Entre a cruz e a espada

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Estávamos conversando quando a enfermeira apareceu, Maria ainda não tinha voltado e eu reparei que ela parecia agitada de novo. Me preocupei por ela dizer que estava passando mal mas fiquei mais intrigado com o jeito como ela estava nervosa.

— Cristina eu posso falar com você um segundo.

— O que foi?.- perguntei a enfermeira que nem se dirigiu a mim.

— É apenas um assunto em particular com sua mãe.

— Eu sou adulto até onde eu saiba e se for por mim não precisa falar em particular com ela. O que foi?

Perguntei outra vez ela respirou fundo sabendo que não deveria esconder nada de mim. Provavelmente a recomendação do médico era não me estressar mas nessa situação era impossível.

— Sua namorada está no outro quarto ela passou mal..

— O que? Porque onde ela está?

Tentei me levantar esquecendo da costela quebrada e gemi de dor, esse era o motivo pelo qual ela não queria dizer na minha frente eu não podia levantar.

— Por favor não faça esforço.

— Ela está bem?

— Sim, foi apenas uma queda de pressão ela desmaiou e ainda está inconsciente. Quis avisar já que ela estava com vocês.

— Eu vou ir vê-la, filho você fica aqui e não levanta eu já volto.

Elas saíram e eu fiquei ali na cama com o coração apertado, estava tudo muito estranho não tinha porque ela passar mal se já sabia que eu estava bem, só me restava esperar pra perguntar o que estava acontecendo.

............................

Meia hora depois minha mãe voltou ao quarto e logo atrás dela estava Maria, ela ainda estava muito pálida e trêmula exatamente do jeito que ficou semanas atrás.

— O que houve? Você tá bem?

Ela se aproximou me dando um beijo como se estivesse evitando responder até que minha mãe falou por ela.

— A médica disse que foi uma crise por causa do estresse..

— Eu tô bem..

— Não você não está, não parece estar dormindo e come bem pouco. O que tá acontecendo Maria?

— Eu só fiquei preocupada com você...

Ela começou a chorar de uma forma muito intensa do mesmo jeito que estava semanas atrás, minha mãe a abraçou e olhou pra mim preocupada era óbvio que tinha acontecido mais alguma coisa. Ela pareceu estar fraca de novo e quase caiu minha mãe precisou segurá-la e porisso eu decidi não perguntar mais nada.

— Você não está bem, senta um pouco...me dá sua mão..

Ela sentou na cadeira ao meu lado suspirando pelo choro que tentava conter e segurou minha mão, ela estava fria muito mais que o normal. Aos poucos ela foi se acalmando mas eu comecei a ficar preocupado, se era algo tão ruim que ela estava nesse estado e não queria me contar provavelmente tinha haver com o acidente.

— Melhor?

— Sim...me desculpa..

— Pelo que? Não é sua culpa passar mal.

— Eu sei mas...me desculpa..

Minha mãe olhava pra ela com a mesma expressão confusa, sabíamos que algo estava acontecendo mas ela estava tão mal que tinha medo de perguntar novamente e ela voltar a passar mal.

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