— Bom dia...
— John o que é isso?
— Quis decorar um pouco o quarto, gostou?
Assim que acordei me deparei com vários lírios brancos em volta de mim sobre a cama e parecia que eu estava sendo velada como um defunto, John estava sentado ao meu lado com o rosto apoiado na mão me encarando como um psicopata esperando eu acordar. Já me sentia bem melhor que ontem mas ainda estava fraca.
— Eu gostei mas...se queria decorar o quarto não devia ter colocado em cima de mim.
— Devia sim, você a coisa mais bonita daqui..sem você a decoração seria incompleta.
Ele estava diferente, olhava pra mim com olhos tão ternos que me fizeram suspirar. Sem esperar que eu dissesse mais alguma coisa ele simplesmente levantou de onde estava e me beijou, eu não estava esperando por isso mesmo assim eu retribui porque senti tanta falta disso que pensei que ia morrer.
A sensação era tão gostosa como da primeira vez, ele era delicado mas intenso estava sedento por isso eu podia sentir. Estava perdendo o fôlego com o tubo de oxigênio ainda no meu nariz e ele se afastou ao notar isso.
Não consegui esconder meu sorriso ainda que estivesse sem ar.
— Eu não tô reclamando mas, porque?
— Porque você é especial pra mim, porque eu quero te ver bem, e porque você é minha namorada..
— Ainda sou sua namorada?
— Só se você quiser....porfavor queira..
Eu não sei o que fez ele mudar de ideia sobre nós mas isso não importava agora. Eu estava feliz por ele estar aqui comigo.
Mas eu ainda tinha a incerteza do que faria com o Nicolas e novamente os problemas me atingiram, John estava enfaixado ainda por causa do acidente e seu pai voltou a beber por culpa dele, não sei o que ele faria a seguir mas com certeza alguém morreria ele me garantiu isso.
— Porque essa carinha? No que tá pensando?
— Nada...
Ele suspirou alto já sabendo que eu estava mentindo mas apenas me abraçou me deixando segura. Eu não contaria nada a ele, Nicolas poderia estar vigiando a gente em todos os lugares eu não queria colocar ele em perigo.
— Você ainda quer sair da cidade comigo? Ir pra Califórnia?
— É o que eu mais quero mas....
— Mas?
— Eu não posso.
Como explicaria a ele que Nicolas poderia vir atrás de nós? Ou talvez atrás da sua mãe...do pai..qualquer um que pudesse machucar..
Eu queria muito ir, esquecer os problemas e focar no futuro que eu tinha ao lado dele, mas seria irresponsável da minha parte simplesmente fugir da situação eu deixei isso acontecer e agora teria que resolver.
— Eu entendo amor...não precisa se sentir pressionada, foca em você agora tá bom?
— Porque esta sendo tão compreensivo?
— Porque eu quase perdi você e não vou permitir que isso aconteça de novo.
Eu lembro do que disse antes de apagar ontem eu não estava delirando, não me arrependo de ter dito tão cedo, ele foi a primeira pessoa que eu disse eu te amo na vida e isso significava muito pra mim. John não tocou no assunto e acho que não vai fazer isso, deve ter pensado que foi pelo efeito dos medicamentos e eu espero que continue pensando assim.
Durante o resto do dia ele foi carinhoso como costumava ser porém muito mais, fez piadas e brincou comigo, eu já estava me sentindo outra pessoa, claro...até a hora de comer..
— É só uma sopa...não vai doer..
— John eu tô realmente sem fome.
— Eu sei mas faz um esforço, porfavor.
— Desculpa eu...acho que não consigo..
Eu estava tentando, mas a fome não aparecia e cada vez que eu tentava comer meu estômago doía. Não queria mais tentar e não tinha nada nesse mundo que ele pudesse me dizer para me convencer disso.
Ele olhou para os lados e depois me encarou de cima abaixo, não sabia o que ele estava pensando eu nunca vi essa expressão no rosto dele.
— Porque tá me olhando assim?
Ele deixou a tigela de sopa no móvel e se aproximou do meu rosto, seu olhar desceu a minha boca e eu não resisti em fazer o mesmo. Ele estava me olhando com vontade de sexo eu podia ver isso.
— Aquele dia que minha mãe aceitou nosso namoro eu tava no celular tentando me distrair pra não ir pro seu quarto e lembrei de você...
— Do que lembrou?.- ele estava tão perto que minha voz estava falhando.
— De quando a gente quebrou a cama, lembra disso?
— Eu não poderia esquecer..
— Foi tão gostoso...mas faltou uma coisa, naquele dia no celular eu me atrevi a ver uns vídeos que eu não deveria ver, eu queria aprender uma coisa.
— Que coisa?
— A te agradar lá em baixo...com a minha língua..
Eu estava a tanto tempo sem sexo que só de ouvir ele dizer isso eu já estava com vontade, ele realmente nunca fez isso em mim e eu estava ansiosa pra ver ele demonstrar o que tinha aprendido. Mas ele se afastou de novo e pegou novamente a tigela e de forma dissimulada disse:
— Se você comer, quando a gente chegar em casa eu posso te mostrar. Do contrário, mais um mês sem nada.
Aquilo foi um balde água fria e me fez ficar com raiva e frustrada, ele riu da minha expressão de raiva sabendo que tinha ganhado essa.
Ele aproximou a colher da minha boca e ainda com raiva eu me obriguei a engolir a sopa. Fechei os olhos quando atingiu meu estômago porque a dor era forte, eu estava arrepiada e John se aproximou me dando um selinho me encorajando a comer mais uma vez.
A cada colherada ele me beijava, demorou cerca de uma hora até eu conseguir chegar ao meio da tigela. Tentava não chorar mas era impossível tinha tantas misturas de sentimentos que não sabia exatamente o motivo de ter ficado emotiva.
John me ajudava a comer com tanto carinho e cuidado, ninguém nunca se preocupou assim comigo e eu me senti especial.
— Está terminando não precisa chorar...- ele secou minhas lágrimas me consolando e isso só me fez chorar ainda mais.— O que foi? Tá me deixando preocupado.
— Desculpa....você é tão bom comigo, eu não mereço.
— Você merece o mundo todo, e eu te daria isso e todo o universo se eu pudesse.... eu te amo.
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Desejo proibido
RomanceBaseado no filme "A órfã" e na mini série"hilda furacão", a história sobre um jovem padre que sofre pela morte da sua irmã e se vê entrando em um manto de perdições quando seus pais decidem adotar um jovem traumatizada com seu passado. ele não pode...