Capítulo 32

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Erik retornou para o quarto e Ellie estava dormindo profundamente.
Retirando os sapatos e se trocando o homem se sentou numa poltrona ainda observando a jovem.

"Você veio num momento em que eu estava desistindo de tudo... Posso pensar que seu pai mais uma vez me salvou, agora te trazendo até mim?"

Ellie sentia o conforto daquela cama, era tão diferente de seu quarto, o aroma daquele homem estava nos travesseiros, lençóis e mantas.

- Tão gostoso... A jovem cochichou entre as cobertas.

Erik ri ao ver que Ellie estava se mexendo na cama e balbuciando coisas aleatórias.

- Cadê aquele homem?? A jovem virou se para os lados e ficou confusa em não o encontrar na cama.

- Eu estou bem aqui, Ellie. Erik se levanta e fica na cabeceira da cama.

- Você não veio dormir... A cama é sua... Não, minha.

- Mas você está nela. Eu posso ter te beijado na primeira vez por impulso, mas saiba que eu não sou um homem que se aproveita de damas.

- Eu sei, você é correto... Só é provocador. Ellie se endireitou na cama.

O homem sorriu, ele gostava de provocá-la, era a primeira vez depois da perda de Christine que Erik estava feliz com outra pessoa próxima.

- Sim... Provocador. Sinto lhe dizer que ainda estamos trancados aqui. O homem mentiu, mas era para um bom motivo.

- Oh... Isso é ruim. O que iram pensar de mim... Minha cabeça dói. Ellie levou as mãos até a cabeça.

- Vão pensar? Creio que nada. Eles quem fizeram isso. Você não acha que Gustave foi o único responsável por isso? E sobre a dor de cabeça, só um momento... Erik se retira e a jovem fica observando o quarto, já tinha estado lá, porém agora com calma pode observar o lugar, com quadros nas paredes em molduras douradas, vasos de plantas que estranhamente estavam lindos e verdes e algumas partituras espalhadas na mesa de canto.

- Tome, isso irá te ajudar. O homem ofereceu um copo de água e um segurando uma colher de se sentou ao lado da jovem.

" O que ele está pensando que vai fazer" Ellie ficou surpresa ao ver o homem a encarando.

- Abra a boca. Isso é um remédio, eu sempre tomo quando... Fico de resseca. Erik balançou a colher esperando que a jovem abrisse a boca.

- Eu não estou de ressaca. Mas... Isso irá acabar com essa dor de cabeça?

O homem assentiu e a jovem abriu a boca, o líquido amargo desceu rasgando a garganta da jovem que tomou o copo inteiro de água.

- Pronto, pronto... Já, já, estará novinha em folha. Erik bagunçou os cabelos da jovem que o olhou irritada.

Ellie odiava admitir, mas Erik era uma pessoa complexa sem dúvidas, porém era cuidadoso com ela e sabia que com Gustave do jeito dele também o fazia cuidar do filho.

- Irei dormir no quarto vizinho, se quiser algo é só chamar. Erik caminhou até a porta quando Ellie o chamou.

- Fica. Já estou arruinada mesmo. E seria o certo eu ter que lhe servir, não é, senhor? A jovem riu

- Hum... Você realmente está brincando com fogo, mocinha. Erik sorri sarcasticamente.

- Já estou presa... Seria correto não lutar contra a suas vontades, não é? Ellie suspirou e abaixou o olhar.

Erik estranhava aquele comportamento. De fato, a jovem tinha recordado de algo.

- Esse tom não combina com você, me fale o que te aflige? O homem se aproximou da jovem.

- Eu nunca iria imaginar estar trabalhando de babá, nunca iria imaginar estar deitada na cama de um homem... Ou estar arruinada, sem um tostão. Minha vida era para ser diferente... Não essa bagunça que está. A jovem se encolheu na cama.

- A vida é uma caixinha de surpresas, você acha que eu tive sorte desde sempre? Na vida temos que nos adaptar, e senhorita ... Está se dando muito bem com o que a vida lhe deu.

- É... Tive que lidar com isso. Senão, o que iria ser de mim? As apostas de sucesso que faziam de mim na faculdade, tudo aquilo... Nada se cumpriu. Estou cá eu, miserável. Odeio sentir isso... Odeio ser vulnerável próximo a você! Ellie queria fugir e se esconder, o que tinha dado nela?

- A senhorita é uma ótima professora para Gustave, reconheço que certos métodos são bem... Diferentes. Mas de certo, você é muito boa em lecionar, vejo paixão em seu olhar. E isso não é porque você está me olhando e sim porque você, senhorita... Ama o que faz. Erik tentou animar a jovem.

Ellie esboçou um sorriso, encarando Erik simplesmente assentiu e se deitou.

- Eu realmente posso estar compartilhando a cama com a professora de meu filho? Erik se deitou ao lado da jovem que o olhou espantada.

- O..o que eu fiz?? Erik a olhou assustado, Ellie estava com um sorriso bobo nos lábios.

- Você chamou Gustave... De filho. Ellie estava com os olhos marejados, finalmente ele ... Erik estava se importando!

- Oh... Eu o fiz? Certo ... Deve ter escapado. E por Deus, não chora por isso. O homem secou as lágrimas da jovem.

- Me perdoe. Eu acho que estou ainda sob efeito de álcool. A jovem riu.

- Sim ... Sempre culpam o álcool por coisas que sóbrios, nunca fariam... Lamentável, senhorita. Erik brincou com uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto da jovem.

- Lamentável de fato. O que posso dizer... Meu patrão me embebedou. Isso é errado, não é?

- Muito errado. Um patrão terrível, senhorita. O homem se fez de inocente e se aproximou da jovem, ficando a poucos centímetros de seu rosto corado.

- Boa noite, Ellie. Erik sussurrou e deu um beijo na testa da jovem.

Depois disso, o homem se virou e apagou as luzes, deixando a jovem ainda sem entender o que tinha acontecido ali.

" Eu realmente pedi que ele dormisse aqui comigo? Estou louca..., mas estou feliz, ele finalmente chamou Gustave de filho!" A jovem fechou os olhos e rapidamente caiu no sono.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora