Ellie ainda no chão observa para o homem em pé, seus cabelos negros, perfeitamente penteados, moldavam-se com elegância, destacando-se contra o contraste do terno preto impecável que vestia. Cada detalhe da vestimenta parecia cuidadosamente escolhido, transmitindo uma imagem de refinamento e atenção aos detalhes. Contudo, o que mais chamava a atenção era a intrigante máscara que cobria metade de seu rosto. Ela adicionava um elemento de enigma ao homem, criando uma dualidade entre a visibilidade de seus olhos verdes penetrantes e a parte do rosto oculta pela máscara. A máscara, embora cobrindo parte de sua fisionomia, não obscurecia a expressividade de seus olhos, que revelavam intensidade e profundidade.
- Chega desse escândalo! Você ... eu estava levando a acreditar que a babá dessa vez seria mais lúcida. Mas vejo que me enganei... O homem olha para baixo e a jovem se encolhe.
- Isso, senhor Destler. Coloque essa mulherzinha em seu devido lugar. Eu vou voltar a aula. O homem ri e caminha até a porta.
Ellie bufa e salta ficando em pé, alcançando o homem e o empurrando.
- Você vai ir embora e nunca mais voltará, isso sim. Ou eu vou precisar da faca para cortar essas mãos que aplicam surras em inocentes?! Ellie olha para a faca no chão e tenta alcançar.
O homem misterioso chuta a faca para longe, ficando próximo a jovem, percebe um enorme hematoma se formando num lado em seu rosto.
- Diga-me, foi ele que te bateu?
A jovem apenas assenti envergonhada. Seu corpo estremece quando o homem misterioso, que agora ela sabia que era seu patrão a olha fixamente.
- E você.... Como ousa bater numa mulher? Erik olha para o homem.
- Ela me desrespeitou, me tirou de meu trabalho. Ela mereceu por ser tão enxerida.
A jovem olha para o homem que grita e fala sobre o ocorrido.
- Senhor, ele estava batendo no seu filho. Ele não é professor coisa alguma, é um carrasco! Ellie tenta bater no homem, mas é agarrada pelo ombro.
- Eu sei que ele disciplina Gustave. Nunca fui contra a seus métodos. Erik ainda segurando a jovem fala sem expressar nenhuma reação.
Ellie fica indignada, como aquele homem frio poderia permitir tal maldade?
- Então... Então o senhor é pior que esse resto de estrume. Apenas um monstro poderia permitir isso ao próprio filho. Ellie se livra das mãos do homem e o olha com raiva.
- Pode se retirar... E você, continue a dar aulas. Erik se vira de costas.
- O que?? Você... Eu não vou permitir isso. Ah, não mesmo! A jovem pega a faca num canto e parte para cima do professor.
Erik queria apenas trabalhar sem ser interrompido, mas agora estava correndo para alcançar uma mulher desequilibrada.
- Me solta ... Se você não protege seu filho eu farei isso!! Me solta. Ellie estava com o rosto vermelho e doendo ainda mais não ia deixar aquilo acabar daquele jeito.
- Certo... Não vou precisar de seus serviços. Sai imediatamente... E você, senhorita... Largue essa faca. Erik tenta tirar a faca da mão da jovem que se corta ao pegar.
O professor relutante olha por um momento para Erik que lança um olhar assustador e se retira do lugar.
A jovem ainda está sem fôlego, como aquele homem poderia ser tão cruel..., mas pelo menos tinha sido despedido.
- Você, saia também. Erik caminha até uma poltrona, tira um lenço do casaco e amarra no corte em sua mão.
Uma parte de Ellie queria correr para longe, mas outra dizia para ficar e cuidar daquele homem estranho.
- Deixa eu ver... Posso cuidar disso. A jovem se aproximou e pegou a mão do homem sem nenhum aviso.
Erik se assustou ao ver que a jovem não tinha ficado assustada e nem saído correndo.
- Você precisa cuidar desse rosto... O desgraçado bateu com força mesmo. Erik tenta puxar a mão, mas é contido por Ellie.
- Era para seu filho esse tapa. Se está ruim assim em mim que sou adulta, imagino se fosse uma criança. O senhor deveria ter escolhido tutor melhor do que esse filha da mãe. Ellie se levantou e trouxe um pouco de água para molhar o lenço.
Erik admirava aquela coragem toda. Ele sabia que o homem batia em Gustave, mas era para ensinar e não via nada de errado com aquilo.
- Disciplina é essencial. Apenas tento criar um homem e não um maricas. Erik dá de ombros
A jovem aperta com força o lenço, fazendo o homem gritar de dor.
- Então... Trate disso sozinho. Já que é um homem. Eu irei cuidar de seu filho. Poderia ser um prazer ter conhecido finalmente o famoso Senhor Destler, mas infelizmente para mim é um desprazer. Ellie caminha até a porta e vai embora.
" Quem ele pensa que é para falar aquilo? Criar um homem, francamente... " Ellie caminhou com passos largos até a cozinha.
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Um toque do destino
RomanceEllie Yates uma jovem que busca por emprego na misteriosa mansão do cavalheiro fantasma, se vê em apuros quando seu patrão que faz de tudo para não ser visto, se interessa na babá e professora de seu filho Gustave. Cabe a jovem trazer para pai e fil...