Oportunidade de uma noite

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A música alta podia ser ouvida do lado de fora, a festa estava acontecendo em uma mansão um pouco longe demais da minha casa na área nobre da cidade como já era de se esperar já que Paul e Mason eram desse tipo de ambiente. Pra ser sincero eu não estava assustado pela quantidade de pessoas, tinha alguns já caídos do lado de fora completamente bêbados na grama e outros dançado no telhado.

Maria segurou minha mão me levando pra dentro da casa me guiando por entre a multidão de pessoas até que chegamos na cozinha. Várias pessoas em um círculo enquanto gritavam para Paul beber toda a cerveja que saia de uma torneira ligada a um culer. Garotas de biquíni, caras drogados...era um antro de perdição, que Deus me ajude.

— Aeeee!!! Você bebeu dois litros cara!

E...eu acho...que eu vou vomitar..

Ele saiu correndo para o banheiro e todos riram como se fosse engraçado alguém beber essa quantidade até o estômago não aguentar mais, Maria também ria da cena ainda segurando minha mão como se estivesse me vigiando.

— Isso não foi engraçado..

— Claro que foi, imagina ser tão idiota ao ponto de continuar bebendo mesmo sabendo que não aguenta.

As pessoas em volta olharam pra nós e eu já temia que todos ali soubessem quem sou eu, não faria sentido um padre no meio de tudo isso.

— Temos uma divindade aqui hoje? O que veio fazer aqui padre? Nos abençoar?

As pessoas em volta riram da piada de um cara que eu nem conhecia mas ao que parece ele sabia sobre mim, afinal a cidade toda sabia do idiota jovem que decidiu fazer um voto de castidade aos vinte um anos.

— Ele tá comigo idiota, porque não escolhe mais algum babaca pra beber essa porcaria e deixa a gente em paz?

— Acho que o padre já tem paz o suficiente, mas ela tem razão galera quem é o próximo?

Eles voltaram sua atenção para o círculo de novo e Maria me arrastou pela mão até a área da piscina, mesmo não conhecendo essas pessoas ela lidava muito bem com toda a situação dos idiotas implicantes.

— As pessoas podem ser cruéis nesse tipo de festa não deixe eles te intimidarem ok?

— Eu não estava intimidado, só preferi ficar quieto.

— Não fique...

Ela foi até uma mesa com várias bebidas e copos vermelhos descartáveis, olhei em volta e haviam várias pessoas na piscina aquecida, alguns casais e jovens fumando maconha. O cheiro era forte e me incomodava mas como ela tinha pedido eu não reclamaria disso esta noite.

— Bebe isso.

— Ah, eu não bebo álcool.

— Você bebe vinho.

— É diferente.

Ela ergueu as sobrancelhas irritada ainda me oferecendo o copo e eu me senti pressionado a pegar, assim que dei o primeiro gole senti o líquido rasgar pela minha garganta me fazendo tossir pela horrível sensação, Maria riu do meu mal jeito e virou seu copo de uma só vez bebendo tudo sem fazer careta.

— Como você fez isso?

— Você se acostuma com o tempo, vem comigo.

Ela segurou minha mão de novo e voltamos pra dentro da casa indo para um lugar diferente, o salão estava mais lotado que o restante da casa o lugar fechado com luzes de festa me deixavam ofegante, meu coração estava batendo rápido demais mas Maria ainda segurava minha mão e isso me dava confiança para continuar.

Com dificuldade chegamos ao bar onde Mason se servia de alguma bebida azul, Maria o cumprimentou e ele olhou pra mim confuso.

— O que você tá fazendo aqui?

— Eu tô me perguntando a mesma coisa.- Maria revirou os olhos pra mim irritada pela minha reclamação.

— Ele tá cumprindo uma promessa que me fez, não trate ele como um padre hoje porfavor.

— Tá bom, vocês querem beber alguma coisa?

— O que você tem?.- ela perguntou observando a parede cheia de bebidas.

— De tudo um pouco é só escolher.

Ela olhou pra mim como se pedisse permissão para comandar, eu não confiava em seus gostos mas mesmo assim não queria estragar a noite que prometi ser normal pelo menos uma vez na vida então assenti, ela sorriu animada e ansiosa e me deu um beijo na bochecha.

Podia não ter sido nada demais se eu não tivesse ficado hipnotizado por sua boca macia, ela começou a falar com o Mason o que queria mas eu não estava ouvindo nada nem vendo nada além dela, Maria é muito bonita mas a sua personalidade forte é mais, ela sorria a cada frase, pulava quando estava muito animada e respondia a altura qualquer pessoa que a irritasse.

Eu queria ser como ela, aproveitar a vida mesmo depois de uma tragédia grande, conseguir ser feliz com pequenas coisas sem pensar no passado por um certo tempo. Ela é tão forte que me dá inveja.

— Esse é o seu.- ela me entregou um copo pequeno com a mesma bebida azul.— Vira de uma só vez.

— Isso é forte?

— Me deixou escolher então não questiona.

Ela e Mason me encaravam esperando eu virar tudo aquilo de uma vez e pela pressão do momento eu fiz isso, era doce e forte ao mesmo tempo mas era tão gostoso que eu não liguei pro álcool.

— Então?

— Pode fazer outro desse só que maior?

Mason sorriu grande já pegando duas garrafas e colocando sobre o balcão, ele continuou fazendo shots em copos maiores e aquilo parecia o paraíso, o álcool era forte mas eu não estava sentindo nada.... até o sétimo copo.

— Você quer dançar?!.- Maria gritou pela música alta que tocava mas eu estava perdendo meu foco.— John?!

Pode ir eu vou...vou ficar...

Ela assentiu e saiu correndo para a pista de dança, estava muito cheio e o álcool estava fazendo meu corpo pegar fogo, Mason sentou do meu lado e nós ficamos observando Maria dançar com outras garotas.

A música era uma batida animada mas ao mesmo tempo com um ritmo latino, ela dançava de um jeito extremamente sexual o que poderia até ter me incomodado um pouco se eu não estivesse paralisado por seus movimentos. As outras garotas passavm a mão por seu corpo, e ela sorria ao olhar pra mim, sua saia apertada estava levantando quase a deixando nua ali no meio das pessoas e a blusa que usava mostrava um decote exagerado demais.

— Não sei porque você tá aqui mas eu posso te dar um conselho?

Eu estava bêbado mas ainda sabia que Mason não era do tipo conselheiro mesmo assim eu o ouvi enquanto dizia.

— Sendo padre ou não você quer essa garota e eu vejo isso, então aproveita que hoje você tem a desculpa perfeita e agarra ela logo porque se você não fizer isso hoje amanhã você pode se arrepender.

Ele tinha razão? Quero dizer eu não posso negar o que sinto quando eu olho pra Maria mas eu sou um padre, castidade está entre os meus votos mas hoje tecnicamente eu sou apenas um cara normal e prometi isso a ela. Eu deveria aproveitar a oportunidade dessa noite?

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