Nikolai Ivanov
Chego na sala de tortura e sinto meu peito pesado. Me pergunto como as coisas podem mudar tão rápido assim, com Celina não existia o resto do mundo para mim, apenas eu, ela e Mingau.
E agora é como se ela não existisse nesse meu mundo, escuro e nojento. Eu não quero lembrar de minha pequena raposa enquanto estou nessa sala, então me esforço para deixar minha única parte boa de lado. Eu não seu Niko agora. Mas também não sou o imbatível que fui treinado a ser.
Raiva corre pelas minhas veias e se misturam com a mágoa que carrego em meu coração.
Eu o odeio por tudo que fez com minha família e com minha mãe. Eu o odeio por não ter me amado como amou sua máfia, mas a mágoa por não ter sido enxergado pelo mesmo consegue ser maior.
Abro a porta e a visão de Vitor e Vladimir amarrados faz a ansiedade em meu corpo aumentar. Olho para os lados conferindo se estou sozinho, essa foi minha única ordem para meus homens. Me deixar sozinho com o meu pior pesadelo.
Eu não sei como as coisas funcionarão hoje, eu já fui pior que o próprio Diabo por bem menos. E agora que tenho o homem que sempre me atormentou em minhas mãos, não sei como levarei as coisas.
Reparo no rosto de Vitor e vejo o mesmo vermelho e inchado, como se tivesse chorado por horas. Fixo meus olhos em meu pai e o encontro conformado, achando aquilo um tédio, querendo acabar logo com tudo isso de vez.
— Vitor — digo frio — Você me surpreendeu — falo lembrando da traição.
— Senhor Ivanov... — começa, com seus olhos se enchendo de água.
Solto uma gargalhada alta que preenche o cômodo inteiro.
— NÃO ME CHAME DE SENHOR, PORRA! — grito me aproximando do mesmo — Não finja ser bom agora, Vitor — falo agora em sua frente — Você machucou minha família — o lembro.
— E-eu não queria — diz aumentando minha raiva, me fazendo deferir um murro em seu rosto.
— Você não queria? — digo irritado com sua resposta — Você machucou a pessoa que eu amo por puro tédio, é isso? — pergunto pronto para dar mais um murro no mesmo.
— Eu o amo também! — diz me fazendo franzir a sobrancelha — Foi por isso que entrei nisso — continua — Eu também faria qualquer coisa por ele, assim como você por ela — olho para meu pai e percebo que o idiota está falando dele.
Ele ama o merda do meu pai?
Encaro o semblante de Vladimir e ele não diz nada, apenas observa eu e Vitor.
— Você está me dizendo que ama o meu pai? — pergunto para ter a certeza — É ele a porra do seu namorado, Vitor? — o mesmo assente com a cabeça — PALAVRAS PORRA! — grito.
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Esperando por você
RomantizmVocê se vê obrigado a deixar o seu amor de infância, mas jura que a encontrará de novo, custe o que custar... ⚠️ PLÁGIO É CRIME, NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES‼️⚠️