Epílogo: parte final.

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Nada poderia ser melhor, estávamos vivendo a melhor vida possível e quando a conheci não pensei que isso poderia acontecer..

— Eu amo ver esse sorriso no seu rosto...

— Será que somos um casal comum? Se as pessoas soubessem o que nós fazemos estariam horrorizados.

— Normal é chato, contratamos uma pessoa para um trisal pra sair da rotina, foi bom, você gostou e agora nós estamos indo pra nossa casa pra cuidar da nossa filha...viu como soa bonito?

Ela dizia com tanta naturalidade que eu realmente acreditava que isso era normal. Mas não ligo se é normal ou não, nós estávamos felizes e era isso que importava.

Maria e eu fazemos questão de não deixar o relacionamento morrer, e na verdade depois daquela vez nunca mais chegou perto disso.

Na semana passada nós invadimos um teatro para assistir a peça dos bastidores, o ingresso estava caro e isso mesmo sendo errado nos deu uma emoção maravilhosa.

Hoje contratamos uma moça pra fazer um trisal e foi a primeira vez dela com outra mulher, sei que ela adora descobrir coisas novas e esse sorriso no rosto dela era a prova de que tinha adorado.

Maria está começando a sua residência em um hospital e eu descobri que tenho vocação para psicologia, irônico tenho que dizer mas honestamente foi a melhor escolha de carreira que eu poderia ter feito.

Quando chegamos em casa Marie correu até nós, era incrível como ela estava crescendo rápido.

— Papai!

— Oi meu amor! Vem aqui..- A peguei no colo fazendo cócegas enquanto ela soltava aquela risada gostosa.— Você já devia estar na cama, onde está o tio Mason?

— Dormindo..

Olhei pro sofá e Mason estava agarrado ao travesseiro, Marie já tinha feito isso uma vez ele não aprendia.

— Ele pensa que o trabeceiro sou eu papai.

— É travesseiro meu amor, e já conversamos sobre isso não pode enganar o tio Mason.

Ela aprendeu a sair dos braços do Mason enquanto dorme e colocar o travesseiro no lugar, o jeitinho sapeca e rebelde era igualzinho ao de Maria e que Deus me ajude a controlar isso no futuro.

— Não briga com meu amor John...mamãe tá muito orgulhosa de você fez um bom trabalho.

Elas deram um high-five como se aquilo fosse uma conquista, eu devia ter desconfiado que foi Maria quem a ensinou a fazer isso.

Entreguei Marie a ela fui até o sofá acordar o Mason, e quando ele notou que era eu caiu do sofá fazendo Marie rir.

— Já chegaram?

— Não estamos lá ainda, porque você dormiu?

— Eu tava contando uma história pra Marie e acho que eu dormi no lugar dela..

— Ela tem 4 anos Mason, como ela consegue te enganar assim?

— Porque ela é igual a mãe dela!

— Vou levar isso como um elogio Mason, John eu vou subir pra colocar a pestinha na cama, dá boa noite pro tio Mason meu amor.

— Boa noite tio.

— Boa noite pestinha.

Elas subiram e Mason começou a rir, não estava entendendo nada a casa estava uma bagunça mas eu adorava a sensação.

— Tá rindo porque?

— Deus te ajude com a Marie adolescente.

— Não me lembra disso agora por favor, meu coração acelera só de pensar.

— Eu vou pra casa Paul está me esperando, espero que tenham aproveitado a noite.

— E muito...até amanhã.

Quando ele saiu eu arrumei a casa juntando os brinquedos espalhados e sorrindo por notar a vida que tenho agora. Eu nunca imaginaria isso tudo pro meu futuro e eu estava tão feliz que mal podia parar de sorrir.
Terminei de ajeitar tudo e subi pra ver minhas meninas, Maria estava na cama conversando com ela e eu parei na porta para ouvir.

— Eu amo você meu amor...sabe disso não sabe?

— Eu sei mamãe e eu também...mas mesmo te amando muito eu posso passar o dia na vovó amanhã?

— Já fez isso ontem amor.

— É que ontem o vovô não estava lá.

Eu não tenho uma relação com meu pai a anos mas eu ainda deixo que Marie o veja, ele não bebe mais, mas eu sei que ainda pensa que foi minha culpa a morte da minha irmã e porisso não nos falamos.

Marie o adora assim como Maria, ele as trata como filhas e enquanto estiver assim por mim tudo bem.

— Bom, de manhã vamos ligar pra sua vó e perguntar se você pode ir se ela disser que sim então tudo bem..

Me aproximei delas vendo Marie se esconder debaixo das cobertas ao me ver, eu não daria mais bronca nela pelo que fez, eu não poderia ela é a coisa mais fofa desse mundo.

— Não precisa se esconder eu não vou brigar.

Ela saiu debaixo das cobertas com seus cabelos pretos e cacheados bagunçados e esparramados pela cama, me encarando com aqueles grandes e lindos olhos, era um de cada cor e notamos isso na primeira vez que ela os abriu. Pensamos que poderia ter algum problema na visão por ser um castanho e outro azul mas era apenas mais um dos seus lindos detalhes.

— Papai você me ama?

— Mais do que qualquer coisa nesse mundo.

Ela sempre fazia essa mesma pergunta a nós dois antes de dormir e sempre suspirava com a resposta. Palavras de afirmação, essa é sua linguagem de amor, exatamente como Maria..

— Feche os olhos pestinha.

E assim ela fez aprofundando entre as cobertas pesadas, já era inverno outra vez e hoje faz exatos oito anos que eu conheci a mulher da minha vida.

Oito anos que Maria me corrompeu naquela casa, oito anos que eu soube o que era de fato estar vivo.

Obrigado por me fazer um pecador, Maria.

[...]

Obrigada por ler até aqui e me sigam para mais histórias😉

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