O que existe nela?

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— John essa é Maria.

— Nós acabamos de nos conhecer lá em cima.- a garota dizia segurando o riso certamente lembrando que me encontrou sem roupas.

— Ah que ótimo, Maria eu espero que você se sinta a vontade seu quarto é o que está ao lado do dele.

Ela só podia estar brincando, tem mais dois quartos de hóspedes nessa casa e ela vai ficar no que era da minha irmã?

— Na verdade acho melhor ela ficar no que está em frente ao meu mãe.

— Eu não quero incomodar senhora Cristina.

— Não é nenhum incômodo meu bem Nós estamos felizes por você estar aqui, mas acho que o John tem razão melhor você ficar no quarto de frente ao dele.

Minha mãe me encarava com o semblante fechado é claro que não gostou por eu ter sugerido outro quarto mas quero que a memória da minha irmã não seja apagada com outra pessoa ocupando o lugar dela.

A garota a minha frente parecia uma adolescente, roupas consideradas pela sociedade como "vulgar" mas até que o estilo requeira era bem bonito e combinava com ela, cabelo castanho escuro, olhos azuis quase brancos envoltos por uma maquiagem preta pesada que os destacava ainda mais. Não foi minha intenção reparar mas seus seios são grandes e quase saltam da camiseta de alças finas que usa, não é um decote mas pelo seu volume acaba ficando muito exposto e chama bastante atenção.

— Vamos almoçar? John ajude seu pai a servir a mesa porfavor.

Notei que estava reparando demais nela quando a mesma me encarou de volta com as sobrancelhas erguidas em um certo deboche, fui ajudar meu pai com a mesa deixando que minha mãe se ocupasse da garota. Mas o tempo todo eu não podia deixar de notar ela, tinha alguma coisa nela que prendia minha atenção talvez a curiosidade sobre como a casa dela pegou fogo ou do seu passado.

Porque os pais não gostavam dela?

Até agora ela está sendo bastante agradável apesar de parecer fingimento mas eu não a conheço então não posso afirmar. Todos nós nos sentamos a mesa para comer e como todos os dias eu entrelacei meus dedos para fazer a oração.

— O que você está fazendo?.- abri os olhos a vendo realmente curiosa ao perguntar.

— Uma oração...pra comer.

— Ah querida esqueci de dizer mas o John é um padre.

— Um padre?

Ela pareceu realmente muito surpresa, se virou pra mim e sorriu com maldade mas eu não entendi o motivo daquilo, voltei a fazer minha oração sentindo que ela me observava e quando terminei e abri novamente os olhos a peguei me olhando.
Lembro de Paul dizer que ela não acredita em Deus mas não parece ser só isso, ela pensou alguma coisa e ficou muito surpresa algo não estava certo.

Depois do almoço onde minha mãe não deixou a garota falar nem um minuto eu decidi que não saberia mais dela além do que já sabia, tudo o que me restava de curiosidade ficaria pra outro dia.

— tenho que voltar pra igreja.

— Está bem filho vá com Deus.- meu pai me deu sua benção.

— Eu vou subir tenho que organizar os enfeites de fim de ano pra decorar a casa, você vem Maria?.- minha mãe perguntou a garota que se aproximou de mim sem que eu esperasse.

— Na verdade vocês se importam se eu for com o John até a igreja?

— O que? Porque?

— Quero me confessar.

Aquilo obviamente não era verdade, ela estava me olhando de um jeito estranho desde que chegou e eu já estava desconfiado.

— Ah querida não se preocupe pode ir, John traga ela pra casa quando escurecer.

Eu estava nervoso essa era a verdade, não trocamos mais do que duas palavras e agora eu teria que aturar a companhia dela, não quero ser rude ou grosseiro mas eu não quero ela perto de mim. Ela não é minha irmã e nunca vai ocupar o lugar dela.

Infelizmente desta vez eu não tenho outra opção a não ser levá-la até a igreja comigo e descobrir o que realmente ela quer.

Desejo proibido Onde histórias criam vida. Descubra agora