Coração em paz

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Celina Lewis

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Celina Lewis

Acordo com a luzes brancas incomodando meus olhos. Fecho um pouco os mesmo, conseguindo enxergar as máquinas hospitalares.

Minhas lembranças invadem minha cabeça, me fazendo voltar a pensar em meu gatinho caramelo. Logo em seguida o monitor cardíaco apita freneticamente com o aumento da minha frequência cardíaca. Meus olhos se enchem de lágrimas e vasculham cada canto do quarto branco à procura de Nikolai. Pensamentos ruins tomam conta de mim, imaginando o pior.

Não podem ter o tirado de mim também.

— NIKOLAI! — grito desesperada — NIKOLAI! — chamo novamente.

A porta é aberta depressa e quando acho que verei o mesmo, uma loira mal-humorada que conheço muito bem aparece. Ela está diferente, seu rosto possui olheiras e está inchado, me fazendo pesar que a mesma andou chorando.

— Sua vadia! — grita, vindo em minha direção— Eu estou desesperada — fala tocando em meu rosto assim que chega em minha frente — Sem dormir — pontua, verificando cada parte do meu corpo — E você chama seu cachorro? — termina por fim, me fazendo soltar uma pequena risada.

Esses dois são assim, me deixam louca com suas implicâncias, me fazendo ser a única adulta da situação.

Tento me levantar, porém logo desisto. Gemendo de dor no pouco que movimentei meu corpo.

— Eu vou chamar a enfermeira— diz Mia desesperada.

— Não! — digo rápido a impedindo — Eu quero poder respirar um pouco, antes da loucura começar de novo — falo soltando um suspiro cansada.

— Nikolai irá me matar se souber que não a chamei assim que você acordou, Lina — diz.

— Eu me resolvo com meu mal-humorado depois — digo não ligando para sua ordem — Aliás, aonde ele está? — pergunto curiosa.

— Resolvendo problemas? — me responde parecendo uma pergunta — Eu fiquei tão preocupada ruiva — diz em seguida — Eu achei que te perderia para sempre — encaro seus olhos e vejo eles lagrimejarem, me causando um aperto no peito — Eu pensei sobre nunca ter falado o quanto te amo — fala me enchendo com seu amor — E eu te amo tanto, irmã — diz derramando suas lágrimas — Eu te amo pra caralho — termina me fazendo soltar mais uma risada.

Capturo sua lágrima com o dedo e a olho com amor.

— Eu sei do seu amor muito antes de você dizê-lo em voz alta, borboleta — digo, fazendo a mesma abrir um sorriso.

— Eu estou feliz que está bem — fala olhando em meus olhos.

Me mexo desconfortável. Eu não estou bem loira, eu não posso lembrar dos últimos acontecimentos que sinto meu coração desmoronar.

— É... — digo com a voz embargada — Eu tenho que ficar — falo por fim, olhando para o chão não querendo que a mesma me veja chorar.

Ouço a porta se abrir e não verifico quem é, encarando ainda o piso branco.

Esperando por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora