Capítulo 10

39 6 6
                                    

1h atrás...

Erik finalizará seus projetos, cansado se pôs a beber, diante aqueles anos de solidão sua melhor companhia sempre era as suas garrafas de vinhos e whisky de sua adega particular.
A bebida o fazia esquecer sua dor e o fazia dormir sem pensar em como sua vida era fadada a ser sempre uma tragédia.

" Christine, se você tivesse aqui. Se aquele menino não tivesse nascido, você estaria aqui comigo. Por que ele teve que sobreviver e você não?" Erik supria em sua alma um desgosto de seu próprio filho, mesmo tendo os traços da mãe, aquela terrível deformação o fazia lembrar sempre, que ele era o motivo da morte de sua amada.

Cambaleando, subiu até a cozinha e percebeu que a babá estava distraída em seus pensamentos.

Riu ao ver que mesmo sendo tão medrosa se pôs a se defender com uma... concha?

" Pobre alma, será o meu divertimento da noite" o homem sorriu sarcástico e se revelou a jovem.

Beija-la não estava nos planos, muito menos falar aquelas rudes palavras. Nada estava certo, ele apenas culpava o álcool, mesmo não estando caindo de bêbado, aquilo tudo aconteceu pois ele estava sem seu juízo perfeito.

" Maldição ... E porque eu gostei desse beijo, devo estar louco!" Erik saiu marchando da cozinha e desceu para seu quarto.

Ellie tocou nos lábios, não era seu primeiro beijo, já tinha tido alguns pretendentes, mas aquele beijo de mais cedo... aquele homem, por que ele fizera aquilo? Ele não deveria ter feito... O porquê ela estava suspirando deitada na cama, encarando o teto e sentindo aquelas mãos em sua cintura.

" Ellie, controle-se!" A jovem enterrou a cabeça no travesseiro e tentou dormir.


Ao amanhecer o dia Ellie acordou antes de todos e ficou encarando a pequena janela de seu quarto, abraçando seu corpo a noite anterior a fez perder o sono.

Levantando-se e indo para a cozinha a jovem ficou nervosa ao relembrar aquele beijo e no que aquele homem havia dito a ela.

Caindo na cadeira exausta e com sono a jovem deitou a cabeça na mesa e adormeceu.

- Querida ... O que você está fazendo aqui? Marie ao acordar viu a jovem dormindo na cozinha.

- Oh.... Bom dia, Marie. Me ... Me desculpa eu ... Devo ter me distraído... A jovem se levantou e ficou nervosa.

- Não precisa se desculpar, Ellie o que te preocupa? Menina, eu sei que você está diferente... E agora, dormindo assim na cozinha...

- Você sabia sobre o contrato.... A jovem mexia as mãos nervosamente.

- Contrato? Qual contrato? Oh ... O que eu lhe dei para assinar? Bem, é de praxe todos nós assinamos....

- Sobre os três meses? Que estarei aqui de experiência, sem receber...

Marie olhou confusa, Erik o tinha entregado o contrato e não falou nada sobre aquilo, para ela o documento era igual para todos e não...

- O que você está falando? Eu e os outros funcionários receberam desde o primeiro mês o salário. Não há isso de experiência.... Se bem que... Marie ficou em silêncio e colocou a mão na boca.

" Erik deve ter acrescentado essa cláusula, por tantas babás que ficavam poucos dias e depois clamavam seus direitos diante o contrato" a senhora suspirou e colocou a mão no ombro da jovem.

- Me desculpe por meu patrão, querida... Você tem a mim e outros funcionários eles gostam tanto de você. Qualquer coisa pode nos pedir. Podemos ajudar, você tem alguma dívida? Marie consola a jovem que a olha triste.

- Não... Não quero que vocês me ajudem, eu sei que todas tem famílias e seus compromissos. Eu apenas queria ter meu dinheiro... Para ajudar meu pai ... Para ir encontro dele na América. Ellie abraçou a senhora, fazia pouco tempo que trabalhava naquele lugar, mas todos a tratavam bem, tirando Erik...

- Três meses passam rápido. Você vai ficar bem, se quiser algo não se acanhe e me peça, ok? Agora .... Eu irei dizer umas palavrinhas para o patrão, volto logo. Marie saí em disparate da cozinha sem que Ellie possa impedir.

Marie trabalhava naquela casa desde que Christine estava viva, diferente de agora Erik não era esse canalha. Realmente, fazer aquilo com aquela jovem... Mesmo sabendo da sua situação.

Irritada desceu até seu escritório e entrou sem ser anunciada.

- Olá, Marie. Erik estava ainda com robe de dormir e lia um livro próximo a lareira.

- Como você pode? Hein? Marie gritava e esperava alguma reação do homem que simplesmente levantou a cabeça a olhando com curiosidade.

- Eu te perguntei... Como você pôde? Fazer aquilo com a pobre jovem! Você sabia da situação dela e fazer ela trabalhar sem ao menos ter um salário esses três meses!? A senhora estava prestes a pular no pescoço do homem.

- Isso? Eu só fiz o necessário... Estava cansado de ter dezenas de babás e elas sempre corriam para longe quando viam Gustave. Ou mais, assinavam o contrato e poucos dias inventavam algo e sumiam! Com o salário sem trabalhar! Eu apenas me protegi dessa vez. Erik se levantou e colocou o livro sobre a mesa.

- Erik, você é rico. Um salário de babá não iria te fazer falir! A jovem não tem para onde ir...

- E ela tem um quarto e refeições... Durante esses três meses... Depois ela terá o salário que será maravilhoso, pois será de babá e professora... A jovem não vai morrer, por Deus... Toda essa comoção, foi ela que foi chorar para você? Pedindo que você intercedesse?

Marie cerra os olhos e respira, seu patrão tinha mudado depois da morte da esposa, não o reconhecia mais.

- Ela não me pediu nada. Eu apenas decidi que era o correto vir até aqui tomar satisfações. E vejo que, você fez isso puramente na maldade. Erik... Se a senhora Christine estivesse viva ela iria ter vergonha desse comportamento!!

Erik odiava relembrar de sua estimada esposa, se ela estivesse viva nada estaria como estava, ela não iria contratar uma babá... Ela seria a mãe perfeita ... A esposa perfeita...

Furioso, Erik destrói um vaso que estava próximo dele, seus olhos tomado por raiva olhava a senhora que não se abateu por conta daquele acesso de raiva.

- Bem.... Se ela não está feliz, que vá embora... Tenho certeza que por ser uma dama alguém a ajudará... Erik chuta os cacos de vidro do vaso e se aproxima de Marie.

- Você não... Como pode ser tão insensível? Ela não vai a lugar nenhum, ela ficará. Eu e outros funcionários a ajudará, Gustave gosta muito de ficar com ela também... Você não irá fazê-la desistir... Sinto muito. Marie vira de costas e se retira.

Aqueles minutos tinham se tornado uma eternidade, receosa por ter contado aquilo para Marie, a jovem ficou esperando a volta da senhora.

- Oh ... Marie, você voltou... Eu ... eu não quis transformar isso num problema a você. Me desculpa. Ellie percebeu que a senhora estava com os olhos vermelhos de raiva.

- Não se preocupe. Eu apenas troquei algumas palavrinhas com ele. Agora vamos tomar café.

Ellie não queria confusão, agora ele poderia fazê-la ir embora e poderia ficar sem lugar para ficar ... Não tinha amigos e nem parentes, ao saberem de sua falência todos se distanciaram.

- Não fique assim... Você está segura aqui. Três meses passam rápido. Marie serviu um pouco de chá para a jovem que assentiu.

Na sala de jantar, Gustave cutucava um pedaço de bolo enquanto tentava esconder sua tristeza ao ter que sempre comer sozinho. Poderia ao menos estar com Ellie e os outros funcionários, eles eram tão bons com ele.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora