Capítulo 57

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Ellie pousou a carta em sua cama, seu pai estava tão animado sobre sua ida a América, apenas escrevia coisas boas e falava que logo iria a encontrar novamente.

Mas aquela carta a pegou desprevenida, era estranho saber que ele poderia ter escondido tudo e que estava passando por perigos longe dela, o que era terrível de se imaginar. Ela estava feliz e contente ao lado de Erik e Gustave, queria poder caminhar para uma fase nova em sua vida e até planejava contar ao seu pai sobre tudo em cartas.

Ellie não conseguirá dormir, pensando em que perigos seu pai estava passando. Sem ter como adormecer, a jovem arrumou uma pequena bagagem de mão e pegou um pouco de dinheiro que havia juntado com o que Erik a presenteava agora que eles estavam se relacionando, Erik sugeria que era um dinheiro para ela comprar roupas ou livros, mas a jovem estava guardado para algo. Ela até poderia pensar que estava adivinhando que deveria guardar para uma emergência.

Já era tarde da noite, Ellie sabia que todos estavam dormindo e assim partiu até o porto de Paris, procurou pelo navio que partia na madrugada. Sabia que seria um erro não falar a ninguém sobre aquilo, mas sabia que Erik iria se pôr em risco para ajudá-la, e ela não queria que ele se machucasse, principalmente agora que ele estava tão próximo ao filho.

Ellie pediu a Deus que ela pudesse chegar a tempo para resolver tudo, seu pai havia se perdido a tempo em julgar as pessoas, com o tempo ele havia apenas visando seu benefício ao olhar para mais coisas. O histórico de Erik de fazer justiça com as próprias mãos fazia com que Ellie se sentisse decidida em acreditar que a fuga no meio da noite era uma das melhores soluções que poderia fazer em cima da hora. Ela queria resolver aquele problema, onde seu pai se meteu. O trajeto até a América seria demorado, mesmo com as grandes inovações aquela viagem iria durar no mínimo 2 semanas. Ellie até lá rezava para chegar a tempo.

Erik e Persa se sentiram perdidos, Ellie havia tomado uma estúpida decisão e aquilo afligia principalmente Erik.

- Não irei me perdoar se algo acontecer com ela ... O homem que havia tornado a vida do capitão daquele navio um inferno ao fazê-lo adiantar a viagem que seria apenas realizada dois dias depois .

- Nada vai acontecer ... Acredito que estamos a poucas horas atrás do navio, você foi bastante firme ao ameaçar o capitão e a todos desse navio. Persa estava observando a paisagem que se tornava apenas água em seu redor.

- Não acredito que tive que voltar a ser o Erik de antes ... mas no fundo eu sempre fui isso, uma pessoa incontrolável ... até mesmo monstruosa. Erik suspirou, não queria admitir mas sentia sim saudade daquele Erik que havia sido a muito custo enterrado.

Nova York,

2 semanas depois...

Enquanto isso, Ellie chegava a Nova York com o coração acelerado. Ao desembarcar, foi imediatamente tomada pela visão grandiosa da cidade, com seus arranha-céus e o movimentado porto. Tentou encontrar o endereço durante uma semana do pequeno apartamento onde seu pai havia mencionado em suas cartas anteriores, localizado no bairro de Manhattan. Mas aquele endereço nunca existiu, talvez era uma tática para proteger a jovem e a Calisto também.

Ficando em um hotel barato próximo ao porto, Ellie não sabia mais o que fazer. Durante dias ela tentou encontrar seu pai, havia mostrado a foto dele para muitas pessoas que passavam pelas ruas e pedia por ajuda para quem passasse, mas aquela cidade era enorme. Mais um dia caminhando pelas ruas movimentadas, admirando a arquitetura grandiosa, mas mantendo um olho atento aos arredores. Logo Ellie percebeu que estava sendo seguida. Três homens vestidos em trajes escuros e chapéus de abas largas mantinham-se a poucos passos atrás dela. Tentando não parecer assustada, acelerou o passo, mas os homens fizeram o mesmo. Ao virar uma esquina, foi confrontada por mais dois homens, claramente parte da mesma gangue.

- Ellie, não é mesmo? disse um dos homens, um sorriso cruel se formando em seu rosto, em sua mão havia uma foto que Ellie reconhecerá.

- Por que você está com a fotografia que meu pai ... Ellie foi forçada a se calar com o olhar do homem em sua frente, a rua estava movimentada mas seria estupidez ela gritar.

- Estamos esperando por você. Seu pai fala muito sobre a filha amada dele... e olhe só o idiota foi mesmo pedir por ajuda para a filhinha. O homem segurou o braço de Ellie forte, a puxando para mais próximo dele.

- Quem são vocês? O que querem de mim? perguntou Ellie, tentando parecer corajosa.

- Não se preocupe, não vamos machucar você... ainda. Respondeu o homem. 

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora