Capítulo 21

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O dia seguinte foi como todos os outros, para Ellie que estava se acostumando com as particularidades de Erik que insistia em dar ordens a ela. A manhã e tarde era de estudos para com Gustave e a noite a jovem afundava na leitura e tradução do livro.

Vestindo sua camisola a jovem se deitou na cama e começou a trabalhar no livro. O quarto era minúsculo então tinha adaptado uma tábua para acomodar seu caderno e o livro junto a um lampião.

- Você irá queimar a todos nós com esse lampião na cama, Ellie. Uma voz fez com que a jovem se assustasse.

Sem muita cerimônia Erik abriu a porta do quarto da jovem e observou-a com uma camisola branca com pequenos babados nas mangas.

- Perdão? E... Como ousa entrar deste jeito?? Ellie se ajeitou e tentou arrumar seu cabelo.

- A casa é minha... Faço o que quiser, esse quarto ... Tudo que há nele me pertence... Então, é fácil deduzir que não preciso de autorização.

A jovem fechou o punho e respirou, poderia dar um belo tapa naquele homem, mas não queria desperdiçar a noite com discussões.

- Me siga, traga o livro e as anotações. O homem caminha até o subsolo, Ellie atrás observava cada detalhe daquele lugar.

As paredes eram bem escuras, quadros, livros e um tapete persa se estendia no novo cômodo.

- Aqui que eu te vi pela primeira vez, surtada ... Querendo matar o professor de Gustave. Erik esperou a jovem entrar e fechou a porta.

" ah, sim... Eu... Me esqueci. Aqui é o escritório do homem" a jovem olhou mais atentamente e se lembrou.

- Faça seu trabalho aqui é mais espaçoso e você não vai ter chances de incendiar nada. Erik mostra a mesa para a jovem e sorri.

- Não fale depois que eu sou um homem malvado. Você não me viu bravo ainda.

Ellie colocou seu caderno e livro na mesa, aquele lugar dava calafrios, ou era o clima de lá embaixo que era gélido assim?

- Você por ser da sociedade é bem descuidada, uma dama que eu saiba tem vestes mais próprias para dormir. Erik se aproxima da jovem que estava tremendo de frio.

- Não deu tempo de trazer todas minhas roupas quando eu... Esquece, o senhor não está se importando tanto sobre minha vida. Ellie corta o assunto.

- Não precisa nem terminar, eu sei que você e seu pai sairão fugidos de sua casa, é claro que você não tem muitos pertences agora. O homem retira seu casaco e joga sob os ombros de Ellie.

- Você está precisando mais do que eu, afinal eu sou acostumado ao frio daqui. Você... Não. Está igual uma gatinha a tremer.

Ellie aperta o casaco para mais perto dela, e desejou não ter feito aquilo. O cheiro de Erik invadiu todos seus sentidos.

- Aproveite.... Você irá terminar esse trabalho aqui, toda noite desça e fique à vontade... Eu não mordo. Erik caminha até a outra parte da sala e se senta com um livro em mãos.

- E não... Não retruque. Eu decidi e você não irá desobedecer. Erik levanta uma sobrancelha e volta a ler.

Ellie não iria vencer a discussão então continuou o seu trabalho. Durante algumas horas ambos ficaram em silêncio, a jovem aproveitou aquilo, calado o homem não parecia tão mal assim.

Sob a luz de lamparina, Erik parecia misterioso. Sua camisa perfeitamente ajustada no corpo e sua postura fazia com que Ellie ficasse por um tempo a admirar o homem.

" Foca, eu preciso terminar isso" a jovem balança a cabeça tentando apaziguar aqueles pensamentos.

Sonolenta apoiou sua cabeça com uma das mãos, lutando contra a enorme vontade de dormir. O que foi em vão, Ellie apoia sua cabeça e adormece.

Erik ri daquilo, a jovem era bem inocente ao dormir tão próxima a ele.

- Ellie, hora de dormir... Erik sussurrando não vê nenhuma reação da jovem quando ele a pega no colo

Levando para seu quarto, Erik deita a jovem sobre os lençóis em linho brancos e a cobre. Cansado também o homem deita e fica zelando o sono tranquilo da jovem por um momento.

A jovem acordou sentindo um toque em sua cintura e um aroma conhecido.

- O que??? Sussurrou ao se ver deitada na cama coberta por um cobertor macio.

Erik permaneceu abraçando a jovem que tentava se desvencilhar do toque do homem.

- Shiuu.... Não seja tão agitada. Não fizemos nada demais, você só dormiu aqui. Erik não abre os olhos e atrás para mais perto.

- Mas agora... No entanto, acho que irei te dar uma recompensa. O homem sussurra e beija o pescoço da jovem.

- Me deixa sair... Por favor. Ellie lutava contra aqueles pensamentos que teimava a surgir em sua cabeça.

"Fique, esse toque e esse beijo é maravilhoso" Ellie se sentia uma idiota, deveria ter ido embora na primeira insinuação daquele homem, e não ficar sonhando e querendo seu toque, estava ficando maluca.

- Você pode dormir comigo a qualquer hora... Eu gostei de tê-la como companheira, Ellie. Erik acorda e se senta na cama.

Ellie se assusta ao ver que o homem está sem camisa e exibindo um peitoral largo e com uns músculos.

- Acho que irei pedir café na cama hoje, o que acha darling? Erik ri e provoca a jovem.

- Não me chame assim! Apenas pessoas especiais podem ser chamadas de queridas ... e o que o senhor anda fazendo comigo é nada mais do que me atormentar... Ellie pula da cama.

- Não sinto um pingo de vergonha, eu estou em minha cama... Dentro de minha casa... o que posso falar mais? O homem se espreguiça e observa a jovem vermelha o encarando.

Ellie não fala nada, somente abre a porta e vai embora, nada iria mudar sua opinião sobre Erik, o homem deveria ser um bom pai, manter um relacionamento com Gustave e não ficar a atormentando, se seu pai soubesse as coisas que ela estava enfrentando, iria ficar apavorado.

Já era quase hora do café e os empregados estavam correndo para cuidar de tudo, a jovem subiu as escadas e deu de cara com Marie, que a olhou assustada.

- Querida, o que você está fazendo aí... Ainda de pijama? A senhora o olhou desconfiada, mas logo se lembrou que Erik havia pegado a pobre menina para chatear.

Ellie se apressa e corre para o quarto, estava envergonhada e não sabia o que os empregados iriam pensar dela.

" Preciso ir embora daqui, e é isso que farei" a jovem se decide, seria difícil sair de lá e deixar Gustave, mas ela não queria mais ficar morando com aquele homem tão descarado.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora