Capítulo 46

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A lembrança estava vivida em seu coração, Ellie observou em silencio a constelação, enquanto Erik a guiava pelo céu estrelado. Toda vasta extensão de estrelas a deixou aproveitar o momento de calmaria.

- Você pode imaginar o que pode haver além dos céus? Eu sempre me perguntei quando criança, somos apenas partículas diante a grandiosidade do céu. Ellie estava encantada, aquela noite em especial as estrelas brilhavam como nunca.

Erik observou o sorriso sincero da jovem, aquele sorriso era autêntico, nunca havia visto nada igual, tirando Christine que sempre era verdadeira com ele.
A noite estava tranquila, Ellie ficou agradecida por ter escutado Erik, de fato era uma grata surpresa tudo.

" O que as coisas estão se tornando..." Ellie percebeu que Erik estava ao seu lado com a cabeça encostada em seu ombro, daquele jeito ele parecia tão frágil.

- Eu não estou muito curioso sobre o que poderia haver no céu, nesse momento eu só quero saber de você. Erik disse sem se preocupar, suas duras barreiras estavam a cada dia sendo demolidas.
A jovem sentiu que seu acompanhante estava frágil, era estranho dizer aquilo.

- Eu achava que o céu era um monstro... Quer dizer, quando criança eu achava isso. Erik continuou sem tirar os olhos do céu.

- Eu era pequeno, e achava que se eu pedisse aos céus eu iria ser salvo. Eu não merecia estar preso, eu era uma criança. Eu não havia pedido para nascer e muito menos ter isso em meu rosto. Erik suspirou, relembrando toda sua dor.

As noites em que Erik passava preso eram longas, seu único companheiro era a lua ou as estrelas. Mesmo assim com suas preces e clamores nada mudava em sua vida. Mas depois de estar se entregando a morte, Erik foi salvo por um homem bondoso.

- Eu sinto muito Erik. Se eu pudesse eu tiraria uma parte dessa dor e o deixaria apenas com boas lembranças. Minha mãe sempre me dizia que mesmo não sendo possível melhorar a vida do próximo, deveríamos tentar ao menos confortáveis com suas preocupações, dividi-las para que o fardo não fosse grande. Ellie se perdeu no tempo, agora via no céu o desenho de sua mãe, ainda saudável sorridente.

Ambos se calaram, distante de tudo e todos, apenas ficaram juntos observando o finito do céu estrelado.

Ao amanhecer Ellie não sabia como havia chegado em sua cama, a noite passada havia a deixado tão cansada que em algum momento adormecera ao lado de Erik na estufa.
Gustave estava acordado já, pois a jovem escutava suas risadas ao lado de sua nova amiga, Susannah.

" É bom vê-lo feliz e brincando com alguém de sua idade" a jovem se levantou e observou pela janela as crianças.

Erik estava em seu quarto, pensativo ele analisava tudo que acontecerá com ele, toda aquela mudança e o surgimento de Ellie.
Ele pode crer que seu pai havia a colocado novamente em seu caminho, mas dessa vez a criança medrosa se transformará num bela mulher, alguém que o deixava louco.

" Meu pai deve estar amando me ver nessa situação, certamente feliz ao saber que eu estou novamente ao lado de Ellie, que era realmente seu xodó durante a infância"

O café da manhã foi servido, Gustave e Susannah haviam se sentado primeiro, conversando sobre como iriam aproveitar a tarde. Ellie e Erik haviam se encontrado no corredor, a jovem estava bela com um vestido verde claro e seu cabelo solto, o mascarado a encarou por um momento e logo a cumprimentou.
Um "bom dia" bastante íntimo, que Ellie se envergonhou.

- Erik! Se alguém nos pega! Você não pode fazer isso. A jovem olhou para os lados, a mania de provocá-la era sempre presente em Erik.

- Não me importo... Gosto dessas férias, Ellie. Realmente era necessário. O homem caminhou a sua frente, a deixando novamente perdida em seu encanto.

Sabendo que não iria ganhar nada o confrontando, Ellie se sentou por último na mesa do café. Gustave queria ficar mais tempo com sua amiga, mas ele também prometera que iria visitar Arthur em breve.

- Vocês podem se ver quando puder, querido. Com certeza Susannah entenderá, não é querida? Ellie tentou amenizar a tristeza do menino.

- É claro, senhora! Eu irei esperar ansiosamente pelas cartas, Gus. Vamos nos divertir com elas. E quem sabe meu vovô não pode me levar a Paris para vê-lo. A menina sorriu, havia se aperfeiçoado pelo menino, que era sem gentil com ela.

- Irei sempre escrever, não irei esquecer da minha segunda melhor amiga! O menino retribuiu o sorriso, Ellie havia notado que ele sorria mais ultimamente.

- Hum... Quem seria sua primeira melhor amiga? Susannah o questionou.

- A Ellie é minha primeira melhor amiga! Por favor, não conte a Marie. Mas a Ellie é muito carinhosa e ela sempre me ajuda... Agora... Meu melhor amigo do mundo é... é o meu p-papai. Gustave falou as últimas palavras em um sussurro.

Erik havia escutado tudo, sentia que estava se conectando ao menino, mas não ao ponto de ele estar sendo considerado um bom amigo.

- Oh... Meu amor, fico feliz que tenha feito amigos. Ellie sorriu, enquanto Erik tentava entender os seus sentimentos.

" Poucos dias não são suficientes para ele parar de me odiar" Erik por sua vez, achava que seu filho o rejeitava, por tudo que ele fazia para ele. Mas com Ellie, Erik notou que Gustave sempre nutria esperanças em se aproximar dele.

Os planos de Ellie de colocar Erik mais ao lado de Gustave estava funcionando, agora todos estavam no jardim da casa. Gustave e Susannah se sentaram para ouvir as histórias de Ellie, e ao lado da jovem Erik ouvia atentamente.

- As teclas do piano encerraram a apresentação da pequena bailarina... Ellie contava uma história cheia de aventuras, de uma bailarina detetive.

- Oh ... Ellie, sabia que meu papai sabe tocar piano? Marie sempre me contou que ele é muito bom. O menino recordou de como a senhora babá, compartilhava segredos e curiosidades de Erik.

- Oh, se isso é verdade. Podemos realizar um baile de despedida de Chartres. O que acham? Não será um baile com muitos convidados, será apenas a gente. O Sr. Destler poderia tocar para nós. Ellie se voltou para o homem que resmungou.

- Isso! Podemos ter um baile?? Gustave e Susannah se agitaram, agora seria difícil negar aquilo.

As coisas estavam sendo tiradas do rumo que Erik tentou viver ultimamente. Mas se fosse para atentar um pouco aquela professora ousada, ele iria entrar na brincadeira.

- Claro.... Se a senhorita Ellie me dar o prazer de ser o seu par nesse baile. Erik a olhou com um sorriso zombeteiro.

Certamente as coisas iriam sempre sair de um jeito completamente diferente que Ellie pensará, mas se não aceitasse aquela condição, Gustave iria perder a oportunidade de conhecer melhor seu pai.

- Se você está me convidando... Eu aceito. Logo que isso será um baile, irei preparar o salão com decoração. Susannah querida, você pode me ajudar? Erik e Gustave vocês podem trazer flores do jardim, como homens fortes e saudáveis, vão poder ajudar. Ellie sorriu, se Erik queria provocar ela também iria.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora