O dia seguinte foi como todos os outros, para Ellie que estava se acostumando com as particularidades de Erik que insistia em dar ordens a ela. A manhã e tarde era de estudos para com Gustave e a noite a jovem afundava na leitura e tradução do livro.
Vestindo sua camisola a jovem se deitou na cama e começou a trabalhar no livro. O quarto era minúsculo então tinha adaptado uma tábua para acomodar seu caderno e o livro junto a um lampião.
- Você irá queimar a todos nós com esse lampião na cama, Ellie. Uma voz fez com que a jovem se assustasse.
Sem muita cerimônia Erik abriu a porta do quarto da jovem e observou-a com uma camisola branca com pequenos babados nas mangas.
- Perdão? E... Como ousa entrar deste jeito?? Ellie se ajeitou e tentou arrumar seu cabelo.
- A casa é minha... Faço o que quiser, esse quarto ... Tudo que há nele me pertence... Então, é fácil deduzir que não preciso de autorização.
A jovem fechou o punho e respirou, poderia dar um belo tapa naquele homem, mas não queria desperdiçar a noite com discussões.
- Me siga, traga o livro e as anotações. O homem caminha até o subsolo, Ellie atrás observava cada detalhe daquele lugar.
As paredes eram bem escuras, quadros, livros e um tapete persa se estendia no novo cômodo.
- Aqui que eu te vi pela primeira vez, surtada ... Querendo matar o professor de Gustave. Erik esperou a jovem entrar e fechou a porta.
" ah, sim... Eu... Me esqueci. Aqui é o escritório do homem" a jovem olhou mais atentamente e se lembrou.
- Faça seu trabalho aqui é mais espaçoso e você não vai ter chances de incendiar nada. Erik mostra a mesa para a jovem e sorri.
- Não fale depois que eu sou um homem malvado. Você não me viu bravo ainda.
Ellie colocou seu caderno e livro na mesa, aquele lugar dava calafrios, ou era o clima de lá embaixo que era gélido assim?
- Você por ser da sociedade é bem descuidada, uma dama que eu saiba tem vestes mais próprias para dormir. Erik se aproxima da jovem que estava tremendo de frio.
- Não deu tempo de trazer todas minhas roupas quando eu... Esquece, o senhor não está se importando tanto sobre minha vida. Ellie corta o assunto.
- Não precisa nem terminar, eu sei que você e seu pai sairão fugidos de sua casa, é claro que você não tem muitos pertences agora. O homem retira seu casaco e joga sob os ombros de Ellie.
- Você está precisando mais do que eu, afinal eu sou acostumado ao frio daqui. Você... Não. Está igual uma gatinha a tremer.
Ellie aperta o casaco para mais perto dela, e desejou não ter feito aquilo. O cheiro de Erik invadiu todos seus sentidos.
- Aproveite.... Você irá terminar esse trabalho aqui, toda noite desça e fique à vontade... Eu não mordo. Erik caminha até a outra parte da sala e se senta com um livro em mãos.
- E não... Não retruque. Eu decidi e você não irá desobedecer. Erik levanta uma sobrancelha e volta a ler.
Ellie não iria vencer a discussão então continuou o seu trabalho. Durante algumas horas ambos ficaram em silêncio, a jovem aproveitou aquilo, calado o homem não parecia tão mal assim.
Sob a luz de lamparina, Erik parecia misterioso. Sua camisa perfeitamente ajustada no corpo e sua postura fazia com que Ellie ficasse por um tempo a admirar o homem.
" Foca, eu preciso terminar isso" a jovem balança a cabeça tentando apaziguar aqueles pensamentos.
Sonolenta apoiou sua cabeça com uma das mãos, lutando contra a enorme vontade de dormir. O que foi em vão, Ellie apoia sua cabeça e adormece.
Erik ri daquilo, a jovem era bem inocente ao dormir tão próxima a ele.
- Ellie, hora de dormir... Erik sussurrando não vê nenhuma reação da jovem quando ele a pega no colo
Levando para seu quarto, Erik deita a jovem sobre os lençóis em linho brancos e a cobre. Cansado também o homem deita e fica zelando o sono tranquilo da jovem por um momento.
A jovem acordou sentindo um toque em sua cintura e um aroma conhecido.
- O que??? Sussurrou ao se ver deitada na cama coberta por um cobertor macio.
Erik permaneceu abraçando a jovem que tentava se desvencilhar do toque do homem.
- Shiuu.... Não seja tão agitada. Não fizemos nada demais, você só dormiu aqui. Erik não abre os olhos e atrás para mais perto.
- Mas agora... No entanto, acho que irei te dar uma recompensa. O homem sussurra e beija o pescoço da jovem.
- Me deixa sair... Por favor. Ellie lutava contra aqueles pensamentos que teimava a surgir em sua cabeça.
"Fique, esse toque e esse beijo é maravilhoso" Ellie se sentia uma idiota, deveria ter ido embora na primeira insinuação daquele homem, e não ficar sonhando e querendo seu toque, estava ficando maluca.
- Você pode dormir comigo a qualquer hora... Eu gostei de tê-la como companheira, Ellie. Erik acorda e se senta na cama.
Ellie se assusta ao ver que o homem está sem camisa e exibindo um peitoral largo e com uns músculos.
- Acho que irei pedir café na cama hoje, o que acha darling? Erik ri e provoca a jovem.
- Não me chame assim! Apenas pessoas especiais podem ser chamadas de queridas ... e o que o senhor anda fazendo comigo é nada mais do que me atormentar... Ellie pula da cama.
- Não sinto um pingo de vergonha, eu estou em minha cama... Dentro de minha casa... o que posso falar mais? O homem se espreguiça e observa a jovem vermelha o encarando.
Ellie não fala nada, somente abre a porta e vai embora, nada iria mudar sua opinião sobre Erik, o homem deveria ser um bom pai, manter um relacionamento com Gustave e não ficar a atormentando, se seu pai soubesse as coisas que ela estava enfrentando, iria ficar apavorado.
Já era quase hora do café e os empregados estavam correndo para cuidar de tudo, a jovem subiu as escadas e deu de cara com Marie, que a olhou assustada.
- Querida, o que você está fazendo aí... Ainda de pijama? A senhora o olhou desconfiada, mas logo se lembrou que Erik havia pegado a pobre menina para chatear.
Ellie se apressa e corre para o quarto, estava envergonhada e não sabia o que os empregados iriam pensar dela.
" Preciso ir embora daqui, e é isso que farei" a jovem se decide, seria difícil sair de lá e deixar Gustave, mas ela não queria mais ficar morando com aquele homem tão descarado.
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Um toque do destino
RomanceEllie Yates uma jovem que busca por emprego na misteriosa mansão do cavalheiro fantasma, se vê em apuros quando seu patrão que faz de tudo para não ser visto, se interessa na babá e professora de seu filho Gustave. Cabe a jovem trazer para pai e fil...