Um toque do destino

Capítulo 23

Tinha se decidido, arrumou suas poucas coisas e colocou sua capa para que ninguém a reconhecesse. Com as pontas dos pés caminhou até fora da residência, relutando para não voltar... Lagrimas corriam em seu rosto, porém já tinha caminhado mais de uma hora pelas ruas, não tinha noção de onde iria, poderia vender as poucas joias que ainda tinha de sua mãe, e assim encontrar um lugar para ficar.

Paris era como um labirinto, as noites estreitavam perigos, o bairro nobre foi sendo substituído por um casas em ruínas e um cheiro forte que saia das ruas.

" Onde estou? Eu nunca vim para esse lado da cidade" a jovem apertou a capa contra seu corpo e começou a caminhar mais rápido.

O céu estava limpo, mas de uma hora para outra nuvens escuras começaram a se formar, Ellie se apressou e tentou achar algum hotel para passar a noite, mas só via casas cheias de homens e mulheres com pouquíssimas roupas circulando entre os becos.

As primeiras gotas da chuva atingiram seu ombro, a capa estava encharcada agora que com mais empenho conseguia um lugar para se abrigar, um pequeno coreto.

Ellie tremia de frio, a chuva não cessava e aquele momento percebeu que estava realmente sozinha, sem ninguém ou lugar para ficar.

" Mamãe me ajuda... Pai, não me abandone também" Ellie se sentou e encolheu as pernas tentando se aquecer.

Quase caindo no sono, um ruído ela ouviu. Passos, que se aproximavam mais e mais dela.

Eram muitos passos, três ou mais pessoas.

- Oh... Olha o que temos aqui? Um homem percebeu a presença da jovem encolhida no canto do coreto.

Mais três homens ficaram encarando a jovem que simplesmente tentou ficar em pé, mas um dos homens a impediu.

- Seria uma recompensa dos céus uma bela dama aqui em nosso cantinho, rapazes? O homem ri e olha para os homens que estavam se aproximando de Ellie.

- Por favor, me desculpa eu não sabia que esse lugar era de vocês. Eu irei sair, com licença. A jovem pegou sua mala e se levantou.

O caminho estava sendo bloqueado pelos homens que lançavam olhares maliciosos para a jovem.

- Vem cá, gatinha.... Não tenha medo, podemos te aquecer... Se você se entregar para gente. O homem fica próximo da jovem que dá um passo para trás.

- Sim, olha só... Toda molhadinha... Vem cá, posso te aquecer com meu corpo... Outro homem ri e a segura pega cintura.

- Por favor, senhor... Me deixa ir, eu não tenho nada a oferecer aos senhores... Ellie se debatia nos braços do homem.

- Oh... Você tem muita coisa que podemos querer.... Suas roupas por exemplo.... Olha que infelicidade... Estão molhadas, devem ser tiradas... O homem pega um punhal e rasga atrás do vestido da jovem revelando suas costas.

- Pode ficar quietinha, você não quer que eu te fure né? O homem a abraça por trás e volta a rasgar seu vestido.

- Por favor... Não ... Eu não quero isso... Ellie estava tremendo de pavor, os homens estavam a acariciando e dizendo coisas horríveis a ela.

- Não precisa ficar com medo, estamos aqui para te proteger... Você só precisa ser boazinha e deixar que a gente cuide de você... Vamos te aquecer. O homem retira o vestido da jovem que fica apenas com uma fina camada de roupas íntimas.

- Não... Por favor... Não ... Ellie se esforça e consegue acertar um soco no rosto do homem que a segurava por trás, rapidamente corre, mas não é rápida e cai ao ser puxada pelo pé por outro homem.

- Não! Me soltam! Ellie gritava e chutava como podia.

Os homens estavam se divertindo com a luta daquela jovem que insistia em se defender.

- Já brincamos demais... Agora não vamos ser gentis. O homem a puxa e a lança no chão.

Ellie abraça os joelhos tremendo e rezando por algum milagre, com os olhos fechados tentava se acalmar.

- Não, me toque! Seu imundo!! Ellie empurra um dos homens que cai sentado.

- Eu disse para não me tocar... A jovem acerta um tapa em outro homem que se irrita e a empurra fazendo ficar deitada entre o que tinha restado de seu vestido.

- Segurem ela! Essa vadia já me encheu o saco! O homem indica para outros segurar a jovem que tentava sair.