A raiz do problema

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— Eu não vi nada. Tô saindo.

— Espera, Mason por favor eu..

— Eu não vi nada padre...tá é bem estranho te chamar de padre agora, vocês podem se vestir por favor?!

Eu não estava tão assustada quanto John estava, mesmo assim o Mason ter visto isso não era bom ele poderia falar com os pais do John e eu ficaria sem ter onde morar e me afastaria dele e eu não quero isso.

Minhas pernas ainda estavam fracas pelo orgasmo que ele me deu, apesar dele ser virgem ele soube muito bem como me satisfazer e eu ainda sentia a porra dele dentro de mim.

Felizmente Nicolas me convenceu de colocar um Diu quando começamos a transar do contrário a essa hora eu estaria desesperada.

John se vestiu rápido assim como eu, pensei que o arrependimento viria logo depois do sexo mas ele parecia bem com o que tínhamos feito, ele só estava nervoso porque Mason ainda estava ali.

— Acho melhor vocês colocarem tudo no lugar antes de sair..e garantir que...bom, que não tem nenhum.... líquido no altar.

— Ele não gozou no altar Mason foi dentro de mim.

— Ah meu Deus...eu não precisava saber disso acho que já sei demais, espero que esteja se prevenindo.

— Eu estou não se preocupe.

— Mason, eu queria te explicar que....

— Padre...John, eu não preciso de explicação você sabe o que está fazendo. Eu não vi nada e não vou falar nada não se preocupem.

John respirou aliviado murmurando um obrigado ao Mason, eu queria ter certeza de que ele não estava com raiva de mim ainda e porisso me aproximei dele o dando um selinho rápido que ele correspondeu no mesmo instante e isso me deixou mais calma.

— Não tá com raiva de mim...isso é bom..

—  A gente conversa em casa, ok?

Apenas assenti e saímos nós três dali o mais rápido possível, não sei o motivo da pressa do John afinal Mason já tinha visto tudo mesmo e já que ele disse que não contaria não teria porque do nervosismo.

— Entrem no carro eu levo vocês.

John nem hesitou em não aceitar, Mason me entregou um casaco dele já que meu vestido era extremamente decotado e estava um gelo realmente. Durante o caminho foi tudo silencioso, Mason vez ou outra nos olhava pelo espelho e já até imagino o que estava pensando, mas John eu não sei o que se passava na cabeça dele.

Ele segurava minha mão entrelaçando nossos dedos e eu gostava disso, precisei conter meu sorriso ao notar como ele me acariciava. Não sei porque mais eu realmente gosto desse cara, sinto minha barriga formigar toda vez que o provoco ou toda vez que ele ri comigo, até porque John é sempre muito sério e meu ego cresce ao perceber que ele se diverte com as minhas coisas.

— Chegamos...

— Obrigado pela carona Mason e obrigado por não contar nada do que viu.

— O Natal é daqui a dois dias e vai ter o evento da cidade como todos os anos, talvez eu não devesse sugerir isso mas você claramente não tem vocação pra ser padre então porque não anuncia sua saída da igreja lá? A cidade toda vai estar e..

— Eu não quero sair da igreja Mason, eu agradeço por tentar ajudar mas...é complicado você não entenderia.

— Tudo bem..bom se cuidem e tomem cuidado com isso, não aparece grávida Maria.

— Terei o menino Jesus em breve..- tentei fazer uma piada pela situação considerando meu nome mas os dois olharam pra mim sérios.— Desculpa.

— Até logo Mason.

Quando saímos do carro John segurou minha mão me puxando com ele pra dentro de casa, ele inspecionou a sala vendo que seus pais não estavam ali e subiu correndo comigo pro seu quarto fechando a porta e a trancando.

— Porque você estava tão nervoso? O Mason já disse que não vai contar relaxa.

— Relaxa? Eu acabei de quebrar meu voto de castidade.

— E quebrou muito bem, foi muito bom..

—...foi?

Ele parecia envergonhado mas não estava arrependido com certeza, eu gostava de ver ele vermelho assim e saber que eu sou o motivo.

— Você toma algum contraceptivo?

— Não exatamente, eu tenho um Diu. Sabe o que é?

— Não.

— É um contraceptivo interno, é um objeto de cobre que é inserido no meu útero e eu preciso trocar de 10 em 10 anos...resumindo pode gozar dentro de mim quantas vezes você quiser.

O vi engolir seco minha proposta mas ao mesmo tempo não disse nada, eu sei que vamos voltar a fazer em algum momento e também sei que ele não vai deixar a igreja pra isso. Desta vez ele não estava fazendo isso para se punir ele realmente me queria e eu o queria de volta.

— Eu não me arrependo...eu deveria mas não me arrependo.

— Você não se arrepende porque esse é você John, eu sei que não vai deixar a igreja mas já que você já quebrou todas as regras porque não se permite outras coisas?

— Que coisas?

— Festas, viagens, amigos... Mason seria uma ótima companhia se você quiser explorar por aí algum dia.

— isso seria viver..

— Sim, seria viver, qual o problema em querer viver?

— Eu não posso.

— Porque não John?! É claro que pode!

— Eu não posso Maria! Eu não posso me dar ao luxo de viver quando minha irmã está sete palmos abaixo da terra por minha culpa!...eu..eu só não posso...

Aí estava a raiz do problema, a culpa..John ainda não me contou o que aconteceu mas ele estava aqui chorando na minha frente sentindo a morte da irmã como se tivesse sido ontem mesmo, eu o abracei tentando conforta-lo eu sabia que devia estar sendo difícil pra ele e John precisava sentir essa dor, deixar passar, mas toda vez ele arrumava escapes para fugir da realidade e porisso não superava essa morte..

Pensei que finalmente ele me deixaria ver sua dor, pensei que ele iria chorar de verdade como uma pessoa comum faria mas ele se virou pra mim novamente me dizendo:

— Me machuca...por favor eu preciso sentir dor..

Desejo proibido Onde histórias criam vida. Descubra agora