui. E será só por uma noite. Eu realmente gostei de ficar nesse quarto ele é tão bonito. A criança sorri e entra para debaixo das cobertas.

- Certo... Tudo bem, agora se ajeitem que eu irei contar uma história e depois quero todos dormindo, ok? Ellie se senta no chão e pega um livro na estante.

Erik entra em seguida e observa a jovem no chão rindo com as crianças.

- Oh, Erik! Você realmente veio! Vem, senta-se aqui. Ellie dá um sorriso e observa o homem se sentar ao seu lado.

- Espero que não tenha que ser nenhum lobo mal desta vez. Erik fala de forma severa, mas a jovem ri.

- Oh não... Desta vez você será um pirata! Ellie exclama e entrega o livro ao homem.

- Hum... Meu papai se parece com um pirata.... Gustave sussurra e Ellie ri.

- Sim, falta apenas o papagaio no ombro e a perna de pau. A jovem comenta e as crianças caem na gargalhada.

- Certo vejo que não precisam de minha ajuda... Estão muito bem com Ellie... Erik olha as três pessoas com um olhar reprovador.

- Não, claro que não... Eu só estou brincando. Não leve tudo a sério. Agora você poderia ler para nós, Sr. Destler? Ellie abre um sorriso acolhedor.

O homem suspira e começa a ler. A história era sobre um pirata que se apaixonara por uma sereia, ao final a sereia se torna humana e os dois vivem felizes para sempre.

- Isso é muito fofo!! Susannah estava suspirando por ter conhecido aquela história.

- É... Mas eu preferia se a histórias tivessem mais lutas e monstros marinhos! Gustave cruzou os braços e olhou para Ellie.

- Bem, eu adorei a história. Pois podemos ver que até um pirata mandão pode mudar para conquistar a pessoa ou aqui no caso, a sereia que ama. É uma bela história de como podemos aceitar as diferenças e assim fazermos o nosso melhor. Ellie pegou o livro da mão de Erik e o guardou.

- Agora, quero os dois quietinhos. Tenham uma boa noite de sono. A jovem beija a testa de cada uma das crianças e se retira.

Erik não fala nada, simplesmente sai atrás da jovem, porém Gustave e sussurra.

- Boa noite papai, bons sonhos. O menino se vira e o observa.

Erik se vira e cochicha para si.

- Boa noite.

Gustave esboça um sorriso, era a primeira vez que seu pai dava boa noite a ele, mesmo sendo algo tão banal para ele era uma ótima conquista.

- Eu ouvi o que você disse... E bem, gostei do que vi. Ellie aguarda o homem do lado de fora do quarto.

- Sim... Você gosta de praticamente tudo que eu faço... Então, não há novidade por aqui. Agora, venha. O homem puxa a jovem pela mão e a conduz até o jardim.

- Tão gentil... Ellie quase tropeça por conta da escuridão.

- Nunca te faria cair, minha querida. Agora.... Se você pode ver bem... Era isso que eu queria te mostrar. Erik aponta para uma estufa ao canto da casa.

- Aqui é onde eu deixava minhas últimas invenções, na verdade minha única... Erik abre a porta da estufa e a jovem corre até o aparelho que estava ao meio do lugar.

- Um telescópio!! Ellie se anima e estuda cada parte do aparelho.

- É... Era para ser algo surpreendente..., mas, sim... É um telescópio.

- Isso é tão legal! Sabe, eu nunca vi um assim antes. Deve ser ótimo observar as estrelas e os planetas com ele. Ellie se inclina no objeto e percebe que tudo está preto.

- Bem, se me permite demonstrar... Aqui, eu fiz alguns ajustes e posso afirmar que ele é diferente dos outros telescópios. Esse é mais preciso e tem um alcance maior. Erik tira a tampa do objeto e caminha até Ellie.

- Oh!! Isso é lindo. Ellie observa sob a lente do telescópio o céu, as estrelas estavam realmente mais brilhantes.

- Sim, mas deixe-me te mostrar algo especial. Aqui como é uma vila o ceu é mais limpo. Erik guia o telescópio até outro ponto do céu. Veja aquelas três estrelas lá em cima? Erik se afasta e deixa Ellie observando.

A jovem observa três estrelas que alinhas formavam um coração.

- A Aurora Amoris! A jovem se encantou ao vê-las, sempre que lia os livros de ciências quando criança sua mãe falava daquela constelação.

Quando era criança Ellie passava horas com a sua mãe estudando, mesmo que para muitas crianças o estudo era algo chato, para Ellie nunca foi. Ela gostava de ler e aprender, e sua mãe tinha muita paciência em ensinar tudo que ela queria saber. Certa noite, sua mãe trouxe um livro com diversas constelações ilustradas e cada uma tinha uma história, aquilo a lembrou do que sua mãe falara.

"Querida, essa é sempre a minha constelação favorita, elas formam algo especial chamado Aurora Amoris. Cada uma delas tem uma história mágica para contar. A primeira estrela é como um pontinho de luz que nos lembra do momento em que duas pessoas se encontram pela primeira vez, como quando você faz um novo amigo na escola. A segunda estrela brilha tão forte, representando o amor apaixonado que faz nossos corações baterem mais rápido, como quando você está tão feliz que sente borboletas no estômago. E a terceira estrela, bem no meio do coração, é como um farol que nos guia, nos lembrando de que juntos podemos superar qualquer desafio. Assim como essas estrelas, o amor é algo mágico e especial que nos une e nos faz sentir felizes e seguros, não importa para onde vamos na vida."

Ellie sentiu seu coração disparar, relembrava daquele dialogo e poderia ser taxada de louca mas Erik a deixava com borboletas no estômago e gostaria de estar ao lado dele para compartilhar bons e maus momentos. 

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora