Ellie passou mais algumas horas com Erik em seu quarto antes que amanhecesse, ambos estavam exaustos, porém precisavam se arrumar para retornar a Paris. Rubens havia organizado tudo para o retorno de seu patrão, o funcionário estava triste em vê-lo partir, pois fazia muito tempo que o homem não os visitava. Gustave e Sussanah aproveitaram até último momento para ficarem juntos brincando, as crianças estavam felizes, porém tristes em ter que se separar.
A menina havia presenteado Gustave com uma pintura que ela mesma havia feito, era a paisagem de Chartres onde poderia ser vista pela janela de seu quarto.
- Irei escrever sempre, não fique triste. Gustave abraçou pela última vez a menina que assentiu.
- Espero vê-lo novamente, Gus. Irei ficar contando os dias para receber a primeira carta, por favor me fale sobre Ellie e seu pai, se eles vão se casar. A menina sorriu, com tudo que Gustave falava sobre o casal, ela tinha certeza de que logo iriam ficar juntos.
Erik sorriu com aquele comentário, até as crianças estavam percebendo que eles tinham uma ligação especial? Depois que Erik se despediu de todos, a carruagem estava pronta para partir. Gustave acenou para Susannah até quando ele perdeu a menina de vista, adentrando pela estrada. O menino ficou triste por estar deixando a sua amiga, porém prometera que iria escrever sempre. Ellie distraiu Gustave, contando em como poderiam enviar não apenas cartas a menina, mas também outras lembranças, que ela iria ensinar ao menino.
- Podemos criar uma bela canção para que quando vocês se reencontrarem cantarem. Seu pai vai ajudá-lo, eu posso dar suporte com apenas um pouco do Básico de piano. Ellie queria reunir pai e filho em mais atividades, e por incrível que pareça Erik estava prestando atenção.
- Susannah é uma criança muito doce, eu posso ajudá-los a fazer essa canção, quando mais novo eu tinha muito trabalho como compositor. Eu sou dono do Opera... Erik havia mencionado aquilo pela primeira vez a Ellie que o olhou admirada.
- O opera!? Oh... Sim, seu pai era o administrador quando era criança e eu assisti a muitas peças lá. Porém com o tempo eu não soube mais de nada. O teatro de repente fechou. A jovem lembrou que o Opera estava passando por muitas dificuldades.
- Ele fechou por um tempo, eu deixei a administração para outras pessoas e agora não sei ao certo como ele está, eu abandonei muitas coisas. O mascarado suspirou, com a morte de Christine, ele não via sentido em estar naquele teatro.
O tempo que Christine passou em casa com a gravidez avançada fez com que Erik abandonasse o teatro, ele queria estar ao lado da esposa. Foram longos meses em que Erik tentou ao máximo fazer Christine feliz, cantando para ela e prometendo que logo os três iriam se reunir para uma apresentação no teatro.
Christine sorria sempre que Erik brincava com a possibilidade de ter que lidar com uma mini Christine, e que ele seria muito ciumento.
Outras vezes ele conversava com o bebê, contando como a sua mãe era bela e talentosa.- Faz anos que não vou ao opera. Sabe Gustave, aquele lugar é mágico. É onde sonhos se tornam realidade, histórias saem dos livros e ficam vivas. Ellie contou suas peças favoritas a Gustave, que ficou bastante interessado.
- Otelo e Madama butterfly são maravilhosas, irei ensinar sobre essas histórias ao retornar. Mas já posso te dizer que seria maravilhoso presenciar essas peças pessoalmente novamente. Ellie podia ver que Erik estava desconfortável com o assunto e logo mudou para outro.
- Acho que esse caminho é muito lindo, não havia notado que essas estradas são tão bem cuidadas. A jovem se encantou com as flores que rodeavam toda aquela vasta estrada.
Erik aliviado em trocar de assunto pode descansar se apoiando no ombro da jovem. Ellie tentou desvencilhar daquele toque, mas Gustave notou que seu pai estava realmente cansado.
- Não sei o que meu papai fez, mas ele está cansado, Ellie. Só fica um pouquinho assim com ele. Gustave inocente comentou sobre seu pai, e a jovem corou, ela também estava cansada, havia dormido muito pouco na noite anterior, porém não iria comentar nada para não ter que se explicar.
Gustave tinha muitas lembranças daquelas férias, sua primeira com o seu pai. E era sua primeira vez que havia saído de Paris. Tinha feito uma amiga e passado dias ótimos com ela, era estranho saber que agora ele iria voltar a estudar em casa e não teria mais amigos. Talvez Ellie o ajudasse e tentaria que outras crianças se aproximassem dele, mas ele não sabia se iria conseguir ter uma infância comum.
- Meu querido, o que você está pensando tanto?? A jovem observou por algum tempo a criança pensativa.
- Nada ... Eu apenas estou pensando em como será retornar pra casa. Sinto falta de todos e principalmente de Marie, mas queria ter amigos... O menino ficou cabisbaixo.
- Hum... Podemos sair mais vezes. Tenho certeza de que muitas crianças vão amar ser seu amigo. Ellie sorriu para o encorajar.
Erik estava adormecido, Ellie tinha o melhor ombro do mundo e ainda bem ao fundo ouvia sua voz suave.
- Te garanto que você fará mais amigos. Você é uma criança tão especial e inteligente. Bobos aqueles que não quiserem ser seu amigo. Ellie dizia palavras de incentivo para o menino.
Depois de um tempo, Erik acordará e percebeu que Gustave adormecera. Ellie tinha se acomodado ao lado de Erik e tentado ficar mais confortável possível.
- Meu amor deve ter sido forte para não cair no sono logo.... O homem a colocou em seu colo enquanto a aquecia, ele não tinha mais intenção de esconder o relacionamento e sua verdadeira intenção em estar com Ellie.
A jovem sentiu que estava segura, seu sono tranquilo a fez ter uma paz que estava faltando dentro dela. Poderia ela talvez ter encontrado a pessoa especial?? Aquela que ela estava à espera?
Erik poderia ser aquela pessoa? Ela estava indecisa, mas pensará que o destino havia deixado claro os sinais.O caminho foi silencioso, Erik se manteve acordado e Ellie e Gustave ficaram dormindo. Enquanto a paisagem mudava para algo mais movimentado, havia ali terminado as férias que Erik o havia dado, algo que não fazia há anos e aquilo fez abrir seus olhos, em relação a seu filho e a Ellie.
Ao virar a esquina de sua casa, Erik pode ver uma movimentação em frente a sua residência, ele pensará "O que poderia ter acontecido ou melhor quem estaria o visitando?"
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Um toque do destino
RomanceEllie Yates uma jovem que busca por emprego na misteriosa mansão do cavalheiro fantasma, se vê em apuros quando seu patrão que faz de tudo para não ser visto, se interessa na babá e professora de seu filho Gustave. Cabe a jovem trazer para pai e fil...