Capítulo 11

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Sem dizer uma palavra Erik já vestido devidamente com um terno inteiro preto sobe para tomar seu café, as lembranças da noite anterior o fizeram ficar acordado durante toda madrugada, culpava a bebida por ser tão atrevido, mas não sentia mal ao lembrar do beijo que compartilhava com aquela jovem.

Sentando-se na mesa, observou Gustave que abria um sorriso ao vê-lo, Erik não demostrou nenhum interesse no menino e simplesmente lançou um olhar de desdém, se virando e pedindo um café para um dos empregados que eram autorizados a ficar na sala.

- Oh ... Peça para que Ellie me sirva. Erik olhou para o empregado que sem entender simplesmente assenti e corre para longe.

Marie e Ellie estavam acabando de limpar os pratos quando um assustado homem entra sem folego a cozinha

- O Sr. Destler, pediu para que a senhorita servisse seu café ... O homem olhou para a jovem

Marie começou a falar algo, mas Ellie pegou em seu braço e com um sorriso falou.

- Tudo bem ... não precisa fazer nada ... se ele quer que eu o sirva, eu o farei. Ellie coloca uma xicara de café numa bandeja e adiciona sal em seu conteúdo, sem que ninguém visse.

Com um sorriso de orelha a orelha Ellie sai e vai para a sala de jantar, depositando a xicara de café sobre a mesa e ficando em pé ao lado de Gustave.

Erik não disse nada, simplesmente ergueu a xicara levando para sua boca e um terrível líquido salgado invadiu sua garganta o fazendo tossir.

A jovem escondeu o riso e olhou o provocando, esperando seu ataque de fúria. Depois de alguns segundo a jovem o encara ainda esperando por uma reação.

- O que ... porque o café está salgado!! Erik tenta se livrar daquele gosto horroroso em sua boca.

Ellie faz uma cara de espanto, coloca a mão sobre o peito e inclina a cabeça em sinal de desculpas.

- Oh, não ... sinto muito senhor. Eu não percebi que era sal, eu não li as etiquetas dos potes ... sinto muito. Ellie pega a xicara e sorri de lado para o homem.

Gustave abafa a risada ao ver seu pai tentando limpar a boca com um copo de água, e Ellie pisca para o menino e se retira.

" Que jovem mais petulante... Certo, devo ter sido um babaca ontem à noite e..." Erik lembra do beijo que trocou com Ellie, aquilo foi... Diferente.

Pela manhã e tarde adentro Ellie e Gustave ficaram entretidos com os mais diversos assuntos, agora pela tarde a jovem explicava como um vulcão funcionava.

- E se tudo der certo ... Podemos construir um nós mesmos, não seria legal? A jovem se sentou no tapete do quarto do menino e apontava para o livro de Ciências.

- Construir um vulcão!?? Sim, eu quero muito! Gustave se animou.

- Irei providenciar todo material e esse fim de semana podemos fazer. Eu irei ficar na residência, podemos nos divertir.

Gustave estava passando as melhores tardes com Ellie, sua nova professora e babá era tão atenciosa e carinhosa, poderia ficar com ela por todo dia sem enjoar.

- Certo, aula encerrada. Agora vamos ver... Você precisa tomar banho e colocar seu pijama. Ellie entrou no banheiro e arrumou tudo para o menino.

- Ellie não precisa fazer isso, eu sou grandinho para tomar banho... Sério, isso é demais. Gustave riu ao ver a jovem colocando um barquinho na banheira.

Lançando um olhar incrédulo, a jovem jogou alguns sais de banho e voltou ao menino.

- Então... Nem história de ninar você quer? Já que é um menino crescido... Ellie sai do banheiro, mas Gustave grita.

- Não!! A história de ninar... Eu quero sim!!

A jovem ri e desce para tomar um pouco de suco e esperar a hora que deveria colocar a criança na cama. Jantando com os outros funcionários, Ellie se sentia acolhida por eles, seria seu fim de semana sozinha naquela casa, já que naquele dia todos os empregados resolveram voltar para suas casas.

- Querida, eu posso ficar. Não fique assim... Marie aperta a mão da jovem.

- Não precisa, eu vou estar bem... Gustave e eu iremos nos divertir.

- O Sr. Destler, ele.... Bem, o fim de semana como outros dias ele ficará em seu escritório. Mas eu não sei... Eu vou ficar com você, farei companhia.

- Não precisa, eu sei o quando você esperou por essa folga, vá ver seus netos e eu ficarei bem.

- Você pode ir comigo, Gustave pode ficar com o pai...

- Não, é sério. Marie, ficarei bem... Não se preocupe.

Só por pensar que Gustave iria ficar sozinho com aquele pai ingrato, fazia Ellie se enfurecer.

- Ok. Hora de colocar Gustave na cama e ir dormir. Boa noite, Marie.

Era fato que Gustave era independente o suficiente para ir dormir, mas a jovem adorava passar um pouco da noite com o menino, contava histórias sobre dragões, bruxas e vampiros. Algo que Gustave adorava e sempre pedia por mais.

- Então, o que achou da história de hoje? A jovem cobriu o menino e deu um beijo de boa noite.

- Ótima!! Você poderia ler outra?? Por favor!?

- Não, já está tarde. Você precisa dormir e... Eu também, amanhã acordo cedo para nossa aventura no fim de semana, tenho que comprar os materiais para nosso vulcão. Ellie observa que o menino se agita ao pensar naquilo.

- Ah... Verdade!! Boa noite, Ellie. Pode ir, vai dormir!! Gustave fecha os olhos e a jovem se retira do quarto.

Escutando tudo aquilo no corredor, Erik fica encostado na parede. Era incrível como alguém poderia fazer aquilo, cuidar de uma aberração... De forma tão... Carinhosa. Odiava ter aqueles pensamentos, céus... O menino era de Christine também, sua Christine... A mulher que o fez desistir de toda sua loucura.

Ellie não percebe a presença do homem no corredor, por conta da escuridão a jovem não pode esperar por aquilo, uma mão a puxa e olhos verdes a encaram.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora