Um dia sem ela

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— John se acalma tenho certeza de que ela foi pra casa.

— Não padre, ela não iria pra casa sem mim.

Eu estava desesperado, minhas mãos já tremiam e eu não sabia o que fazer. Olhei por todo o redor da igreja e ela não estava aqui. Estava quase indo pra casa ver se ela realmente tinha ido pra lá quando vi o celular no chão, corri para pegá-lo vendo que estava desbloqueado na tela de chamadas.

O último número que ela falou não era minha mãe como ela tinha falado, era o mesmo número desconhecido daquele desgraçado.

Sem esperar mais eu corri até a delegacia, liguei para o Mason durante o caminho e contei o que havia acontecido, eu não podia perder a cabeça agora então preferia ter o apoio dele.

— Íamos te ligar agora, encontramos o sujeito ontem a noite mas ele fugiu.

— Como assim fugiu?

— Pelo que parece ele estava morando em uma casa próxima a sua. Estava fora quando a viatura parou lá e ele nos viu de longe e fugiu.

— Eu não acredito nisso, esse desgraçado está com a Maria e só Deus sabe o que pode fazer com ela.

— Vamos rastrear a última ligação dela, talvez com o número dele a gente descubra onde eles estão mas...

— Mas?

— Pode levar um tempo...talvez dois dias no máximo..

— Dois dias?! Você é louco?! Ele pode estar matando ela agora em dois dias ela pode estar apodrecendo debaixo da terra!

— John se acalma eles estão fazendo tudo o que podem.

— Tudo o que podem não é o suficiente Mason!

— Infelizmente não tem mais nada que possamos fazer nessa situação, vou colocar um detetive no caso e alguns policiais vão rodar toda a cidade mas é provável que não encontrem nada.. esse cara é bom em esconder rastros mas felizmente temos o celular dela.

Eu nunca vou esquecer o que estou sentindo agora, é a mesma sensação de quando vi Marie afogar sem poder fazer nada. Era desesperador.

Flashback on

Noite anterior...

John...ah..não para...

Ela gemia abafado contra minha boca intercalando entre me beijar e sorrir, estava escuro mas podia tocar seu corpo e sentir como se arrepiava cada vez que eu entrava ainda mais nela.

Era a terceira vez na noite mas era tão bom que eu não queria parar, segurava seu corpo com força estocando bruto enquanto ela me abraçava, apesar da intensidade em que estávamos nós nunca tínhamos feito isso de forma tão carinhosa.

Seu corpo tremeu em outro orgasmo a fazendo perder o fôlego continuei estocando com força e poucos minutos depois minha porra a invadiu por completo me dando um mix de prazer e sentimento satisfatório.

Ainda estávamos na mesma posição quando eu a abracei e a beijei mostrando a ela o quanto eu a amava, ela precisava saber que eu estava extremamente apaixonado por ela.

— Eu te amo tanto que dói...

Ela sorriu contra minha boca me beijando outra vez reafirmando seus sentimentos pra mim.

— Quando eu morava com meus pais eu nunca imaginei que eu pudesse sair de lá e ter uma vida feliz...eu pensei que morreria antes de conseguir isso.

Me dava pena de ouvir ela falar sobre sua vida mas sabia que ela precisava desabafar por que era nesses momentos que nós nos conhecíamos mais.

— Eles me deixavam ir na igreja mas de lá eu saía pra outros lugares e fazia todo tipo de coisa.- ela riu ao lembrar da rebeldia.— Mas eu nunca quis ser a garota doida pra sempre, eu queria encontrar alguém que me entendesse...alguém pra amar..e ser amada..

— Qual a vida que você sonha ter?

— Fantasiava com isso todos os dias...eu tinha um marido, um cachorro..talvez um gato..e eu trabalhava como médica em um hospital público pra ajudar as pessoas necessitadas.

— Não quer ter filhos?

— Não...eu tenho traumas tenho certeza de que em algum momento iria reproduzir com eles o que meus pais faziam comigo...você quer ter filhos?

— Só se você quiser..

Planejava toda minha vida com ela, ter filhos não era o auge da minha realização de vida, claro que iria adorar ter alguns com ela mas só se ela quisesse e como ela não quer não me faz falta..seríamos só nós dois e um cachorro, talvez um gato como ela disse.

— Ainda temos muito pra viver antes de fazer esses planos, mas quero que saiba que eu planejo tudo pensando em você John..quero te ter pra sempre na minha vida..

— Sempre e pra sempre amor, eu te prometo.

Flashback off

Um dia depois..

— John?

— Eles ligaram?!

— Não filho...não é isso, você não comeu nada vai ficar doente..

—...um dia sem ela mãe...eu não sei onde eles estão nem o que ele pode estar fazendo...eu não aguento mais isso.

Estava difícil até pra respirar sem ela, eu não conseguia parar de chorar e bebia o máximo de café pra tentar ficar acordado, mantinha o celular perto de mim o tempo todo e a cada coisa que acontecia a minha volta eu ficava inquieto.

— Calma meu filho, eu sei que é desesperador mas a polícia e o detetive já estão no caso dela..tenho certeza de que ela vai ficar bem.

Ela dizia isso apenas para me deixar tranquilo, seus olhos estão inchados pelo choro e ela também assim como eu não dorme mais.

Meu pai está ajudando a procurar por ela junto com a polícia e Mason espalha cartazes com sua foto por toda a cidade juntamente com o Paul, todos estão envolvidos nisso, na cidade não se fala em outra coisa mas mesmo assim ela ainda não apareceu.

— Tenta comer um pouco, precisa ficar bem pra quando ela aparecer.

Ia descer pra tomar café mas escutei meu celular tocar, atendi no mesmo instante sem nem olhar o número já sabia que era da polícia.

— Encontraram ela?

— Temos pistas de pra onde ele pode ter ido, ainda não é certo mas temos quase certeza de que ele voltou pra cidade Natal deles, venha para a delegacia e conversamos melhor aqui.

Pela primeira vez eu via um pouco de esperanças, corri para me arrumar e ir até a delegacia, minha mãe veio comigo porque estava preocupada já que Mason não estaria me acompanhando nisso.

Não levou quinze minutos até lá, eu estava eufórico e esperava que isso fosse uma luz no fim do túnel afinal.

— Conseguimos a gravação da última chamada deles.

O delegado colocou a gravação para que pudéssemos ouvir, nela a própria Maria sugere que eles viagem juntos para a cidade deles mesmo depois de eu pedir a ela pra não sair do meu lado. Ela iria do mesmo jeito..

Podia sentir o medo em sua voz quando sugeriu isso, não sei qual era a intenção dela nisso tudo mas ainda sim era loucura. Ele apareceu lá e foi quando Maria tentou gritar, meu coração doeu só de ouvir seu desespero, ela não tinha fugido com ele, realmente ela foi sequestrada.

— Vamos procurar por lá mas a cidade dela é bem maior pode levar um tempo até encontrá-los.

— Procure pelo bairro onde ela morava primeiro.

— Já estamos fazendo isso, vamos esperar por enquanto.

Quanto mais espera menos esperança eu tinha, pelo menos agora sabíamos por onde começar.

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