Erik, desde o momento de seu nascimento, foi marcado pela cicatriz que sulcava seu rosto como um destino cruel predeterminado. Seus pais, consumidos pelo medo e superstição, tomaram a decisão sombria de entregá-lo a uma caravana de ciganos ainda bebê. Acreditavam que ele era portador de uma má sorte que pesaria sobre a família, uma maldição que só poderia ser exorcizada ao afastar-se de seus laços sanguíneos.
Assim, Erik foi lançado em um mundo nômade, sua história entrelaçada com o tilintar de chocalhos e as sombras dançantes das tendas ciganas. Ao longo dos anos, a vida de Erik se tornou uma jornada de infortúnios. Sempre acreditando que carregava consigo uma maldição, ele se viu como um estranho em qualquer lugar que passava. Rejeitado por seu próprio sangue e sem raízes em qualquer solo, ele se resignou a uma existência nômade, uma alma à deriva em um mundo que parecia não ter espaço para ele. A única constante em sua vida tumultuada era a jaula itinerante que chamava de lar. Ao longo de uma década amarga, aquele espaço confinado tornou-se seu refúgio, um único ponto de ancoragem em um oceano de incertezas.
Contudo, mesmo esse refúgio se tornou um símbolo de sua prisão emocional, uma metáfora cruel para a sensação de estar aprisionado em sua própria pele marcada pelas cicatrizes. As cicatrizes, testemunhas silenciosas de seu sofrimento, multiplicaram-se como uma tapeçaria de angústia em seu corpo. Cada marca contava uma história de desespero, um capítulo na narrativa dolorosa de um homem que, desde o berço, foi lançado às margens da aceitação e do amor.
Em meio a sua jornada solitária, Erik enfrentou o olhar de desconfiança daqueles que cruzavam seu caminho, carregando a estigma de sua própria existência. No entanto, por trás da fachada de indiferença, queimava uma chama resiliente. Apesar de todos os sofrimentos, Erik buscava um lugar onde pudesse finalmente pertencer, onde suas cicatrizes fossem vistas como vestígios de sobrevivência, e não como marcas de desgraça.
A jovem ouviu atentamente aquilo, Erik não era ruim, sua história a fez entristecer, ele poderia mudar aquele pensamento. Se não fosse o modo frio que tratava o próprio filho, ele poderia ser bom....
- Agora ... chega de histórias tristes. Vá dormir, amanhã eu tenho que inventar algo ao perceber que eu e nem você está em casa. O homem dá um sorriso discreto e se deita mais longe da jovem, falar sobre seu passado sempre o deixado soturno, mas ele queria de alguma forma se abrir com Ellie, mesmo que fosse para começar com a sua infância, marcado por tanta desgraça.
Ellie durante a madrugada começou a espirrar sem parar, estava tremendo de frio e ardia em febre, Erik de repente percebeu que a jovem não estava bem.
- Hey, Céus... Você está com febre... Eu sabia que você iria se resfriar. O homem colocou a mão sob a testa de Ellie que não parava de espirrar e tossir.
- Preciso abaixar essa febre. Só espere um momento irei pedir um médico para você. O homem rapidamente desce para a recepção do hotel e pede um médico de urgência.
A jovem estava encolhida e sem poder se mexer muito, sua cabeça doía... Seu corpo inteiro estava dolorido, a tosse aumentava a cada momento.
- Pronto, já alguém virá te ver, agora vou colocar esses panos sobre sua testa, acho que vai te ajudar. Erik retorna ao quarto e cuida para que sua febre diminuía.
- Venha aqui, você me deixa louco, Ellie. Erik se senta na cama e a puxa para seu colo, aninhando em seus braços e ainda fazendo compressas com o pano molhado.
- Não... Não precisa. Eu vou ficar bem ... A jovem espirrava sem parar.
- Certo, estou vendo você super bem. Não me desobedeça. Erik fala firme e a aperta mais para perto dele.
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Um toque do destino
RomanceEllie Yates uma jovem que busca por emprego na misteriosa mansão do cavalheiro fantasma, se vê em apuros quando seu patrão que faz de tudo para não ser visto, se interessa na babá e professora de seu filho Gustave. Cabe a jovem trazer para pai e fil...