Capítulo 30

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Ellie era uma boa jovem e com certeza se importava com Gustave e tinha certo carinho por Erik, pois seu olhar para com ele tinha mudado naquelas semanas. Todos daquela casa tinham uma esperança que mínima em que o patrão deles pudessem retornar em como era antes, o homem era bondoso e mesmo diante tantos problemas nunca colocou nenhum funcionário para rua, mesmo sentindo que ele queria viver naquele casarão sozinho, Erik não pode se desfazer de ninguém.

- Marie, meu papai precisa comer... Acho melhor a gente abrir a porta... Gustave olhou para o relógio e já era de noite.

- Oh, não. Meu querido, lá onde seu pai fica a maioria do tempo, tem uma cozinha, sala, quarto, banheiro... Enfim, lá é equipado para qualquer necessidade. Vamos dar mais um tempinho, sim? Marie colocou o menino no colo e começaram a brincar com as peças de madeiras.

Enquanto isso, Ellie tentava ler aquele homem que se portava tão diferente, uma hora era rude e na outra Gentil.

" Talvez ele seja bipolar, não é muito comum ..., mas, só pode ser isso" a jovem que agora estava na cozinha comia mais alguns biscoitos.

- Oh, vejo que esses biscoitos fizeram sucesso. Vejamos, filé mignon com batatas e um bom vinho, que tal? Erik entrou na cozinha e começou a tirar os ingredientes para fazer o jantar.

- Ah... Acho que se eu for até a porta posso chamar atenção de alguém que com certeza abrirá a porta para mim... Não é preciso... A jovem queria sair de lá, seja o que ele estava querendo fazer, ela não iria segurar muito para não ter sua recaída, ficar próximo daquele homem a fazia querer ... beijá-lo.

" Beija-lo... Sim, gostaria" a jovem olhou para o homem de forma distraída.

- O que tanto me observa, Ellie? Erik riu e se aproximou.

Ellie observou a mão do homem sob o balcão e a tomou, odiava sentir aquilo, por Deus ele era seu patrão!

- O que a senhorita quer com a minha mão? Não me diga que lê a sorte através dela? Erik pegou a mão da jovem e levou até seus lábios a beijando.

- Eu. Eu, quer dizer .... Não, eu... Fiz sem pensar. Não é nada. Ellie se atrapalhou ao sentir que Erik estava mordendo de leve os dedos se sua mão.

- Você é tão bonita... Deliciosa. Não me conformo que alguém como você está solteira por tanto tempo. Impossível... O homem se distanciou e começou a cozinhar.

- Eu... Bem, na verdade eu já tive um noivo. Bem ... Era o que eu pensava.

- Me conte... Esse seu noivo não deu conta de sua beleza e sumiu?

- Ah, bem... Íamos nos casar, mas ele me desrespeitou. Ele tentou... Consumar o casamento antes dos votos e ... Eu posso ter quebrado o braço dele ao fugir... Ellie estava envergonhada ao conta aquilo.

Ela e Philippe eram amigos, com o tempo o namoro e depois noivado tinham sido praticamente automáticos, Ellie apreciava a companhia do rapaz, porém Philippe não gostava que ela estudasse, sempre a quis disposta para ele, sendo para passeios ou tardes monótonas junto a sua mãe ranzinza.

- Quando eu percebi que ... Bem, eu tinha colocado muita força .... Philippe ficou irritado e cancelou o casamento, diante disso eu fiquei durante um tempo malfadada na sociedade. Depois minha mãe ficou doente... Meu pai desesperado por uma cura... Ofereceu tudo que tinha para criminosos e .... Aqui estou, com uma túnica de meu patrão .... Conversando num subterrâneo e presa por um garoto de seis anos. A jovem riu de nervoso, tudo estava acontecendo de forma tão repentina que a fazia ficar nervosa.

- Esse tal de Philippe é um imprestável, creio que foi merecido o castigo..., mas me diga, você não quebrou nada meu ao ser beijada por mim... Tenho isso como um bom sinal? O homem provocou a jovem.

- Todas as vezes .... Foi uma surpresa... E ... E.... Eu não soube o que fazer.

- Bem, você estava bem ciente. Você me beijou de volta, em todas as vezes.

Ellie corou e tentou disfarçar, mas Erik se aproximou dela e levantou seu queixo com a mão.

- Olhe para mim.... Não tenha medo, como pode ver, aqui sou um mero escravo de suas vontades, mademoiselle. Erik acaricia o rosto da jovem.

- Você pode pedir o que quiser que ... Céus, eu lhe darei. Você não sabe o inferno que foi ficar sem conversar com você! O homem estava irritado, porém aliviado, a jovem parecia estar hipnotizada por aqueles olhos verdes.

- E...eu não sei o até dizer... Eu, eu pensei que se eu ficasse sem conversar com o Sr. eu estaria fazendo o certo... Ellie abaixou o olhar.

- Mas meus dias ... Sem ter o Sr. para me atazanar... Foram ruins também. Ellie cochilou.

Erik sorriu por ouvir aquilo, então a jovem também tinha ficado mal ao não ter suas conversas cotidianas.

- Me prometa que não irá ser assim tão malvada... Chapeuzinho... Erik se aproxima da jovem, ficando poucos centímetros dela, e com um abraço surpresa faz com que Ellie se levante da cadeira e o encare face a face.

- Não sei o que deu em mim..., mas, vá para o inferno eu não irei me segurar. Erik estava confuso diante o sentimento que Ellie o fazia ter.

Delicadamente o homem a beijou, segurando seu corpo e gentilmente tocando seu rosto que estava tão inocente, os olhos de Ellie fechados simplesmente aproveitando cada momento.

" É tão errado isso..., mas ele beija tão bem!" A jovem levou sua mão até os cabelos de Erik, bagunçando e retribuindo o beijo.

- Pronto, pronto... Senhorita Yates, o que farei com você... Uma ninfa tão sedutora. Estou encrencado? Erik se afasta um pouco e a provoca.

- O lobo comeu sua língua, minha chapeuzinho? Erik ri e volta a cozinhar.

Ellie não falou nada,só estava tentando entender o que havia acontecido com ela. 

Um toque do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora