Capítulo 36

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O salão repleto de observadores e a música suave preenchia o ambiente, proporcionando uma trilha sonora para a dança que simbolizava um novo sentimento na vida de Erik.

- Senhorita, aceita dançar? Erik se inclina e ri para a jovem.

Ellie pensou que o homem havia perdido a razão, dançar com ela? Sua empregada? Céus. Sua feição fechou buscando uma saída para aquela situação.

- Por favor, não me descarte também. Juro que sou um ótimo dançarino. Erik se aproxima da jovem sussurrando.

Sem resposta da jovem, Erik decide tomar a iniciativa, colocando suas mãos na cintura da jovem e a trazendo para perto.

- O que você pensa que está fazendo? Ellie observa as pessoas parando para vê-los.

- Estou dançando com minha garota, apenas isso. É errado, um crime? Erik a guiou elegantemente pelo salão, desafiando as convenções sociais

- Eu não sou "sua garota" e eles vão falar sobre isso ... É errado! Ellie protestou, mas seus olhos não conseguiam desviar dos olhos verdes intensos de Erik.

A presença de Ellie o fazia questionar suas escolhas, abrir portas que ele havia trancado por anos. A dança não era apenas um movimento harmonioso no salão; era a dança entre duas almas, cada uma procurando algo que havia sido perdido.

- Bem... Não acho nenhuma lei que proíba o patrão dançar com a empregada... Se você quer nos ver desse jeito... E não esqueça, você ainda está sob meus cuidados. O homem sorriu e observou as pessoas do salão entretidas com a dança dos dois.

- E eu fiquei a noite toda querendo isso, dançar com a mais bela da festa, e veja.... Você não recusou! Depois dos carinhas que tiveram a coragem de olhar para você. Erik sorriu e continuou a dançar com Ellie.

A observação de Persa e Katherine confirmava a intensa química entre Erik e Ellie.

-Não o vejo sorrir assim desde a morte de Christine. Persa comentou, enquanto Katherine concordava, revelando seu carinho especial por Erik

- Sim, desde a perda da esposa... É a primeira vez que ele fica tão... A vontade com os olhares e toda essa multidão ao seu redor. Katherine sorria, tinha um carinho especial por Erik.

- Gustave meu querido, está se divertindo com Arthur? Persa percebe o menino agora ao seu lado olhando seu pai.

- Oh, sim conde! Arthur e eu somos amigos! Gustave riu e Arthur correu até o menino e chamando para brincar novamente.

- Serão amigos iguais os pais. Katherine riu ao ver as crianças correndo felizes.

- Não duvido! Serão iguais a mim e Erik, inseparáveis e prontos para confusão. Persa ri e beija a esposa.

- Céus, terei que me preparar para muita confusão então. Katherine ri e oferece a mão para que o marido a conduza a dança.

Estariam ali dançando Ellie e Erik por quanto tempo? Os dois não sabiam..., mas estavam tão entretidos com a dança que somente aquele momento para os dois valia por mil palavras.

- Gustave, preciso ver onde ele está... Ellie olhou sob o ombro de Erik tentando achar a criança.

- Calma, meu filho está bem... Você precisa aproveitar o que estamos vivendo aqui, agora. Erik sussurra para a jovem.

" Segunda vez que ele o chama de filho, estou avançando com isso" Ellie sorri e sem perceber encosta a cabeça no peito do homem que a abraça.

- Tente relaxar, a festa não é tão ruim... Assim, com você ao meu lado.

No final da festa, Erik e Ellie finalmente se separarão, Gustave estava sonolento e a jovem também, indo primeiro para a carruagem deixando Erik se despedir de Persa.

- Até logo, meu amigo. E que espetáculo hoje você nos proporcionou... Ellie e você são tão... Persa tenta achar a palavra para aquilo.

- Tão compatíveis, lindos e fofos... Katherine termina a frase do marido.

- Vocês ... Não irei negar que ... A jovem mexe comigo, desde a primeira vez que a vi. O homem dá um meio sorriso.

- E sobre isso... Gostaria de avisá-los e que amanhã vocês possam acalmar os meus empregados sobre um... Sumiço meu, de Gustave e Ellie. Erik sorri maliciosamente.

- O que é esse sorriso? Irá sequestrar a moça? Persa ri e fica confuso com o olhar do amigo

- Não é um sequestro. Eu falarei onde irei levá-los. Só quero sair dessa cidade um pouco. Me fará bem, não?

- Amor.... Deixa, Erik pelo que sei estar preso aquela mansão a o que? Seis anos? Uma viagem fará bem. A mulher ri e tranquiliza o marido.

- Tenho uma residência em Chartres, poucas horas de viagem até lá. Saindo agora chegamos ao amanhecer.

- Você irá agora? E como? Vai simplesmente pegar a carruagem e partir assim, sem mais nem menos? Persa fica realmente preocupado.

" Ele voltou aos poucos a ser imprevisível" o homem pensou e apenas viu seu amigo concordar.

- Avisem em casa e bem... Talvez uma semana de férias ou mais. Enfim.... Até logo. Erik acena e se retira.

Na carruagem Ellie e Gustave lutaram para não cair no sono, mas estavam cansados e adormecidos não viram o homem chegar.

" Certo, aí vamos nós" Erik se senta com cuidado e partem rumo a Chartres.

A carruagem estava a tempo andando, Ellie que estava com Gustave no colo despertou.

- Onde estamos? A jovem ainda sonolenta observou a janela a escuridão de uma estrada deserta.

- Oh, olá. Bem... Decidi tirarmos umas férias, Chartres é uma cidadezinha ótima. Tenho uma residência de verão lá. Erik sussurrou para não acordar a criança.

- Mas... Como? Assim de repente? Nós não temos bagagem e ...

Erik ergueu a mão e sorriu, a jovem ficou em silêncio esperando o homem falar.

- Não se preocupe. Tenho tudo na residência e bagagem, damos um jeito, sem problemas. Nada para se apavorar.

- Agora, você pode vir aqui e deixar a criança mais confortável? Erik toca no assento próximo a ele e a jovem com cuidado deixa a criança dormindo.

" Nunca pensei que iria estar sozinha com um homem no meio da noite, indo para não sei onde..." A jovem observava a janela e tentava ficar acordada.

- Oh!! E Marie, ela está sabendo disso? De repente a jovem se exalta e observa o homem dando de ombros.

- Não, não sabe..., mas avisei a Persa que irá acalmar os ânimos dos empregados.

- Mas agora eles devem estar apavorados... Erik, isso não se faz! A jovem olhou nervosa para o homem.

- Calma... Eu vivia fazendo isso. Sumia sem ao menos falar a ninguém. Amanhã já cedo eles vão ficar calmos. Não se preocupe. Erik tocou no ombro da jovem e tentou acalmá-la.

- Certo... Realmente você é imprevisível. Ellie tenta disfarçar seu sono, em vão.

- Sou, não é? Agora... Eu ofereço meu ombro para um pouco de descanso. Venha aqui. O homem puxa para mais perto Ellie, que adormece em seu ombro.

O silêncio era quebrado apenas pelo suave ressonar de Gustave, adormecido no banco da carruagem, e pelos murmúrios distantes da noite. Ellie, recostada no ombro de Erik, sentia o embalo suave do veículo. A carruagem avançava, deixando para trás a agitação da festa e da cidade. O silêncio da noite era sua única testemunha enquanto eles penetravam mais profundamente na quietude da paisagem.

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora