Um toque do destino

Capítulo 54

Logo que Gustave resolveu se unir a seu pai pelas manhã, o menino sentiu que seria a hora de pressionar Erik sobre o motivo que ele e Ellie não tinham ainda oficializado o seu relacionamento, sendo que todos naquela casa já tinham percebido aquilo. O menino então decidiu que iria deixar o casal sempre sozinho pelas noites, pois havia acidentalmente visto eles juntos durante a hora de dormir. Gustave estava alegre e perguntava quando eles iriam se casar.

- Papai, acho que seria legal pedir a Ellie em casamento no teatro, pelo que visitei ele é um lugar bem romântico, além disso você poderia cantar uma serenata para ela. O menino sorriu animado com a ideia.

- Uma serenata, não é? E se eu te ensinasse piano? Poderíamos fazer essa surpresa juntos. Erik notava que seu filho tinha os mesmos gostos e habilidade em música, portanto seria fácil ensiná-lo.

Sem ninguém saber, pai e filho começaram a treinar para uma música, Erik ainda não sabia se iria ser um evento no teatro ou algo íntimo em casa, mas certamente a jovem iria se emocionar com aquela ideia.

Ao dar uma semana árdua de trabalho no teatro, Erik e Persa finalmente puderam se reunir para um jantar em família, Kath havia feito compras e dado um lindo vestido para Ellie, que ficou emocionada pela consideração da mulher. O que gerou uma amizade instantânea, mesmo que Ellie se sentisse deslocada ao lado de Erik naquela mesa familiar.

- Acho que a gente precisava dar uma breve explicação sobre essa reunião, não é como se Erik fosse pedir nossa amiga Ellie em casamento, mesmo que eu ache que seja bem hora disso acontecer. Katherine pode notar a reação de Ellie.

- Kath .... não banque o cupido.... Persa riu e ficou sério para não dar razão à esposa.

- Cupido? Eu? Oh, nem precisei .... esses dois estão soltando faíscas pelos olhos. Todos já perceberam. Katherine piscou Gustave que se divertia na mesa ao lado de Arthur.

Erik estava entre amigos e tentou dar uma nova direção a conversa, discutindo com Persa sobre o preparativo para a reinauguração do teatro.

A noite foi agradável com aquele encontro, Arthur se divertia com Gustave brincando e contando sobre suas viagens juntos aos pais. Ellie havia descoberto muitas coisas sobre Katherine, uma delas era que a jovem era uma ávida leitora de romances e tinha em sua residência em Londres uma enorme biblioteca que ficava aberta para que qualquer um pudesse ler os livros.

- Tendo um título podemos ser excêntricos, meu marido que o diga, ela adora causar nas reuniões dos nobres. E eu tento disfarçar meu tédio com os chás que as velhas viúvas dão para se exibirem. Katherine não escondia que algumas atividades eram monótonas e era agradável ter uma reunião com amigos que compartilhavam das mesmas ideias.

- Podemos recordar aquela época que éramos justiceiros pela cidade, amigo? Persa contava histórias em que Erik e ele saíam pela cidade a procura confusão.

- Tal pai tal filho, esses dois eram jovens em busca de emoção. Ellie você conhece a história do pai de Erik, não é? E de seu pai? Katherine estava deitada no sofá já que a gravidez a deixava exausta.

- Eu sei um pouco sobre isso, meu pai contava histórias sobre ser justiceiro. Mamãe nunca gostou de saber que ele e Gerard pudessem correr algum perigo. Ellie já entendia que havia uma amizade forte com a família Destler, algo que ela apenas tomou como destino.

- Eles, como meu marido e Erik, são almas justiceiras. Não há como fazê-los parar e eu sou grata por isso, meu amado aqui me salvou de um destino muito ruim. Katherine sorriu em cumplicidade para Persa que retribuiu o carinho com um beijo.

Katherine, conhecida por sua beleza e gentileza. Vivendo em um bairro pitoresco da cidade sempre sonhou com um amor verdadeiro, mas seu destino parecia traçado de outra maneira. Katherine fora prometida em casamento a um velho nobre, o Conde Blankenship, um homem rico e poderoso, porém cruel e sem escrúpulos. Este arranjo foi feito por seu pai, que, desesperado por assegurar um futuro estável para a família, ignorou os sentimentos da filha.