Adeus

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Celina Lewis

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Celina Lewis

[...]

— Mingau — digo emocionada o pegando no colo — Como você chegou até aqui meu bebê? — pergunto como se o mesmo fosse responder — Você seguiu o carro, hum? — pergunto novamente e logo o mesmo mia.

Se Mingau conseguiu seguir o carro então não estamos longe do posto, raciocino comigo mesma. Mingau se aconchega em mim pedindo por mais carinhos e não nego para meu gatinho caramelo.

— Eu também senti sua falta — digo com a voz embargada — Só falta o papai aqui — falo acariciando seus pelos — Ele chegará em breve — reforço mais para mim do que para o gatinho em meu colo.

Minha barriga ronca e lembro que deixei o bolo e a água que Vitor me deu cair, quando me deparei com a possibilidade de ser meu gato peludo.
Abro primeiro a água e assim que o líquido desce pela minha garganta, solto um gemido aliviado pela a mesma acalmar a queimação que eu estava sentindo. Em seguida, abro o bolinho e abocanho não esperando nem um segundo a mais.

Olho para baixo, encontrando Mingau encarando o pequeno pedaço de bolo em minha mão. Estendo o doce para o mesmo, me lembrando que a bola peluda também está com fome e sem esperar Mingau devora o pedacinho de bolo. Me sinto mal quando olho para a garrafa de água e a encontro quase vazia, colocando em seguida um pouco em minha mão e fazendo uma especie de concha.

Mingau toma rápido sua água, saciando sua sede. Quando termina, o mesmo mia manhoso querendo subir em cima de mim. Sem pensar duas vezes pego o gatinho caramelo,  colocando-o na curva do meu pescoço.

— Eu sei que não tem o cheirinho de morango que você e papai amam — falo me emocionando ao lembrar do meu tatuado — Ele não gostará quando ver que cheiro à produtos masculinos — falo soltando uma pequena risada — Foi o que me deram — termino triste por fim.

Respiro fundo, percebendo o peso da situação. Mingau está aqui e ele não deveria. No momento eu sou inútil, não conseguindo me proteger do merda do Vladimir e só de imaginar o mesmo encostando suas mãos imundas em meu gatinho, sinto vontade vomitar.

— Você não deveria ter vindo atrás de mim — digo para o mesmo — Eu não suportarei a dor se eles te fazerem algum mal — solto um suspiro.

Olho para o cômodo "vazio" à procura de algo que me ajude a esconder meu gato. Eu não acho que virão em meu quarto por hoje, mas sei que amanhã Vladimir estará ansioso para me usar como saco de pancadas logo cedo.

Pego as caixas empilhadas no canto, perfurando-as com a ajuda da minha unha e formando buracos para que Mingau consiga respirar. Assim que vejo que não há possibilidade do mesmo ficar sufocado, pego a bola peluda o levando para o canto e o tampando com a caixa.

Esperando por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora