Eu mal podia me manter de pé mas estava tão animada por voltar pra casa que fiz um esforço, realmente ter comido um pouco ajudou eu já não sentia tanta tontura embora minhas pernas não estivessem firmes o suficiente.
John me ajudou a sair do carro enquanto a dona Cristina pegava a mochila com minhas coisas, eu sentia que estava voltando pra casa e era estranho porque eu nunca tive realmente um lar.
Assim que abri a porta eles gritaram surpresa em uníssono jogando confetes na minha cabeça e soltando os balões em cima de mim, eu me assustei porque não sabia o motivo da festa mas estava tão feliz que nem me importei do motivo.
— Que lindo...porque fizeram isso?
— Amor é seu aniversário...
— É?!...eu não lembrava...
Não conseguia parar de sorrir um minuto eu não fazia ideia de que era meu aniversário aprendi a ignorar isso anos atrás notando que eu nunca teria uma festa...bom agora eu tive.. estava emocionada não queria chorar outra vez mas meus olhos se encheram de lágrimas por ver a família que agora eu tinha.
Nem nos meus melhores sonhos eu imaginei ter algo assim, meu coração estava aquecido e eu me sentia completa agora. John uma vez me disse que eu poderia ter tudo que desejasse da vida e tudo que eu sempre quis foi uma família.
— Ah muito obrigada pessoal....eu.. não sei como agradecer..
— Pra começar, pare de chorar..querida estamos muito felizes por você ser parte de nós agora.- Me surpreendeu essa frase vir do senhor Jorge que também estava aqui, ele veio até mim e me abraçou.— Mesmo não sendo mais parte da família você ainda é minha filha adotiva..
Quando ele se afastou foi a vez da dona Cristina me abraçar, ela permitiu que ele participasse disto só por mim e eu estava agradecida, gostava dos dois como meus pais eles cuidaram de mim e me acolheram, eu não podia ser mais grata aos dois.
— Feliz aniversário querida..
— Obrigada, por tudo..
Ela se afastou de mim e John me abraçou, me virei pra ele pra agradecer mas ele me agarrou pela cintura e me beijou, tudo ficou silencioso e quando nos afastamos o senhor Jorge juntamente com o Paul nos encaravam surpresos, só então notei que eles ainda não sabiam sobre nós.
— Eu acho que tenho que explicar...
— Deve na verdade. Desde quanto isso...Filho...John você tirou seus votos? quando isso aconteceu?
— Saberia se fosse um pai presente.. não é um bom momento pra discutir isso vamos apenas aproveitar a festa.
O clima tinha ficado um pouco pesado demais mesmo assim Mason ligou alto a caixa de música tirando a atenção do assunto. Paul se aproximou de nós, enquanto os outros iam para a mesa cheia de comida.
— É porisso que o Mason riu bem na minha cara aquele dia...eu sinto muito padre...é...John, não era minha intenção dar em cima dela.
— Era sua intenção sim..
— Tem razão era..me desculpa.
Eles estavam conversando como se eu nem estivesse ali, olhei para o Paul e ele abaixou a cabeça envergonhado e saiu dali, ele ia dar em cima de mim se eu não estivesse com o John? E o John sabia disso?
— Ele ia dar em cima de mim? Porque não me contou? Eu teria falado com ele sobre a gente.
— E que graça teria agora?
Ele tinha aprendido perfeitamente a brincar com as pessoas do jeito como eu ensinei, não consegui conter o riso por ver Paul envergonhado por ver a gente junto.
Depois de um tempo o clima bom que estava voltou, estava só a gente mas eu gostava tanto disso que pra foi a melhor festa que eu já fui e o melhor de tudo é que foi feita pra mim.
Estava sentada no canto observando todos conversando e interagindo, Paul e Mason estavam dançando, na verdade eram os únicos dançando, Jorge comia um pedaço do bolo sozinho do outro lado da sala mas parecia estar se divertindo ao ver os dois garotos brincando.
Eu nunca tinha visto John tão entretido com sua mãe, eles riam e conversavam e desde que cheguei aqui não vi os dois fazendo isso. Cristina estava realmente se esforçando pra retomar a relação com o filho e eu estava feliz por isso.
Como se estivéssemos conectados John olhou pra mim notando que eu estava o encarando, ele veio na minha direção mas parou na mesa de doces pegando alguns e trazendo.
— Eu não quero..
— Quer sim...lembra que tem recompensa?
Ele se abaixou na minha frente colocando o doce na minha boca e me dando um selinho em seguida do mesmo jeito que fez com a sopa. Ainda era difícil engolir porque logo depois vinha a queimação no estômago e doía, mesmo assim eu me esforcei.
— Vai ter que valer muito a pena..
— Vou me esforçar amor..
Eu adorava quando ele me chamava assim, precisei beijá-lo porque só assim conseguia demonstrar o que sentia. Quando nós afastamos notei que Jorge nos olhava, ele não tinha uma boa expressão e porisso eu já sabia que alguém teria que falar com ele e explicar.
— Que foi?
— Seu pai não tá gostando..
— Ele não tem que gostar.
— John eu quero que tudo dê certo com a gente, eu já passei por muita merda e não quero perder isso...porfavor fala com ele, só pra explicar como tudo aconteceu.
— Explicar que você me seduziu? Que me fez te comer no altar da igreja? Que me fez pecar...vou adorar explicar isso pra ele, com detalhes..
Ele estava tão diferente de quando o conheci, sentia meus pêlos arrepiarem por ele dizer dessa forma. Tinha aprendido direitinho como me distrair do assunto porque agora eu só conseguia pensar em uma coisa.
— Diz pra todo mundo que eu tenho que descansar, me leva pro quarto e me chupa até eu gozar.
Ele sorriu animado e levantou indo até a dona Cristina, cochichou algo em seu ouvido e ela me olhou preocupada, já imaginava o que ele tinha dito então me esforcei em parecer fraca.
Foi a melhor atuação da minha vida estava ansiosa pra ir logo com ele lá pra cima porque faz duas semanas que não nos tocamos e esse seria com certeza o melhor presente de aniversário que ele poderia me dar.
— Querida está passando mal?
— Só me sinto um pouco fraca, podem ficar aqui em baixo aproveitando eu vou subir um pouco.
— Posso mandar todo mundo pra casa se quiser.
— Não precisa é sério, John pode ir comigo? Se acontecer alguma coisa vou me sentir melhor se ele estiver lá.
— Claro, ele vai com você..
John estava logo atrás segurando o riso precisei me segurar para não rir junto porque parecíamos duas crianças aprontando.
Ele me ajudou a levantar e realmente minhas pernas ainda estavam frágeis, fomos lá pra cima enquanto todos ainda estavam distraídos e assim que John fechou a porta ele me agarrou...— Não mentimos, eu espero mesmo ficar fraca aqui em cima.
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Desejo proibido
RomanceBaseado no filme "A órfã" e na mini série"hilda furacão", a história sobre um jovem padre que sofre pela morte da sua irmã e se vê entrando em um manto de perdições quando seus pais decidem adotar um jovem traumatizada com seu passado. ele não pode...