Capítulo 63

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Ellie caminhou junto a Erik para fora do prédio, ainda anestesiada com os últimos acontecimentos.

- Amor ... você não sabe o quando eu fiquei preocupado, porque você precisou vir sozinha até aqui. Erik ajudou a jovem a entrar no carro.

- Amigo, é melhor não começar a discutir ... nós precisamos cuidar... Persa interveio, Erik era às vezes muito monopolizador e não entendia sobre algumas situações.

- Meu pai ... ele ... eu mal pude me despedir. Ellie falou com a voz embargada.

As lágrimas não paravam de cair ela sussurrou o nome do pai, a voz quebrada pelo choro.

Ellie não podia imaginar que toda aquela situação a deixara sem o seu pai, ela sonhava em vê-lo e queria que ele a levasse até o altar quando se casasse à Erik, mas nada daquilo iria acontecer. Erik perceberá agora que Ellie havia perdido todos de sua família, igual a ele quando seu pai falecerá. A dor daquela época o fez relembrar, tão quando Christine partiu.

- Sinto muito, amor. Eu cheguei tarde ... se eu tivesse ao menos chegado poucos minutos antes, nada disso iria acontecer. Erik se culpou, se ele tivesse sido impulsivo, ele poderia ter salvo Calisto.

Enquanto voltavam para o hotel onde estavam hospedados, Ellie queria saber se o corpo de seu pai seria velado de forma certa, sua mãe quando faleceu não havia nenhum velório, isso pois naquela época eles estavam sem dinheiro, e o pouco que puderam fazer foram algumas horas a velando.

- Precisamos cuidar disso, mas antes você precisa descansar. Erik tentou confortar Ellie enquanto ela se sentia vazia, apenas querendo saber se seu pai iria ser devidamente lembrado.

Persa se ausentou em seu quarto, deixando Ellie e Erik sozinhos, a jovem chorou até adormecer, quando Erik a levou até a cama.

No dia seguinte, o céu estava encoberto por nuvens pesadas, refletindo a tristeza que permeava o ar do cemitério de Nova Iorque. O vento frio sussurrava através das árvores, fazendo as folhas caírem suavemente, como se a própria natureza estivesse lamentando a perda de Calisto. Ellie, estava de pé ao lado do túmulo, segurando uma rosa branca com força. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, mas agora ela estava em silêncio, encarando o caixão que estava prestes a ser baixado.

Ao seu lado, Erik, seu namorado, tentava ser uma presença reconfortante, mas era evidente que ele também estava profundamente afetado pela perda. Segurando a mão de Ellie, ele olhava para o caixão com uma expressão de dor e resignação. Ellie olhou para Erik. Ele sempre foi seu porto seguro, e agora estava tentando ser a rocha em que ela pudesse se apoiar. Mas Ellie podia ver a dor nos olhos de Erik, uma dor que ele estava tentando esconder para ser forte por ela. Persa, por outro lado, estava claramente devastado.

Seu pai e Calisto eram amigos desde a infância, e a perda de um amigo tão próximo era quase insuportável. Ellie se ajoelhou ao lado do caixão e colocou a rosa branca em cima dele.

-Adeus, pai. Ela sussurrou, suas palavras quase sendo levadas pelo vento.

-Eu te amo e sentirei sua falta todos os dias.

Erik foi o próximo. Ele se aproximou, colocou uma mão firme no caixão e ficou em silêncio por um momento, como se estivesse reunindo forças para dizer o que precisava.

-Obrigado por tudo, Calisto. Ele finalmente disse, sua voz embargada pela emoção. - Eu prometo cuidar de Ellie. Descanse em paz.

O caixão foi lentamente baixado na cova, e a sensação de finalização começou a se instalar no coração de todos ali presentes. Ellie sentiu um aperto no peito, como se uma parte dela estivesse sendo enterrada junto com seu pai.

Enquanto o dia se tornava noite, Ellie e Erik permaneceram um pouco mais no cemitério, em silêncio, apreciando a presença um do outro.

- Nada disso tinha que acontecer, eu me sinto mal por não estar com você Ellie. Me desculpe. Erik abraçou a jovem que ainda observava a lápide de seu pai.

- Não é sua culpa, meu pai se envolveu com pessoas ruins. Eu sabia que isso poderia acontecer, mesmo quando estávamos em Paris, ele corria perigo. Ellie não queria que Erik se culpasse, ninguém era culpado por aquilo.

- Podemos voltar para a casa ou você prefere ficar mais um pouco aqui? Erik notou que estavam sozinhos no cemitério, e que logo iria ser fechado.

- Vamos ... nesses dias eu me senti muito sozinha e com medo. Pensei em você e em Gustave, em que não iria mais vê-los, sentia que iria acabar em uma situação onde ninguém iria me salvar. Sei que você me salvou em tantas oportunidades, mas não nessa situação, não queria te colocar em perigo, você tem a seu filho, precisa estar ao lado dele e bem ... aproveitar ao lado dele. Ellie chorou, ela não queria ser egoísta, sabia que a vida de Gustave e Erik antes dela aparecer era dividida. Com Erik o tratando mal e Gustave só queria ser amado, ter seu pai.

- Amor ... com você eu pude mudar e ver que estava sendo um péssimo pai, o meu pai certamente iria me odiar em saber que eu estava sendo tão amargo com Gustave. O homem a acalmou e caminharam juntos até a saída do cemitério.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora