A escuridão da noite envolvia a cidade, com seus becos estreitos e sinuosos escondendo segredos sombrios. Em um desses becos, Ellie foi puxada com violência até uma porta pesada de metal que se abriu com um rangido sinistro, revelando um corredor mal iluminado que levava a um dos lugares mais temidos e misteriosos da cidade: a sede da máfia Rizzo.
– Você vai nos ajudar a trazer seu pai até nós. Ele nos enganou e fugiu com dinheiro que não o pertence e você é a isca perfeita. Disse o homem com uma voz fria e calculista, empurrando Ellie pelo corredor impregnado pelo cheiro forte de charutos e umidade.
Ellie estremeceu diante daquela situação. Seu coração batia descompassado enquanto era guiada através do labirinto de corredores sombrios. A iluminação fraca aumentava a sensação de claustrofobia e desespero. Finalmente, ela foi empurrada para dentro de uma sala pequena e austera, onde só havia uma cadeira de metal no centro. A porta se fechou com um estrondo atrás dela, ecoando na escuridão. Apavorada, Ellie tentava desesperadamente pensar em uma maneira de sair dali. Sua mente corria, tentando bolar um plano, mas nada parecia viável. Ela sabia que seu pai tinha se envolvido com pessoas perigosas, mas nunca imaginou que suas ações a colocariam em tal perigo. Sentada na cadeira, Ellie sentia uma mistura de raiva e medo. Raiva de seu pai por colocá-la nessa situação e medo do que a máfia Rizzo poderia fazer com ela. A sala era fria, e o silêncio era quebrado apenas pelo som distante de passos e murmúrios vindos de algum lugar fora dali. Ellie olhava ao redor, procurando qualquer coisa que pudesse usar para se defender ou tentar uma fuga. Mas o espaço era vazio e desolador. Ela pedia mentalmente que seu pai estivesse longe dali, em segurança, sem saber do seu cativeiro. O tempo passava devagar, e a ansiedade só aumentava.
De repente, a porta se abriu novamente e um homem alto e robusto entrou. Seus olhos eram duros e implacáveis, e ele carregava uma expressão de quem estava acostumado a lidar com o medo dos outros. Sem dizer uma palavra, ele se aproximou de Ellie, fazendo-a encolher-se na cadeira. Ele segurou o queixo dela com força, levantando seu rosto para que pudesse encará-la diretamente nos olhos.
– Vamos fazer isso de um jeito ou de outro, mocinha. Quanto mais rápido você colaborar, menos doloroso será para todos.
Ellie sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto, mas manteve o olhar firme. Ela não sabia como sair daquela situação, mas prometeu a si mesma que não deixaria o medo vencê-la. Por mais desesperadora que fosse a situação, ela precisava encontrar uma maneira de sobreviver e proteger seu pai. Cada segundo parecia uma eternidade, mas Ellie sabia que não podia desistir.
Nesse momento, a porta se abriu novamente, e Zeno Rizzo, o chefe da máfia, entrou. Ele era um homem de presença imponente, com olhos frios que pareciam ver através da alma. Zeno observou a cena por alguns instantes, percebendo a jovem intimidada pelo seu capanga. Ele notou a beleza delicada de Ellie, mas o que realmente chamou sua atenção foi a determinação dela. Apesar de tremer e chorar, ela não cedeu, não entregou nada.
Zeno havia visto muitos homens grandes e fortes desmoronarem com a menor ameaça, mas essa jovem, tão frágil à primeira vista, se mostrava surpreendentemente resiliente. Algo sobre essa resistência silenciosa despertou sua curiosidade.
Com um olhar ameaçador, Zeno se aproximou do capanga. Em um movimento rápido e preciso, desferiu um soco poderoso que derrubou o brutamontes no chão. Ellie ficou ainda mais assustada, seus olhos arregalados observando o capanga estirado e Zeno a encarando com uma mistura de curiosidade e interesse.
– Deixe-nos – ordenou Zeno, sua voz firme reverberando na sala.
O capanga se levantou com dificuldade e saiu da sala, lançando um último olhar de ódio para Ellie. Zeno então se virou completamente para ela, caminhando lentamente até a cadeira onde ela estava sentada.
– Você é uma jovem interessante, Ellie. Disse ele, inclinando-se para ficar à altura dela.
– Poucos têm a coragem de manter a boca fechada sob pressão. Conte-me, o que a faz ser tão forte?
Ellie, ainda assustada, sentiu um pequeno lampejo de esperança. Talvez, apenas talvez, ela pudesse usar essa curiosidade a seu favor. Mantendo a voz o mais firme possível, ela respondeu:
– Meu pai me ensinou a nunca ceder ao medo. Ele pode ter problemas, mas é um homem de princípios.
Zeno sorriu levemente, intrigado com a resposta. Sentou-se na borda da mesa, olhando-a atentamente.
-Seu pai está em grandes problemas, minha cara. Mas talvez possamos encontrar uma maneira de resolver isso. Depende muito de você.
Ele se inclinou mais perto,seus olhos brilhando com uma mistura de malícia e desejo.
- Enquanto isso, você ficará aqui, onde eu posso garantir sua segurança. E talvez, apenas talvez, possamos chegar a um acordo que beneficie a todos.
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Um toque do destino
RomanceEllie Yates uma jovem que busca por emprego na misteriosa mansão do cavalheiro fantasma, se vê em apuros quando seu patrão que faz de tudo para não ser visto, se interessa na babá e professora de seu filho Gustave. Cabe a jovem trazer para pai e fil...